Editorial
A
Mensagem Cristã
Não se reveste o
ensinamento de Jesus de quaisquer fórmulas complicadas.
Guardando embora o devido
respeito a todas as escolas de revelação da fé com os seus colégios iniciáticos,
notamos que o Senhor desce da Altura, a fim de libertar o templo do coração
humano para a sublimidade do amor e da luz, através da fraternidade, do amor e
do conhecimento.
Para isso, o Mestre não
exige que os homens se façam heróis ou santos de um dia para outro. Não pede
que os seguidores pratiquem milagres, nem lhes reclama o impossível.
Dirige-se a palavra d’Ele
à vida comum, aos campos mais simples do sentimento, à luta vulgar e às
experiências de cada dia.
Contrariamente a todos os
mentores da Humanidade, que viviam, até então, entre mistérios religiosos e
dominações políticas, convive com a massa popular, convidando as criaturas a
levantarem o santuário do Senhor nos próprios corações.
Ama a Deus, Nosso Pai -
ensinava Ele -, com toda a tua alma, com todo o teu coração e com todo o teu
entendimento.
Ama o próximo como a ti
mesmo. Perdoa ao companheiro quantas vezes se fizerem necessárias. Empresta sem
aguardar retribuição.
Ora pelos que te perseguem e caluniam. Ajuda aos adversários. Não condenes para que
não sejas condenado.
A quem te pedir a capa cede igualmente a
túnica.
Se alguém te solicita a jornada de mil passos,
segue com ele dois mil.
Não procures o primeiro lugar nas assembleias,
para que a vaidade te não tente o coração.
Quem se humilha será exaltado.
Ao que te bater numa face, oferece também a
outra.
Bendize aquele que te amaldiçoa.
Liberta e serás libertado.
Dá e receberás.
Sê misericordioso.
Faze o bem ao que te odeia.
Qualquer que perder a sua vida, por amor ao
apostolado da redenção, ganhá-la-á mais perfeita, na glória da eternidade.
Resplandeça a tua luz.
Tem bom ânimo.
Deixa aos mortos o cuidado de enterrar os seus
mortos.
Se pretendes encontrar-me na luz da
ressurreição, nega a ti mesmo, alegra-te sob o peso da cruz dos próprios
deveres e segue-me os passos no calvário de suor e sacrifício que precede os
júbilos da aurora divina!
E, diante desses apelos, gradativamente, há
vinte séculos, calam-se as vozes que mandam revidar e ferir!... E a palavra do
Cristo, acima de editos e espadas, decretos e encíclicas, sobe sempre e cresce
cada vez mais, na acústica do mundo, preparando os homens e a vida para a
soberania do Amor Universal.
(Mensagem de Emmanuel, do livro Roteiro de
Francisco Cândido Xavier)
Tua Quota
Diante
da paisagem de conflitos morais e sofrimentos da mais variada classe, tem-se a
impressão de que lavra um terrível incêndio na terra, com possibilidade de
destruição total.
Guerras explodem sucessivas e ameaças de mais
terríveis confrontos pairam no ar. Enfermidades de etiologia complexa dizimam
vidas e bacilos, antes considerados vencidos, ressurgem super-resistentes(...).
Paixões primitivas dominam o clima social sob as contundentes manifestações da
agressividade, da delinquência, do uso das drogas, da busca de prazeres
grotesco e do abuso do sexo que desorganizam a família e enlouquecem as
criaturas (...). Neuroses múltiplas e psicoses tormentosas favorecem a incidência
crescente de alienações profundas e de suicídios estúpidos (...).
... E os cataclismos sísmicos apavoram,
periodicamente, os povos, mostrando que “as forças da natureza” que os cercam
ainda não foram controladas, embora muitas sejam conhecidas e até detectadas.
Há, igualmente, muito amor agindo nesse magneto
que gira nos espaços sob a escravidão gravitacional do Astro-rei.
Cientistas e pesquisadores exaurem-se na
identificação das causas das enfermidades e dos males diversos que produzem
sofrimento, a fim de os erradicar. Religiosos e pedagogos insistem na superação
de programas de fé e de educação, amparando as mentes e os sentimentos antes
que se estiolem, e mesmo depois que tal sucede. Sociólogos atentos e psicólogos
preocupados intentam soluções imediatas, sacrificando interesses pessoais, a
serviço da humanidade. Artistas e trabalhadores afadigam-se nas suas áreas de
ação, doando alegria e propondo segurança. Movimentos de “não violência”
somam-se aos dos “direitos humanos”, tentando a guerra para o passado e acabar
com os crimes contra os indivíduos que padecem penosas injustiças políticas
arbitrárias. Agremiações de “proteção aos animais” e vanguardeiros da
“preservação da Natureza” lutam em favor do respeito à vida em todas as suas
expressões. Entidades de classes, de minorias raciais, religiosas e sociais,
promovem serviços de defesa dos fracos, dos desamparados, dos que sofrem
infamantes descriminações.
No meio de tantos infortúnios, os dramas da
humanidade (...) produzem estupor, comoção geral, a solidariedade latente nas
outras criaturas.
O amor ainda comanda os homens, enfermos
momentaneamente porque se negam a exteriorizá-lo em toda a sua potencialidade.
O amor está em tudo, pois é Deus aguardando
oportunidade.
Não te recuses amar e demonstrá-lo, liberando-te
das paixões entorpecedoras (...). Coloca no fogaréu a tua quota d’água que,
embora insignificante, é de alta importância. Talvez não apague as labaredas
crepitantes, no entanto, o teu exemplo influenciará outros companheiros (...) a
que sigam o teu gesto.
Protesta contra o mal, agindo no bem.
Luta contra o crime, atuando na educação.
Levanta tua bandeira de paz, tornando-te pacífico
em qualquer circunstância.
Vives uma hora de transição terrena e a dor deve
ser vencida e assimilada, tornando-a valiosa experiência para evitar o desânimo
ou o desequilíbrio futuro.
O momento é de desafio e ninguém deve se eximir à
luta.
Reserva um pouco do teu tempo realizando,
gratuitamente, algo de bom e de belo em favor do teu próximo, portanto da
humanidade, e verás que se apagarão as chamas devoradoras que ameaçam de
extinção a vida do planeta.
(Mensagem de Joanna de Ângelis, do Livro Otimismo de Divaldo Franco)
O Perdão no Lar
Cultivar o perdão no
ambiente doméstico é capacitar-se para a convivência social plena. Só cresce
quem sabe perdoar e abre o coração em acolhimento ao outro.
As relações podem gerar
mágoas quando criamos expectativas para o comportamento dos outros. Essas
mágoas vão se acumulando ao longo da Vida, são fomentadoras e geradoras de
complexos e passíveis de serem somatizadas, apresentando-se como doenças.
Quando identificarmos
atitudes realmente arbitrárias contra nós, devemos, para que se evite a mágoa,
tentar compreender que também poderíamos ser capazes de cometer o mesmo
equívoco da pessoa que nos atinge.
Importante lembrar que
aquilo, que nos incomoda na atitude do outro, muitas vezes é decorrente da
conexão que acontece entre aquele ato e algo em nosso psiquismo inconsciente
ainda não resolvido. Provavelmente existem situações gravadas em nós que
provocaram mágoa e raiva em alguém. Esses registros arquivados em nossa mente
decorrem de várias experiências vividas nas existências reencarnatórias e que
necessitam de atenção.
Perdoar é doar mais, isto
é, não se permitir abrigar o egoísmo que só vê a si mesmo, compreendendo o
equívoco do outro.
O cultivo do perdão começa
na medida que se busca o reequilíbrio após discussões domésticas típicas do
estresse e da falta de diálogo e sempre que se deixa de transferir
responsabilidades para os outros. É comum buscar-se um culpado e isso é
fomentador de revoltas, de sentimentos contaminados e de novas discussões.
O perdão liberta o outro da culpa
permitindo-lhe refletir sobre os acontecimentos que geraram as discussões.
Abre-lhe o coração para o entendimento de si mesmo e do outro.
O perdão sugere a
compaixão. Ela deve estar sempre presente quando dirigirmos o olhar sobre o
outro que se encontra em equívoco ou em desequilíbrio de qualquer natureza. A
compaixão nos permite abrir a mente e o coração simultaneamente para a empatia
com o outro, fazendo-nos vibrar numa frequência que nos aproxima de Deus.
Para que o perdão
realmente ocorra é preciso remover velhas feridas que ainda sangram no coração
promovendo a mágoa. Antigas desavenças, velhas inimizades, ódios não aplacados,
devem ser, em face do perdão, removidos para que o amor seja sentido em
plenitude.
(Do Livro Evangelho e Família, de Adenàuer Novaes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário