sábado, 31 de julho de 2021

Ano v - Rio das Ostras - Edição Agosto 2021

 Editorial

As Três Orações

Instado pela assembleia de amigos a falar sobre a resposta do Criador às preces das criaturas, respondeu o velho Simão Abileno, instrutor cristão, considerado no Plano Espiritual por mestre do apólogo e da síntese: Repetirei para vocês, a nosso modo, antiga lenda que corre mundo nos contos populares de numerosos países...

Em grande bosque da Ásia Menor, três árvores ainda jovens pediram a Deus lhes concedesse destinos gloriosos e diferentes. A primeira explicou que aspirava a ser empregada no trono do mais alto soberano da Terra; após ouvi-la, a segunda declarou que desejava ser utilizada na construção do carro que transportasse os tesouros desse rei poderoso, e a terceira, por último, disse então que almejava transformar-se numa torre, nos domínios desse potentado, para indicar o caminho do Céu. Depois das preces formuladas, um Mensageiro Angélico desceu à mata e avisou que o Todo-Misericordioso lhes recebera as rogativas e lhes atenderia às petições. Decorrido muito tempo, lenhadores invadiram o horto selvagem e as árvores, com grande pesar de todas as plantas circunvizinhas, foram reduzidas a troncos, despidos por mãos cruéis. Arrastadas para fora do ambiente familiar, ainda mesmo com os braços decepados, elas confiaram nas promessas do Supremo Senhor e se deixaram conduzir com paciência e humildade. Qual não lhes foi, porém, a aflitiva surpresa!... Depois de muitas viagens, a primeira caiu sob o poder de um criador de animais que, de imediato, mandou convertê-la num grande cocho destinado à alimentação de carneiros; a segunda foi adquirida por um velho praiano que construía barcos por encomenda; e a terceira foi comprada e recolhida para servir, em momento oportuno, numa cela de malfeitores. As árvores amigas, conquanto separadas e sofredoras, não deixaram de acreditar na mensagem do Eterno e obedeceram sem queixas às ordens inesperadas que as leis da vida lhes impunham... No bosque, contudo, as outras plantas tinham perdido a fé no valor da oração, quando, transcorridos muitos anos, vieram a saber que as três árvores haviam obtido as concessões gloriosas solicitadas... A primeira, forrada de panos singelos, recebera Jesus das mãos de Maria de Nazaré, servindo de berço ao Dirigente Mais Alto do Mundo; a segunda, trabalhando com pescadores, na forma de uma barca valente e pobre, fora o veículo de que Jesus se utilizou para transmitir sobre as águas muitos dos seus mais belos ensinamentos; e a terceira, convertida apressadamente numa cruz em Jerusalém, seguira com Ele, o Senhor, para o monte e, ali, ereta e valorosa, guardara-lhe o coração torturado, mas repleto de amor no extremo sacrifício, indicando o verdadeiro caminho do Reino Celestial...

Simão silenciou, comovido. E, depois de longa pausa, terminou, a entremostrar os olhos marejados de pranto:

Em verdade, meus amigos, todos nós podemos endereçar a Deus, em qualquer parte e em qualquer tempo, as mais variadas preces; no entanto, nós todos precisamos cultivar paciência e humildade, para esperar e compreender as respostas de Deus.

(Mensagem de Humberto de Campos no Livro Cartas e Crônicas de Francisco Cândido Xavier)

 


Religião

A ciência multiplica as possibilidades dos sentidos e a filosofia aumenta os recursos do raciocínio, mas a religião é a força que alarga os potenciais do sentimento. Por isso mesmo, no coração mora o centro da vida.

Dele partem as correntes imperceptíveis do desejo que se substanciam em pensamento no dínamo cerebral, para depois se materializarem nas palavras, nas resoluções, nos atos e nas obras de cada dia. Na luta vulgar, há quem menospreze a atividade religiosa, supondo-a mero artifício do sacerdócio ou da política, entretanto, é na predicação da fé santificante que encontraremos as regras de conduta e perfeição de que necessitamos para o crescimento de nossa vida mental na direção das conquistas divinas.

A humanidade, sintetizando o fruto das civilizações, é construção religiosa. Dos nossos antepassados invertebrados e vertebrados caminhamos nos milênios, de reencarnação em reencarnação, adquirindo inteligência, por intermédio da experimentação incessante, mas não é somente a razão o fruto de nosso aprendizado, no decurso dos séculos, mas também o discernimento ou a luz espiritual, com que pouco a pouco aperfeiçoamos a mente.

A religião é a força que está edificando a Humanidade. É a fábrica invisível do caráter e do sentimento. Milhões de criaturas encarnadas guardam, ainda, avançados patrimônios de animalidade. Valem-se da forma humana, como quem aproveita de uma casa nobre para a incorporação de valores educativos. Possuem coração para registrar o bem, contudo, abrigam impulsos de crueldade.

O instinto da pantera, a peçonha da serpente, a voracidade do lobo, ainda imperam no psiquismo de inumeráveis inteligências. Só a religião consegue apagar as mais recônditas arestas do ser. Determinando nos centros profundos de elaboração do pensamento, altera, gradativamente, as características da alma, elevando-lhe o padrão vibratório, através da melhoria crescente de suas relações com o mundo e com os semelhantes.

Nascida no berço rústico do temor, a fé iniciou o seu apostolado, ensinando às tribos primárias que o Divino Poder guarda as rédeas da suprema justiça, infundindo respeito à vida e aprimorando o intercâmbio das almas. Dela procedem os mananciais da fraternidade realmente sentida, e, embora as formas inferiores da religião, na antiguidade, muita vez incentivando a perseguição e a morte, em sacrifícios e flagelações deploráveis, e apesar das lutas de separação e incompreensão que dividem os templos nos dias da atualidade, arregimentando-os para o dissídio em variadas fronteiras dogmáticas, ainda é a religião a escola soberana de formação moral do povo, dotando o espírito de poderes e luzes para a viagem da sublimação.

A ciência construirá para o homem o clima do conforto e enriquecê-lo-á com os brasões da cultura superior; a filosofia auxiliá-lo-á com valiosas interpretações dos fenômenos em que a Eterna Sabedoria se manifesta, mas somente a fé, com os seus estatutos de perfeição íntima, consegue preparar nosso espírito imperecível para a ascensão universal.

(Mensagem de Emmanuel no livro Roteiro de Francisco Cândido Xavier)

 


Hora da Fé

Não é por causa dos estudos e do progresso das ciências que os homens se tornam materialistas, mas por causa do orgulho e da vaidade. Isso afirma Kardec, em O Livro dos Espíritos, reproduzindo instruções espirituais, na questão 148. E, a seguir, comenta: “Por uma aberração da inteligência, há pessoas que não veem nos seres orgânicos mais do que a ação da matéria, e a esta atribuem todos os nossos atos”.

Essa aberração da inteligência torna-se mais evidente em nossos dias. A diagnose de Kardec foi de absoluta precisão.

No momento exato em que a cultura terrena perde as suas bases materiais e passa a girar na órbita do espírito, é absurdo, simples absurdo, lamentável prova da deformação da lógica pelo orgulho, a opção do materialismo.

A matéria se desfez em energia, e, portanto, em vibração, nas mãos dos físicos; a descoberta da antimatéria revelou novo plano de vida; a Astronáutica abriu-nos a possibilidade de contato com outros mundos habitados; os materialistas foram surpreendidos com a possibilidade de ver e fotografar o corpo espiritual do homem, e puderam constatar que esse corpo não se destrói com a morte.

 Quais os dados que esses avanços do conhecimento oferecem a favor da concepção materialista? Só uma aberração da inteligência, uma deformação da razão, pode levar alguém a deduzir, dessa enorme revolução científica, que o materialismo saiu vitorioso.

Os próprios filósofos materialistas, como no caso de Bertrand Russell, viram-se obrigados a estranhos malabarismos mentais para defender a sua concepção. Sartre, o filósofo do nada, perdeu popularidade em favor de Heidegger, até há pouco acusado de cair no misticismo.

É tolice dizer que o desenvolvimento atual das ciências favorece o materialismo. O próprio Einstein afirmou, bem antes desses avanços mais recentes: “O materialismo morreu por falta de matéria”. Quem opta pelo materialismo, nesta altura da evolução científica, revela falta de senso ou distúrbio do raciocínio. Seria o mesmo que Tomé dizer a Jesus ressuscitado: “Se toco as tuas chagas é porque não morreste”.

A tendência para o materialismo é ainda muito comum entre os jovens. “A juventude – disse Ingenieros – toca a rebate em toda renovação”. Os jovens trazem a missão de renovar o mundo e por isso lutam contra os princípios dominantes, rebelam-se contra os sistemas tradicionais.

A luta da Ciência contra a Religião – o dogmatismo fideísta emperrando o progresso – mostra-lhes de que lado estão as forças renovadoras. Eles se alistam afoitamente desse lado. Mas o Espiritismo transformou esse quadro, revelando que a Ciência também pode frear o progresso.

Os dogmas do materialismo científico são tão prejudiciais quanto os do fideísmo religioso. E os moços começam a compreender isso.

Temos de ajudar os jovens, mostrando-lhes que o Espiritismo não sofre dos prejuízos do dogmatismo fideísta ou do dogmatismo religioso. Temos de mostrar-lhes que a Ciência Espírita é hoje a posição de vanguarda. Mas para tanto é necessário desenvolvermos a Cultura Espírita, criando o clima adequado à compreensão da Doutrina em sua plenitude e não apenas no seu aspecto religioso.

Ai dos que tentam afastar os jovens do Cristo, subordinando-os à rotina dos velhos. O Espiritismo é a juventude do mundo, é a rebelião contra os erros do passado. Ele nos propõe uma hora de fé, mas de fé racional, de fé pelo saber.

(Mensagem de Irmão Saulo por J. Herculano Pires no livro Diálogo com os Vivos)

 



Psicografia recebida em 03/03/2020

Amigos, irmãos, é com muita alegria que aqui venho para trocar algumas palavras com todos vocês. Aproveito essa oportunidade a mim concedida, a fim de elucidar alguns fatos que ainda são pouco entendidos pela maioria, principalmente pelos que ainda não entenderam que é necessário estudar e conhecer os fundamentos morais e científicos dessa doutrina maravilhosa.

Irmãos, não demorem mais a buscar conhecera Doutrina Espírita. Nesta casa abençoada, vários são os estudos. Uma plêiade de irmãos espirituais responsabilizaram-se por inspirar àqueles que se colocaram como orientadores. Não adiem mais, os tempos são chegados. Para quem tem “olhos de ver” e ‘ouvidos de ouvir” como dizem as escrituras, os acontecimentos previstos pelas profecias já se fazem presentes em todo o planeta. Não nos surpreendamos com isso.

Os irmãos espirituais há muito veem nos alertar e exortar aos estudos e ao trabalho evangélico. Não se detenham mais. A “charrua” já está a espera de suas mãos operosas. Não temais, pois todo aquele que estiver sobre a égide do Senhor estará amparado e será fortalecido.

Aceitemos finalmente o apelo do nosso Cristo Jesus, caminhem céleres e corajosamente para a frente e não olheis para trás. Por que isso? Porque não devemos ficar presos ao passado, aos erros, à ignorância, apanágio de todos nós, mas que não nos pertencem mais.

Amados, muito esperamos de vocês, espíritas, baluarte do mundo regenerado. Mas lembrem-se: só o título de “espírita” não os libertará.

É preciso que promovam em si a verdadeira reforma íntima. É preciso que se transformem realmente nos apóstolos de Jesus. É preciso que evoluam a ponto de dizer como o nosso querido apóstolo Paulo: “O Cristo está em mim!”.

Meus irmãos, orar e vigiar, deve ser o seu lema. Coragem, discernimento e fé, aquela que “remove montanhas”. Não a percam, mesmo que atingidos pela dor, pois ela, se bem vivida, é o passaporte para um mundo melhor.

Que a paz do Mestre Jesus esteja com todos,

Irmão Josué.



sexta-feira, 2 de julho de 2021

Ano V - Rio das Ostras - Edição Julho 2021

 

Editorial

 

O Pão da Alma

Diariamente movimentas todos os recursos para a manutenção das condições físicas necessárias ao desempenho de tuas funções.

Zelas continuamente da aparência, a fim de provocar as melhores impressões a respeito da tua pessoa.

Normalmente não medes esforços para conquistar o bem-estar e o conforto de que careces para viver.

Esforças-te infinitamente para honrar os compromissos profissionais, ansiando por meritórias conquistas, a justificar tanto empenho.

Não podes, no entanto, esquecer que o corpo físico é abrigo momentâneo do espírito, e se te preocupas tanto com o corpo de carne, que é perecível, deves te preocupar ainda mais em manter saudável a tua alma.

Abastecê-la com o combustível luarizante da prece singela que a fortalece perante os embates naturais da existência, amealhar os bens morais, absolutamente imperecíveis, para garantir o aprimoramento.

Zelar para que nunca falte o ânimo de continuar a caminhada com afinco, mantendo a esperança.

Poupá-la de contendas dispensáveis que apenas poderão trazer desajustes incalculáveis, muitas vezes pondo em risco o tempo previsto da existência física, gerando doenças que impeçam o corpo biológico de permanecer atuante.

Já paraste para pensar que tua alma também necessita de uma boa alimentação?

E que apenas o bem exercido em todas as suas facetas pode realmente se transformar no pão da vida a sustentar a alma sob qualquer circunstância, transformando-se em roteiro seguro para a tua destinação, ofertando-te as melhores oportunidades de buscar Jesus e continuar servindo em nome do bem e do amor.

(Mensagem de Ma. Do Rosário Del Pilar no livro A conquista da felicidade de Eulália Bueno)

 


O Tesouro Maior

“Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.” — Jesus. (LC 12:34)

No mundo, os templos da fé religiosa, desde que consagrados à Divindade do Pai, são departamentos da casa infinita de Deus, onde Jesus ministra os seus bens aos corações da Terra, independentemente da escola de crença a que se filiam.

A essas subdivisões do eterno santuário comparecem os tutelados do Cristo, em seus diferentes graus de compreensão. Cada qual, instintivamente, revela ao Senhor onde coloca seu tesouro.

Muitas vezes, por isso mesmo, nos recintos diversos de sua casa, Jesus recebe, sem resposta, as súplicas de inúmeros crentes de mentalidade infantil, contraditórias ou contraproducentes.

O egoísta fala de seu tesouro, exaltando as posses precárias; o avarento refere-se a mesquinhas preocupações; o gozador demonstra apetites insaciáveis; o fanático repete pedidos loucos.

Cada qual apresenta seu capricho ferido como sendo a dor maior.

Cristo ouve-lhes as solicitações e espera a oportunidade de dar-lhes a conhecer o tesouro imperecível.

Ouve em silêncio, porque a erva tenra pede tempo destinado ao processo evolutivo, e espera, confiante, porquanto não prescinde da colaboração dos discípulos resolutos e sinceros para a extensão do divino apostolado.

No momento adequado, surgem esses, ao seu influxo sublime, e a paisagem dos templos se modifica.

Não são apenas crentes que comparecem para a rogativa, são trabalhadores decididos que chegam para o trabalho.

Cheios de coragem, dispostos a morrer para que outros alcancem a vida, exemplificam a renúncia e o desinteresse, revelam a Vontade do Pai em si próprios e, com isso, ampliam no mundo a compreensão do tesouro maior, sintetizado na conquista da luz eterna e do amor universal, que já lhes enriquece o espírito engrandecido.

(Mensagem de Emmanuel no livro Caminho Verdade e Vida de Francisco Cândido Xavier)

 


Evangelho e Individualidade

Efetivamente, as massas acompanhavam o Cristo, de perto, no entanto, não vemos no Mestre a personificação do agitador comum.

Em todos os climas políticos, as escolas religiosas, aproximando-se da legalidade humana, de alguma sorte partilham da governança, estabelecendo regras espirituais com que adquirem poder sobre a multidão.

Jesus, porém, não transforma o espírito coletivo em terreno explorável.

Proclamando as bem-aventuranças à turba no monte, não a induz para a violência, a fim de assaltar o celeiro dos outros. Multiplica, Ele mesmo, o pão que a reconforte e alimente. Não convida o povo a reivindicações.

Aconselha respeito aos patrimônios da direção política, na sábia fórmula com que recomendava seja dado “a César o que é de César”.

Muitos estudiosos do Cristianismo pretendem identificar no Mestre Divino a personalidade do revolucionário, instigando os seus contemporâneos à rebeldia e à discórdia; entretanto, em nenhuma passagem do seu ministério encontramos qualquer testemunho de indisciplina ou desespero, diante da ordem constituída.

Socorreu a turba sofredora e consolou-a; não se mostrou interessado em libertar a comunidade das criaturas, cuja evolução, até hoje, ainda exige lutas acerbas e provações incessantes, mas ajudou o Homem a libertar-se.

Ao apóstolo exclama _ “vem e segue-me.”

Á pecadora exorta _ “vai e não peques mais”.

Ao paralítico fala, bondoso _ “ergue-te e anda”.

Á mulher sirofenícia diz, convincente _ “a tua fé te curou”.

Por toda parte, vemo-lo interessado em levantar o espírito, buscando erigir o templo da responsabilidade em cada consciência e o altar dos serviços aos semelhantes em cada coração.

Demonstrando as preocupações que o tomavam, perante a renovação do mundo individual, não se contentou em sentar-se no trono diretivo, em que os generais e os legisladores costumam ditar determinações...

Desceu, Ele próprio, ao seio do povo e entendeu-se pessoalmente com os velhos e os enfermos, com as mulheres e as crianças.

Entreteve-se em dilatadas conversações com as criaturas transviadas e reconhecidamente infelizes.

Usa a bondade fraternal para com Madalena, a obsidiada, quanto emprega a gentileza no trato com Zaqueu, o rico.

Reconhecendo que a tirania e a dor deveriam permanecer, ainda, por largo tempo, na Terra, na condição de males necessários à retificação das inteligências, o Benfeitor Celeste foi, acima de tudo, o orientador da transformação individual, o único movimento de liberação do espírito, com bases no esforço próprio e na renúncia ao próprio “eu”.

Para isso, lutou, amou, serviu e sofreu até à cruz, confirmando, com o próprio sacrifício, a sua Doutrina de revolução interior, quando disse: “e aquele que deseja fazer-se o maior no Reino do Céu, seja no mundo o servidor de todos.”

(Mensagem de Emmanuel no livro Roteiro de Francisco Cândido Xavier)

 



Psicografia de 20/02/2020

 

Companheiros, boa tarde, que Jesus ampare a todos.

Interessante, alguém me chamou, alguém dentro deste local chamou o meu nome diversas vezes, parecia que precisava me ouvir, tinha necessidade de me achar, mas é tudo tão difícil e nem sempre conseguimos chegar tão perto.

Eu tenho minhas dúvidas se mereço aqui estar, mas como dizem, para Deus e a Espiritualidade nada é impossível.

Aqui estou eu cheio de dúvidas, quem será que me chamou? Minha mãe? Minha irmã? Não sei, mas só elas me amaram em vida.

Não fui uma pessoa fácil, era muito autoritário, sem educação e rebelde, pelo que me lembro, apesar de me amarem nossos dias eram de difícil convivência.

Vivi pouco, acho que foi a providência divina que abreviou meus dias, que não foram fáceis e nem normais.

Me chamo Paulo Dias e minha mãe, Doroteia, morava no Meyer e lá aprontei tudo de mal, mais uma coisa, não conheci meu pai e minha mãe dizia que eu era assim por esse motivo.

Desde o meu desencarne muita coisa mudou, aprendi muito, fui ajudado e já estou em situação melhor, me preparando para trabalhar e poder receber minha mãe.

Ainda não consegui ser feliz, mas estou evoluindo com a ajuda de todos.

Fiquem com Deus,

Paulo Dias.