Editorial
Todos estamos situados em extenso parque de
oportunidades para trabalho, renovação, desenvolvimento e melhoria. Dentre
aquelas que segues no encalço, como sendo as que te respondem às melhores
aspirações, detém, quanto possível, a oportunidade de auxiliar.
Tempo é comparável a solo.
Serviço é plantação.
Ninguém vive deserdado da participação nas boas
obras, de vez que todos nós retemos sobras de valores específicos da
existência. Não somente disponibilidades de recursos materiais, mas também de
tempo, conhecimento, amizade, influência.
Não percas por omissão.
“Colherás o que semeias”, velha verdade sempre
nova.
Em todos os lugares, há quem te espere a
cooperação. Aparentemente aqueles que te recorrem aos préstimos contam apenas
com o apoio necessário, seja um gesto de amparo substancial, uma nota de
solidariedade, uma palavra de bom ânimo ou um aviso oportuno. Entretanto, não é
só isso. A vida é troca incessante. Aqueles a quem proteges ser-te-ão
protetores.
Socorres o pequenino desfalecente; é possível que
seja ele, mais tarde, o amigo prestimoso que te guarda a cabeceira no dia da
enfermidade. O transeunte anônimo a quem prestas humilde favor pode ser em
breve o elemento importante de que dependerás na solução de um problema.
O poder do amor, porém, se projeta mais longe.
Doentes que sustentastes, nas fronteiras da morte, formarão entre os amigos que
te assistem do Plano Espiritual. E ainda mesmo o auxílio desinteressado que
levaste a corações empedernidos na delinquência, quando não consigas tocá-los
de pronto, te granjeará a colaboração dos benfeitores que os amam, conquanto
ignorados e desconhecidos.
Todos nós, os espíritos em evolução no educandário
do mundo, nos assemelhamos a viajores demandando eminências que nos conduzam à
definitiva sublimação. Ninguém na terra efetua viagem longa sem o auxílio de
pontes, desde o viaduto imponente à pinguela simples, para a travessia de
barrancos, depressões, vales e abismos. Por mais regular que se mostre a
jornada, chega sempre o instante em que precisamos de alguém para transpor
obstáculos ou perigo.
Construamos pontes de simpatia com o material da
bondade.
Hoje alguém surge, diante de nós, suplicando
apoio. Amanhã, diante de alguém, surgiremos nós.
(Mensagem do Livro Estude e Viva de Francisco
Cândido Xavier e Waldo Vieira, Cap.6)
Nuvens
“E saiu da nuvem uma voz
que dizia: Este é o meu amado Filho, a ele ouvi.” — (Lc 9:35)
O homem, quase sempre, tem a mente absorvida na
contemplação das nuvens que lhe surgem no horizonte.
São nuvens de contrariedades, de projetos
frustrados, de esperanças desfeitas. Por vezes, desespera-se envenenando as
fontes da própria vida.
Desejaria, invariavelmente, um céu azul a
distância, um Sol brilhante no dia e luminosas estrelas que lhe embelezassem a
noite.
No entanto, aparece a nuvem e a perplexidade o
toma, de súbito. Conta-nos o Evangelho a formosa história de uma nuvem.
Encontravam-se os discípulos deslumbrados com a
visão de Jesus transfigurado, tendo junto de si Moisés e Elias, aureolados de
intensa luz. Eis, porém, que uma grande sombra comparece.
Não mais distinguem o maravilhoso quadro. Todavia,
do manto de névoa espessa, clama a voz poderosa da revelação divina: “Este é o
meu amado Filho, a ele ouvi!”
Manifestava-se a palavra do Céu, na sombra
temporária.
A existência terrestre, efetivamente, impõe
angústias inquietantes e aflições amargosas. É conveniente, contudo, que as
criaturas guardem serenidade e confiança, nos momentos difíceis. As penas e os
dissabores da luta planetária contêm esclarecimentos profundos, lições ocultas,
apelos grandiosos. A voz sábia e amorosa de Deus fala sempre através deles.
(Mensagem de Emmanuel no Livro Caminho, Verdade e
Vida de Francisco Cândido Xavier)
Uns não acreditam nas comunicações dos Espíritos,
outros acreditam demais e querem obtê-las com a facilidade de uma ligação
telefônica. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra! Se as comunicações entre as
criaturas terrenas nem sempre são fáceis, que dizer das que se processam entre
os espíritos e os homens?
Muita gente procura o médium como se ele fosse uma
espécie de cabina telefônica. Mas nem sempre o circuito está livre e muitas
vezes o espírito chamado não pode atender.
Não há dúvida que estamos na época profetizada por
Joel, em que as manifestações se intensificam por toda parte. Nem todos os
Espíritos, porém, estão em condições de comunicar-se com facilidade. Além
disso, a manifestação solicitada pode ser inconveniente no momento, tanto para
o espírito quanto para o encarnado.
A morte é um fenômeno psicobiológico que ocorre de
várias maneiras de acordo com as condições ídeo-emotivas de cada caso,
envolvendo o que parte e os que ficam. A questão 155 de O Livro dos Espíritos
explica de maneira clara a complexidade do processo de desencarnação. Alguns
espíritos se libertam rapidamente do corpo, outros demoram a fazê-lo e isso
retarda a sua possibilidade de comunicar-se.
Devemos lembrar ainda que os espíritos são
criaturas livres e conscientes. Não estão ao sabor dos nossos caprichos e
nenhum médium ou diretor de sessões tem o poder de fazê-los atender aos nossos
chamados. Quando querem manifestar-se, eles o fazem espontaneamente, e não raro
de maneira inesperada. Enganam-se os que pensam que podem dominá-los.
Já ensinava Jesus, como vemos nos Evangelhos: o
espírito sopra onde quer e ninguém sabe de onde vem nem para onde vai. É
natural que os familiares aflitos procurem obter a comunicação de um ente
querido. Mas convém que se lembrem da necessidade de respeitar as leis que
regem as condições do Espírito na vida e na morte.
O intercâmbio mediúnico é um ato de amor que só
deve realizar-se quando conveniente para os dois lados. O Espiritismo nos
ensina a respeitar a morte como respeitamos a vida, confiando nos desígnios de
Deus. Só a misericórdia divina pode regular o diálogo entre os vivos da Terra e
os vivos do Além.
Façamos nossas preces em favor dos que partiram e
esperemos em Deus a graça do reencontro que só Ele nos pode conceder. Muitos
religiosos condenam as comunicações mediúnicas, alegando que elas violam o
mistério da morte e perturbam o repouso dos mortos. Esquecem-se de que os
próprios Espíritos de pessoas falecidas procuram comunicar-se com os vivos. Foi
dessa procura de comunicação dos mortos, tão insistente no mundo inteiro, que
se iniciaram de maneira natural as relações mediúnicas entre o mundo visível e
o invisível.
O conceito errôneo da morte, como aniquilamento ou
transformação total da criatura humana, gera e sustenta essas formas de
superstição. O Espiritismo, revivendo os fundamentos esquecidos do Cristianismo
puro, mostra-nos que a comunicação mediúnica é lei da vida a nos libertar de
erros e temores supersticiosos do passado.
(Mensagem de J. Herculano Pires no livro Diálogo
dos Vivos com Francisco Cândido Xavier)
Imensamente grato pelas mensagens edificantes e esclarecedoras.
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