Editorial
Vivendo em plenitude
Se julgas que viver bem
é usufruir de posses que impeçam a aflição da necessidade, ser
profissionalmente bem-sucedido ou ainda ter a possibilidade de residir em
condições diferenciadas de luxo e ambição, sem precisar conter nem gastos, nem
os desejos às vezes insanos, não sabes realmente o que é viver.
Segues pela vida sem te
dar conta de que és escravo constante de variados modismos e te impõe a
obrigação de estar sempre à altura de supostos amigos que usufruem contigo
esses bens que supostamente te ornam a existência.
No entanto, essas posses
pertencem à cadeia econômica do planeta e não o deixarão contigo à hora de
partir. Nesse momento mudarão de mãos, como tantas vezes já o fizeram até
chegar às tuas, às quais não destróis e sacrificas, que choras e anseias. É por
elas que esqueces a tua origem divina e a tua destinação final.
Percebe a tempo que és
apenas mais um elo da infinita corrente por onde os bens transitarão sem
pertencer a ninguém de forma definitiva.
Eles existem para serem
usufruídos com equilíbrio, enquanto te pertencerem, sem açular do egoísmo e o
orgulho que aprisionam as almas como pássaros em gaiolas douradas e, mesmo
cheias de beleza, não lhes permitem o voo da liberdade.
Não condiciones a
felicidade à opulência, pois muitos que nesta vivem são tristes e solitários e
escondem atrás de joias e rostos maquiados o sofrimento de uma alma atônita e
aflita, sem eira nem beira, distante de Deus.
Se não fazes parte do
círculo dos agraciados com a fortuna, não os invejes e nem tão pouco os
ignores, pois às vezes tens muito mais a lhes oferecer do que todo o dinheiro
que eles detêm poderia te dar. Eles não conseguem comprar a fé, nem a
resignação, nem o amor.
Mostra-lhes que embora o
corpo solicite eventuais adereços, a alma necessita seguir liberta dos grilhões
que insistem em aprisioná-la a uma existência unicamente material.
Se vives a prova da
riqueza, não esqueças dos que nada tem. Aprende a repartir e assim multiplicar
os benefícios aos menos afortunados.
Somente assim adquirirás
bens de valor inestimável que permitirão que deixes um dia a Terra sem te
sentires deserdado ou solitário, porque soubeste viver em plenitude a vida que
foi lhe concedida.
Não desprezes os que
seguem contigo, nas figuras de familiares ou amigos próximos, pois eles são as
oportunidades que tens de melhorar no quesito desprendimento, fazendo surgir
novos valores que te passam despercebidos.
No próprio corpo
encontrarás mil novos motivos para agradecer o que nenhum poder aquisitivo
poderá comprar, como a perfeição do cérebro a experimentar cada detalhe da
existência, regendo a orquestra da vida, célula a célula, sem que percebas ou
possas interferir, apesar do suposto poder que te conferes.
Agradece a Deus a vida e
vive-a na plenitude do amor, pois esse é o maior bem que qualquer alma poderá
conquistar.
(Mensagem de Maria do
Rosário Del Pilar, do Livro A conquista da felicidade – Eulália Bueno)
No dia 24 de novembro
p.p., a Casa Espírita Suave Caminho realizou uma homenagem a nossa irmã
Marilena da Silva Martins, que no próximo dia 11 de dezembro viaja para sua
nova morada: Portugal.
Desejamos que o Nosso Pai Maior e nosso
amado Mestre Jesus a proteja, que lhe dê saúde, fé, sabedoria, perseverança,
prosperidade, confiança e muito sucesso na sua nova jornada!
Nossa querida irmã e amiga Marilena
plantou sementes de amizades sinceras e hoje colhe os frutos doces de ter
amigos verdadeiros... Todos sentiremos saudades, e não vai ser pouca
não, pois a amamos demais.
Boa viagem Marilena!
Tendo certeza de que será um até breve!
De acordo com os
ensinamentos da Doutrina Espírita, o [...] Espírito prova a sua elevação,
quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da lei de Deus
e quando antecipadamente compreende a vida espiritual. Quando encarnado, o
Espírito, nessas condições morais, constitui-se no protótipo do homem de bem.
Pode dizer-se que o
[...] verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de
caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus
próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal,
se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser
útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que
desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na
Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão
nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.
Têm fé no futuro, razão
por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as
vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou
expiações e as aceita sem murmurar.
Possuído do sentimento
de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma,
retribui o mal com bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica
sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos
benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros,
nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu
primeiro impulso é pensar nos outros, antes de pensar em si, é cuidar dos
interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário,
calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
O homem de bem é bom,
humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças,
porque em todos os homens vê irmãos seus. É todo aquele que vivencia o
sentimento de caridade em todos os atos da sua existência.
Ainda, nesse contexto, é
oportuno ressaltar que as qualidades do homem de bem são as que todo espírita
sincero deve buscar para si mesmo. Isso porque o [...] Espiritismo não institui
nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do
Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam. Por
isso, afirma Kardec: Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação
moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.
(Pauta do Estudo
Sistematizado da Doutrina Espírita)
Ante o natal
Considerando a alta
significação do Natal em tua vida, podes ouvir e atender os apelos dos
pequeninos esquecidos no grabato da orfandade ou relegados às palhas da
miséria, em memória de Jesus quando menino; consegues compreender as
dificuldades dos que caminham pela via da amargura, experimentando opróbrio e
humilhação e dás-lhes a mão em gesto de solidariedade humana, recordando Jesus
nos constantes testemunhos; abres os braços em socorro aos enfermos,
estendendo-lhes o medicamento salutar, desejando diminuir a intensidade da dor,
evocando Jesus entre os doentes que O buscavam, infelizes; ofereces
entendimento aos que malograram moralmente e se escondem nos recantos do
desprezo social, procurando-os para os levantar, reverenciando Jesus que jamais
se furtou à misericórdia para os que os foram colhidos nas malhas da
criminalidade, muitas vezes sob o jugo de obsessões cruéis; preparas a mesa,
decoras o lar, inundas a família de alegrias e cercas os amigos de mimos e
carinho pensando em Jesus, o Excelente Amigo de todos...
Tudo isto é Natal sem
dúvida, como mensagem festiva que derrama bênçãos de consolo e amparo,
espalhando na Terra as promessas de um Mundo Melhor, nos padrões estabelecidos
por Jesus através das linhas mestras do amor.
Há, todavia, muitos
outros corações junto aos quais deverias celebrar o Natal, firmando novos
propósitos em homenagem a Jesus.
Companheiros que te
dilaceraram a honra e se afastaram; amigos que se voltaram contra a tua afeição
e se fizeram adversários; conhecidos caprichosos que exigiram alto tributo de
amizade e avinagraram tuas alegrias; irmãos na fé que mudaram o conceito a teu
respeito e atiraram espinhos por onde segues; colaboradores do teu ideal, que
sem motivo se levantaram contra teu devotamento, criando dissensão e rebeldia
ao teu lado; inimigos de ontem que se demoram inimigos hoje; difamadores que
sempre constituíram dura provação. Todos eles são oportunidade para a
celebração do Natal pelo teu sentimento cristão e espírita.
Esquece os males que te
fizeram e pede-lhes te perdoem as dificuldades que certamente também lhes
impuseste.
Dirige-lhes um cartão
colorido para esmaecer o negrume da aversão que os manteve em silêncio e à
distância nos quais, talvez, inconscientemente te comprazes.
Provavelmente alguns até
gostariam de reatar liames... Dá-lhes esta oportunidade por amor a Jesus, que a
todo instante, embora conhecendo os inimigos os amou sem cansaço, oferecendo-lhes
ensejos de recuperação.
O Natal é dádiva do Céu
à Terra como ocasião de refazer e recomeçar.
Detém-te a contemplar as
criaturas que passam apressadas. Se tiveres olhos de ver percebê-las-ás
tristes, sucumbidas, como se carregassem pesados fardos, apesar de exibirem
tecidos custosos e aparência cuidada.
Explodem facilmente,
transfigurando a face e deixando-se consumir pela cólera que as vence
implacavelmente.
Todas desejam
compreensão e amor, entendimento e perdão, sem coragem de ser quem compreenda
ou ame, entenda ou perdoe.
Espalha uma nova
claridade neste Natal, na senda por onde avanças na busca da Vida.
Engrandece-te nas
pequenas doações, crescendo nos deveres que poucos se propõem executar.
Desde que já podes dar
os valores amoedados e as contribuições do entendimento moral, distribui,
também, as joias sublimes do perdão aos que te fizeram ou fazem sofrer.
Sentirás que Jesus,
escolhendo um humílimo refúgio para viver entre os homens semeando alegrias
incomparáveis, nasce, agora, no teu coração como a informar-te que todo dia é
natal para quem o ama e deseja transformar-se em carta-viva para anunciá-lo às
criaturas desatentas e sofredoras do mundo.
Somente assim ouvirás no
imo d’alma e entenderás a saudação inesquecível dos anjos, na noite excelsa:
“Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa
vontade, para com os homens” — vivendo um perene natal de bênçãos por amor a
Jesus.
(Mensagem de Joana De
Angelis no Livro Espírito e Vida de Divaldo Franco)
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