Editorial
O Senhor mostrará
“E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.” Jesus (Atos, 9:16)
O diálogo entre o Mestre e Ananias, relativamente
ao socorro de que Paulo necessitava, reveste-se de significação especial
para todos os aprendizes do Evangelho.
Digna de nota é a observação de Jesus,
recomendando ao apóstolo da gentilidade que ingressasse em Damasco,
onde lhe revelaria quanto convinha fazer, e muito importante a determinação a
Ananias para que atendesse ao famoso verdugo trazido à fé.
O apelo do Céu ao cooperativismo transborda
da lição. Perseguidor e perseguido, reúnem-se no altar da
fraternidade e do trabalho útil.
O velhinho de Damasco presta socorro ao ex-rabino.
Paulo, em troca, prodigaliza-lhe enorme alegria ao coração. Acresce notar,
porém, que Jesus chamou a si a tarefa de revelar ao recém convertido
quanto lhe competia lutar e sofrer por amor ao Reino Divino.
Semelhantes operações espirituais se repetem, cada
dia, nas atividades terrestres.
Debaixo da inspiração do Cristo, diariamente há
movimentos de aproximação entre quantos se candidatam ao bom entendimento,
perante a vida eterna.
Alguns trazem a mão confortadora e amiga da
assistência fraternal, outros o júbilo sagrado da esperança sublime.
Estabelecem-se novos acordos.
Traçam-se novas diretrizes. Imperioso é
reconhecer, porém, que o Senhor mostrará a cada trabalhador o conteúdo de
serviço e testemunho que lhe compete fornecer no ministério do seu Amor
Infinito
(Mensagem de Emmanuel, no livro Vinha de Luz de
Francisco Cândido Xavier)
ESSE
- Cap. V – Item 4
Se há repouso na consciência, a evolução da alma
ergue-se, desenvolta, dos alicerces insubstituíveis do sacrifício.
Quem não se bate pelo bem, desce
imperceptivelmente para as fileiras do mal. Junto à correção sempre existe o
desacerto, exaltando o mérito do dever na conduta digna.
Identifique, na dificuldade, o favor da
Providência Divina para dilatar-lhe a paz, sentindo, no imprevisto da
experiência mais grave, o fulcro de incitamento à perseverança na boa intenção
e vendo, na tibiez de quantos imergiram na invigilância, o exemplo indelével
daquilo que não deve ser feito.
Quanto maior a sombra em torno, mais valiosa a
fonte de luz. Desse modo, a alegria pura viceja entre a dor e o obstáculo; a
resignação santificante nasce em meio às provas difíceis; a renúncia intrépida
irrompe no seio da injustiça das emulações acirradas, e a pureza construtiva
surge, não raro, em ambiente de viciação mais ampla.
Eis por que, em seu círculo pessoal, se
entrecruzam mensagens importantes e diversas a lhe doarem o estímulo e a
consolação, o entendimento e a claridade de que você carece para ajustar-se
espiritualmente, através das lides variadas de cada instante.
O chefe irritadiço é instrumento providencial da
corrigenda.
O companheiro problemático deixa-nos livre caminho
à sementeira da fraternidade sem mescla.
O engano é precioso contraste a ressaltar as
linhas configurativas da atitude melhor.
A tortuosidade do caminho demonstra a excelência
da estrada reta.
Faça, pois, do momento que transcorre, a lição
recolhida para o momento a transcorrer, verificando quantas vezes, em vinte e
quatro horas, você é requisitado a auxiliar os semelhantes, e não regateie
cooperação.
Na oficina de trabalho, abusam-lhe a gentileza no
amparo de muitos corações que se sentem ao desabrigo.
Na via pública, esbarram-lhe o passo companheiros
que vão e vêm buscando encontrar o sorriso que você pode ofertar-lhes como
incentivo à esperança.
No recesso do lar, o alvorecer encontra-lhe a
presença, em novas possibilidades de exaltar a confiança nos Desígnios da
Altura.
Na conversação comum, requisições ostensivas
auscultam-lhe a disposição de estender conhecimento e virtude, na enfermagem
das chagas morais, entrevistas na modulação das vozes e nos traços dos
semblantes, afora variegados ensejos de assistir o próximo, a lhe desafiarem a
eficiência e a vigilância, tais como a necessidade interior estampada no
silêncio do visitante, o azedume do colega menos feliz, o doente a buscar-lhe
os préstimos, o sofredor a rogar-lhe compreensão, a abordagem da criancinha
desvalida, a surpresa menos agradável, a correspondência a exigir-lhe a atenção
ou o noticiário intranquilo que a imprensa propala.
Pureza inoperante é utopia igual a qualquer outra
e, em razão disso, ignorar a poça infecta é manter-lhe a inconveniência.
(Mensagem de André Luiz, no Livro O Espírito da
Verdade de Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier)
A grande noite que se abatia sobre a terra
lentamente cede lugar ao amanhecer de bênçãos.
Retroceder não mais é possível. Firmastes, filhas
e filhos da alma, um compromisso com Jesus antes de mergulhardes na
indumentária carnal, o de servi-lo com abnegação e devotamento.
Prometestes que lhes seríeis fiéis, mesmo que vos
fosse exigido o sacrifício.
Alargando-se os horizontes deste amanhecer que
viaja para a plenitude do dia, exultemos juntos - os Espíritos desencarnados e
vós outros que transitais pelo mundo de sombras - mas, além do júbilo que a
todos nós domina, tenhamos em mente as graves responsabilidades que nos exornam
a existência no corpo ou fora dele.
[...] Seremos convidados, não somente ao aplauso,
ao entusiasmo, ao júbilo, mas também ao testemunho. O testemunho silencioso nas
paisagens internas da alma. O testemunho por amor àqueles que não nos amam, o
testemunho de abnegação no sentido de ajudar aqueles que ainda se comprazem em
gerar dificuldades, tentando inutilmente obstaculizar a marcha do progresso.
Iniciada a grande transição, chegaremos ao clímax
e na razão direta em que o planeta experimenta as suas mudanças físicas,
geológicas, as mudanças morais são inadiáveis.
Que sejamos nós aqueles Espíritos Espíritas que
demonstremos a grandeza do amor de Jesus em nossas vidas. Que outros reclamem,
que outros se queixem, que outros deblaterem, que nós outros guardemos, nos
refolhos da alma, o compromisso de amar e amar sempre, trazendo Jesus de volta
com toda a pujança daqueles dias que vão longe e que estão muito perto...
Jesus, filhas e filhos queridos, espera por nós!
Que sejam o nosso escudo o amor, as nossas
ferramentas o amor, e a nossa vida um hino de amor.
São os votos que formulamos os Espíritos-espíritas
aqui presentes, e que me sugeriram representá-los diante de vós. Com muito
carinho o servidor humílimo e paternal de sempre.
Bezerra
Muita paz filhas e filhos do coração.
(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo
Pereira Franco, no encerramento das comemorações do Centenário de Nascimento de
Chico Xavier, realizadas no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em
Brasília,
no dia 18.04.2010)