Editorial
É o mesmo
Ninguém despreze os
valores da confiança. Servo algum fuja ao benefício da cooperação. Quem hoje
pode dar algo de útil, precisará possivelmente amanhã de alguma colaboração
essencial.
Todavia, por enriquecer-se
alguém de fraternidade e fé, não olvide a necessidade do desenvolvimento
infinito no bem. Os obreiros sinceros do Evangelho devem operar contra o
favoritismo pernicioso.
A lavoura divina não
possui privilegiados. Em suas seções numerosas há trabalhadores mais devotados
e mais fiéis; contudo, esses não devem ser categorizados à conta de fetiches e,
sim, respeitados e imitados por símbolos de lealdade e serviço.
Criar ídolos humanos é
pior que levantar estátuas destinadas à adoração. O mármore é impassível, mas o
companheiro é nosso próximo de cuja condição ninguém deveria abusar. Pague
cada homem o tributo de esforço próprio à vida.
O Supremo Senhor espera de
nós apenas isto, a fim de converter-nos em colaboradores diretos.
O próprio Cristo
afirmou que o mesmo Pai que o distingue ama igualmente a Humanidade.
O Deus que inspira o
médico é o que ampara o doente. Não importa que asiáticos e europeus o designem
sob nomes diferentes.
Invariavelmente é o mesmo
Pai.
Conservemos, pois, a luz
da consolação, a bênção do concurso fraterno, a confiança em nossos
Maiores e a certeza na proteção deles; contudo, não olvidemos o dever
natural de seguir para o Alto, utilizando os próprios pés.
(Reflexões de Emmanuel no livro Pão Nosso de Francisco
Cândido Xavier)
Nossos irmãos
Cap. XII – Item 5
Um pensamento de simpatia
e de Amor para os nossos irmãos que se recuperam!... Muitos são chamados
criminosos, mas, na verdade, foram doentes. Sofriam desequilíbrios da alma, que
se lhes encravavam no ser, quais moléstias ocultas.
Praticaram delitos, sim...
Hoje, entretanto, procuram-te a companhia, sonhando renovação.
Amaram, ignorando que o
afeto deve estar vinculado à harmonia da consciência, e amargaram terrível
secura, em labirintos de sombra, a suspirarem agora pelo orvalho da luz.
Eram sovinas e sonegavam o
pão à boca faminta dos semelhantes; contudo, pretendem contigo o reingresso na
escola da caridade.
Acreditavam-se em regime
de exceção, quando o orgulho lhes assoprava a mentira; no entanto, após
resvalarem no erro, refugiam-se em tua fé, anelando refazimento.
Renderam-se às tentações e
foram pilhados na armadilha do mal; todavia, presentemente, buscam-te os olhos
e apertam-te as mãos, ansiando esquecer e recomeçar.
Não lhes fites o
desacerto.
Alimenta-lhes a esperança.
Não te animarias a
espancar a cabeça de quem estivesse a convalescer, depois da loucura, nem
cortarias a pele em cicatrizes recentes. Enfermos graves da alma, todos nós
fomos ontem!...
Rende, pois, graças a
Deus, se já podes prestar auxílio, porque, se chegaste ao grau de restauração
em que te encontras, é que, decerto, alguém caminhou pacientemente contigo, com
bastante amor de servir e bastante coragem de suportar.
(Mensagem de Albino Teixeira no Livro O Espírito
da Verdade de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)
Preparação Familiar
O problema familiar, por
mais que nos despreocupemos dele, buscando fugir à responsabilidade direta,
constituirá sempre uma das questões fundamentais da felicidade humana.
É um erro tremendo supor
que a morte apaga as recordações, à maneira da esponja que absorve o vinagre,
na limpeza do vaso culinário. Certamente, os laços menos dignos terminam na
sombra do sepulcro, quando suportados valorosamente, e encarados como sacrifício
purificador, na existência material.
Noventa per cento, talvez,
dos matrimônios, infelizes pela ausência de afinidade espiritual, extinguem-se
com a morte, que liberta naturalmente as vítimas dos grilhões e dos algozes.
O Evangelho de Jesus
ensina entre os vivos que Deus não é Deus de mortos, e os que perderam a
indumentária carnal, sentindo-se mais vivos que nunca, acrescentam que Deus não
é Deus de condenados.
Que os Otelos da Terra se
previnam, em suas relações com as Desdêmonas virtuosas do mundo, porque, além
do cadáver, não poderão apunhalar as esposas livres da carne, e as mulheres
ciumentas, desgrenhadas dentro da noite, a gritarem blasfêmias injuriosas
contra os maridos inocentes, preparem-se para longo tempo de separação na
esfera invisível, onde, na melhor das hipóteses, receberão serviços
reeducativos, em seu próprio favor.
A morte seria um monstro
terrível se consolidasse as algemas terrestres naqueles que toleraram
heroicamente a tirania e o egoísmo de outrem. Além de seus muros de sombra, há
castelos sublimes para os que amaram com alma e entesouraram, com o sentimento
mais puro, o ideal e a esperança numa vida melhor, e há também precipícios
escuros, por onde descem os revoltados, em desespero, por não poderem oprimir e
martirizar, por mais tempo, os corações devotados e sensíveis, de que se
rodeavam na Terra.
Feita a ressalva, alusiva
aos princípios de afinidades que regem a sociedade espiritual, recordemos a
missão educativa que o mundo confere ao coração dos pais, em nome de Deus.
Constituiria ato casual da Natureza a reunião de duas criaturas, convertidas em
pai e mãe de diversos seres? Mera eventualidade o erguimento de um berço
enfeitado de flores? [...]
O instituto da família é
cadinho sublime de purificação e o esquecimento dessa verdade custa-nos alto
preço na vida espiritual. É lamentável nosso estado d’alma, quando voltamos à
vida livre, de coração escravizado ao campo inferior do mundo, em virtude do
olvido de nossas obrigações paternais. Em vão, tentaremos ensinar tardiamente
as lições da realidade legítima; debalde nos abeiraremos dos corações amados,
para recordar a eternidade da vida.
Semelhantes impulsos se
verificam fora da ocasião desejável, porque a fantasia já solidificou a sua
obra e a ilusão modificou a paisagem natural do caminho. Não valem mais o
pranto e a lamentação. É indispensável aguardar o tempo da misericórdia, já que
menosprezamos o tempo do serviço.
Precatem-se, pois, os pais
e mães terrestres, para que não se percam, envenenando o coração dos filhos, à
distância do dever e do trabalho. Aniquilem o egoísmo afetuoso que os cega, se
não querem cavar o abismo futuro! [...]
Através do trabalho áspero
e duro, de decepções e dificuldades, ensinam aos rebentos de seu lar que são
irmãos dos batalhadores anônimos do mundo, dos humildes, dos calejados,
construindo-lhes a ventura em bases sólidas e formando-lhes o coração na fé e
no trabalho, antes que venham a perverter o cérebro com vaidades e fantasias!
Esses, sim, podem abandonar a Terra, tranquilamente,
quando a morte lhes cerrar as pálpebras cansadas...
Mas, infortunados serão
todos os pais ricos de bagagens mundanas, que desfiguram a alma dos filhos,
impondo-lhes mentirosa superioridade pelos artificialismos da instrução paga,
carregando-lhes a mente de concepções prejudiciais, acerca do mundo e da vida,
pelo exercício condenável de uma ternura falsa! Esses, esperem pelas contas escabrosas,
porque, de fato, tentaram enganar a Deus, distanciando-lhe os filhos da verdade
e da luz divina...
Depois da morte do corpo,
sentirão a dor de se verem esquecidos no dia imediato ao dos funerais de seus
despojos, acompanhando, em vão, como mendigos de amor, os filhos interessados
na partilha dos bens, a revelarem atitudes cruéis de egoísmo e ambição! Com
estas palavras de um amigo, finalizo minhas despretensiosas considerações sobre
as responsabilidades domésticas, mas duvido que existam pais e filhos na carne
com bastante sensatez para nelas acreditarem.
(Texto de Irmão X, no livro Luz no Lar de Francisco
Cândido Xavier)
Mais um ano se inicia, rumores de conflitos
eminentes rondam o nosso sossego, nos amedrontam e desequilibram a nossa paz. Sejamos
fortes e esperançosos, não deixemos de acreditar no auxílio do alto, na
misericórdia do Pai e na proteção do Mestre Jesus e seus trabalhadores. Lembremos
de orar pelo bem coletivo e paz planetária. Nossos esforços são grandes em
promover a concórdia, mas se faz necessário que cada um de vós tome para si a
responsabilidade de vibrar em favor do planeta e sua humanidade.
Como se sabe, qualquer conflito, por mais longínquo
que possa parecer, nos afeta a todos sem exceção.
Sejamos participantes ativos as paz e expansão do
amor em nossa atmosfera.
Assim como tendes visto que os prejuízos das
queimadas em outro meridiano está afetando nossas paisagens, nosso respirar,
nosso sentir, porquê achar que um conflito não vos atinge.
Responsabilidade meus irmãos, com o nosso lar, que
é este planeta, onde habitam irmãos de todos os tipos, preferencias, crenças, tendências,
enfim, irmãos que precisam se ajustar, evoluir, aprender, ..., como nós, como
vós, merecendo a misericórdia do Pai e a nossa, mutuamente.
Venham e acolham este convite que vos faço à
reflexão, à prece e ao amor por nosso Lar Terra.
Oremos por ela como oramos por nossa família mais
íntima no conforto de nossa casa.
Façamos a diferença dando o nosso melhor em favor
da família universal e sejamos assim, centelhas de luz a clarear as trevas que
teimam em continuar sobre nós. Sejamos a luz que clareia o caminho para que o
amor penetre nos corações ainda endurecidos e teimosos.
Não temam pensando que não tem poder para mudar,
basta a vontade, a fé e a ação.
E chegará o dia em que todos viveremos a paz que o
Cristo nos trouxe: “Eu vos dou a paz, vos deixo a minha paz.”
Fiquem na paz e sejamos abençoados com o amor do
Pai em nossos corações.
(Psicografia recebida em 09/01/2020)
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