Editorial
Pelos
Caminhos de Jesus
Quando
sentires que o desalento te abala a alma, busca refúgio na prece que ampara e
fortalece.
Quando
se tornar difícil acreditar que o bem vai assentar morada definitivamente no
coração humano, volta-se para Jesus e aguarda.
Sempre
que o contratempo visitar a tua existência, destruindo os sonhos acalentados,
ora e continua trabalhando.
Sempre
que a ingratidão ferir os melhores propósitos de auxílio, ampara ainda mais a
criatura que te ofereceu.
Quando
o desespero insistir em se agasalhar em tua alma, renova-a com fé para
continuares caminhando.
Quando
a doença te minar as energias físicas, busca o tratamento adequado para a
recuperação do corpo, mas não deixes de alimentar a alma com lenitivo da
reflexão e da prece.
Sempre
que um ente querido te ofender ou sobrecarregar, pensa que, Deus conhecendo-lhe
as necessidades, amorosamente colocou-te no caminho dele, a fim de ampará-lo em
direção ao bem através dos exemplos dignos de serem seguidos.
Sempre
que a desilusão fizer ruir os teus anseios, crê que te é solicitada a busca por
novos objetivos
Quando
te agredirem moralmente, não desperdices a oportunidade de exercitar o perdão.
Quando
a fartura se fizer presente à tua mesa, não esqueças dos aflitos que esmolam
por uma côdea de pão.
Sempre
que retornares ao teu lar, ora por aqueles que não o possuem e pelos que, sendo
colhidos por incidentes, ficarão impedidos de voltar.
Sempre
que te recolheres ao leito para o descanso diário, recorda dos que dormem ao
relento, sem cobertor nem aconchego.
Quando
uma criança te sorrir, recorda das mães que tiveram seus filhos arrebatados
pela morte e se entregaram à mãe de Jesus para serem consoladas.
Quando
alguém te disser que não acredita no bem e nem confia no amor, tem piedade do
seu coração distanciado de Deus.
Aquele
que ora, crê e serve, encontra mais força para seguir e mais esperança para
continuar acreditando no porvir.
Apesar
das escolhas equivocadas que muitos fazem, povoando a Terra de agonia e dor, os
que persistem no amor, apesar dos percalços da existência, são exatamente os
que nunca desistem de avançar pelos caminhos de Jesus, proporcionando a
construção de um novo porvir fincado nos alicerces da paz.
Que
sejas um deles.
(Mensagem de Maria do
Rosário Del Pilar, do Livro A Conquista da Felicidade de Eulália Bueno)
Estado da Alma
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Bem-aventurados
os que padecem perseguição por amor da justiça porque deles é o Reino dos Céus.
(Mateus, V: 5, 6 e 10).
Essa melancolia profunda
que chega, sorrateira, e se enraíza no coração, é saudade de regiões mais
felizes, onde a dor não mais tem razão de ser, e o Espírito aspira por ali
viver. Imanado ao corpo, como se estivesse encarcerado em cela estreita, as
forças lhe diminuem, fazendo-o cair em abatimento.
Essa tristeza
inexplicável, que derrama sombras nas paisagens íntimas, resulta, algumas vezes,
de recordações de fatos ditosos, ora distantes, que parecem não mais se
repetirão. O Espírito, sentindo-se impedido de fugir das algemas carnais,
entorpece-se e tomba em desânimo.
Esse desencanto
insistente, que tira a coragem de lutar e leva à depressão, provém da
consciência do degredo que o espírito experimenta na Terra, longe dos afetos e
da paz que não consegue reencontrar. Sabendo-se em situação penosa, de provação
necessária, receia não conquistar a liberdade para voar...
Tais acontecimentos podem
tornar a existência mais amarga, extenuando o ser em luta, que lentamente se
entrega e exaure.
Há outros motivos de
perecimento emocional, que resultam dos problemas naturais da atual existência,
contribuindo para a infelicidade, especialmente quando considerado do ponto de
vista imediato. Surgem, assim, distúrbios psicossociais, desajustamentos
emocionais, perturbações orgânicas.
O corpo experimenta essas
influências e, às vezes, arruína os equipamentos vitais, ameaçados de
desarranjos tão graves quão funestos.
Resiste com todo o vigor
às sortidas desses estados de alma. Eles terminarão, se perseveram, rompendo as
forças de tua vontade e dos elos que mantêm o Espírito ligado ao corpo.
Recorda-te de que, após a
noite, esplende, luminoso, o dia, como à enfermidade sucede a saúde benfazeja.
É natural que aneles por
mais largas conquistas.
Para isso aqui estás em
luta contínua, ao lado de outros Espíritos também necessitados, a fim de que
evoluam, qual ocorre contigo mesmo.
Quando concluídas as tuas
provações, que deves enfrentar com resolução, librarás, ditoso, nesses lugares
de plenitude, que nos aguardam após as necessárias aflições terrenas.
(Reflexão de Joanna De
Angelis, do Livro Luz da Esperança de Divaldo Pereira Franco)
O Educandário Familiar
A
família é o resultado do largo processo evolutivo do espírito na extensa
trajetória vencida por meio das sucessivas reencarnações.
Dessa
forma, a família é o alicerce sobre o qual a sociedade se edifica, sendo o
primeiro educandário do espírito, onde são aprimoradas as faculdades que
desatam os recursos que lhe dormem latentes.
A
família é a escola de bênçãos onde se aprendem os deveres fundamentais para uma
vida feliz e sem cujo apoio fenecem os ideais, desfalecem as aspirações,
emurchecem as resistências morais.
No
lar, fomentam-se e desenvolvem-se os recursos da compreensão humana ou da
agressividade e ressentimento contra as demais criaturas. A constelação
familiar não é uma aventura ao país enganoso do prazer e da fantasia, mas uma
experiência de profundidade, que faculta a verdadeira compreensão da finalidade
da existência terrena com os olhos postos no futuro da humanidade. Campo
experimental de lutas íntimas e externas, constitui oportunidade incomum para
que o espírito se adestre nos empreendimentos pessoais, sem perder o contato
com a realidade externa, com as demais pessoas.
Mesmo
quando não correspondendo às expectativas pessoais, em face do reencontro com
adversários ou caracteres inamistosos, no lar adquire-se a necessária filosofia
existencial para conduzir-se com equilíbrio durante toda a existência.
O
exercício da paciência no clã familiar é valiosa contribuição para a
experiência iluminativa, porquanto, se aqueles com os quais se convive
tornam-se difíceis de ser amados, gerando impedimentos emocionais que se
sucedem continuamente, como poder-se vivenciar o amor em relação a pessoas com
as quais não se tem relacionamento, senão por paixão ou sentimentos de
interesse imediatista? No lar, onde se é conhecido e muito dificilmente se
podem ocultar as mazelas interiores, são lapidadas as imperfeições em contínuos
atritos que não devem resvalar para os campeonatos da indiferença ou do ódio,
do ciúme ou da revolta.
Aquele que hoje se apresenta agressivo e
cínico no grupo doméstico, dando lugar a guerrilhas perversas, encontra-se
doente da alma, merecendo orientação e exigindo mais paciência. Ninguém se
torna infeliz por mero prazer, mas em consequência de muitos fatores que lhe
são desconhecidos.
Quem
não consegue a capacidade de amar aqueles com os quais convive, mais
dificilmente poderá amar aqueloutros que não conhece. O combustível do amor se
inflama com maior potencialidade quando oxigenado pela convivência emocional.
Noutras condições, trata-se apenas de atração física passageira, de libido
exagerada que logo cede lugar ao desencanto, ao tédio, ao desinteresse...
A
família, portanto, é um núcleo de aformoseamento espiritual, que enseja
aprendizagem de relacionamentos futuros exitosos. No grupo animal, quando os
filhos adquirem a capacidade de conseguir o alimento, os pais abandonam-nos,
quando isso excepcionalmente em algumas espécies não ocorre antes. No círculo
humano da família é diferente: os laços entre pais e filhos jamais se rompem,
mesmo quando há dificuldades no relacionamento atual, o que exige transferência
para outras oportunidades no futuro reencarnacionista, que se repetem até a
aquisição do equilíbrio afetivo. É da Divina Lei que somente através do amor o
espírito encontra a. plenitude, e a família é o local onde se aprimora esse
sentimento, que se desdobra em diversas expressões de ternura, de abnegação, de
afetividade...
Com
o treinamento doméstico o espírito adquire a capacidade de amar com mais
amplitude, alcançando a sociedade, que se lhe transforma em família universal.
(Reflexão de Joana De
Angelis, do Livro Constelação Familiar de Divaldo Pereira Franco)
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