Editorial
O Poder da Fé
Jesus nos esclarece que a
fé possui um poder inimaginável, a ponto de “transportar montanhas”, como
consta no evangelho de Mateus, ainda que pequena como um grão de mostarda.
Esclarece, igualmente, que a fé se desenvolve através do trabalho incessante no
bem. Não é algo que se adquire de uma hora para outra. Exige esforço,
dedicação, perseverança.
A pessoa que tem a fé
desenvolvida confia em Deus, no seu amor e providência, mas também em si mesma,
por conhecer os próprios limites e a própria capacidade de ação. Sabe que a
verdadeira fé jamais é confundida com a presunção, mas que esta deve ser conjugada
à humildade, pois aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em
si próprio, por saber que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem
Deus. Por essa razão é que os bons Espíritos lhe vêm em auxílio. [...]
Por outro lado, a fé
legítima dá uma espécie de lucidez que permite se veja, em pensamento, a meta
que se quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele que a possui
caminha, por assim dizer, com absoluta confiança. O discípulo sincero
reconhece, humilde, que perante as provações nem sempre é possível demonstrar a
fé que gostaria.
Na verdade, o processo de
aquisição da fé é trabalho cotidiano e persistente. As pessoas de caráter fraco
ou que desanimam perante os obstáculos, demoram mais na construção do edifício
da fé no íntimo do ser. Muitos iniciam essa aquisição através da religião,
outros pelo controle mental, desenvolvido pela meditação e vontade
disciplinada.
Em todos os lugares, vemos
o obreiro sem fé, espalhando inquietação e desânimo. [...] E transita de
situação em situação, entre a lamúria e a indisciplina, com largo tempo para
sentir-se perseguido e desconsiderado. Em toda parte, é o trabalhador que não termina
o serviço porque se responsabilizou ou o aluno que estuda continuadamente, sem
jamais aprender a lição. Não te concentres na fé sem obras, que constitui
embriaguez perigosa da alma, todavia, não te consagres à ação, sem fé no Poder
Divino e em teu próprio esforço. O servidor que confia na Lei da Vida reconhece
que todos os patrimônios e glórias do Universo pertencem a Deus. Em vista
disso, passa no mundo, sob a luz do entusiasmo e da ação no bem incessante,
completando as pequenas e grandes tarefas que lhe competem, sem enamorar-se de
si mesmo na vaidade e sem escravizar-se às criações de que terá sido venturoso
instrumento. Revelemos a nossa fé, através das nossas obras na felicidade comum
e o Senhor conferirá à nossa vida o indefinível acréscimo de amor e sabedoria,
de beleza e poder.
(Pauta de reflexão do Estudo Sistematizado da
Doutrina Espírita – Ensinos e Parábolas de Jesus Parte 2 – FEB)
No Serviço Cristão
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal
do Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito, estando no corpo,
para o bem ou para o mal.” Paulo (II
Coríntios, 5:10)
Não falta quem veja no Espiritismo mero campo
de experimentação fenomênica, sem qualquer significação de ordem moral para as
criaturas. Muitos aprendizes da consoladora Doutrina, desse modo, limitam-se às
investigações de laboratório ou a discussões filosóficas.
É imperioso reconhecer,
todavia, que há tantas categorias de homens desencarnados, quantas são as dos
encarnados. Entidades discutidoras, levianas, rebeldes e inconstantes transitam
em toda parte. Além disso, incógnitas e problemas surgem para os habitantes dos
dois planos. Em vista de semelhantes razões, os adeptos do progresso efetivo do
mundo, distanciados da vida física, pugnam pelo Espiritismo com Jesus,
convertendo-nos o intercâmbio em fator de espiritualidade edificante.
Acreditamos que não se deve atacar outro círculo de vida, quando não nos
encontramos interessados em melhorar a personalidade naquele em que respiramos.
Não vale pesquisar recursos que não nos dignifiquem.
Eis por que para nós
outros, que supomos trazer o coração acordado para a responsabilidade de viver,
espiritismo não expressa simples convicção de imortalidade: é clima de serviço
e edificação. Não adianta guardar a certeza na sobrevivência da alma, além da
morte, sem o preparo terrestre na direção da vida espiritual. E nesse esforço
de habilitação, não de não dispomos de outro guia mais sábio e mais amoroso que
o Cristo.
Somente à luz de suas
lições sublimes é possível reajustar o caminho, renovar a mente e purificar o
coração. Nem tudo o que é admirável é divino. Nem tudo o que é grande é
respeitável. Nem tudo o que é belo é santo. Nem tudo o que é agradável é útil.
O problema não é apenas de saber. É o de reformar-se cada um para a extensão do
bem.
Afeiçoemo-nos, pois, ao
evangelho sentido e vivido, compreendendo o imperativo de nossa iluminação
interior, porque, segundo a palavra oportuna e sábia do Apóstolo, “todos
devemos comparecer ante o tribunal do Cristo, a fim de recebemos, de acordo com
o que realizamos, estando no corpo o bem ou o mal.
(Mensagem de Emmanuel do livro Pão Nosso de Francisco
C. Xavier)
Espiritismo no Lar
“Deus
permite que, nas famílias, ocorram essas encarnações de Espíritos antipáticos
ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e, para outros,
de meio de progresso.” Evangelho Segundo
o Espiritismo, Capítulo 4º — Item 18.
Todos sabemos valorizar o
benefício de um copo d’água fria ou de uma ampola de injetável tranquilizante,
ofertados num momento de grande aflição.
Reconhecemos a bênção do
alfabeto que nos descortina as belezas do conhecimento universal e bendizemos
quem no-lo imprimiu nos recessos da mente. Mantemos no carinho do espírito
aqueles que nos ajudaram nos primeiros dias da reencarnação, oferecendo-nos
amparo e amamentação. Somos reconhecidos àqueles que nos nortearam em cada hora
de dúvida e não esquecemos o coração que nos agasalhou nos instantes difíceis
do caminho renovador...
Muitos há, no entanto, que
desdenham e esquecem todos os benefícios que recebem durante a vida... Há um
inestimável benefício que te enriquece a existência na Terra: o conhecimento
espírita. Esse é guia dos teus passos, luz nas tuas sombras e pão na mesa das
tuas necessidades. Poucas vezes, porém, pensaste nisso.
Recebeste com o
Espiritismo a clara manhã da alegria, quando carregavas noite nos painéis
mentais e segues confiante, de passo firme, com ele a conduzir-te qual mãe
desvelada e fiel. Se o amas, não o detenhas apenas em ti. Faze mais. Não
somente em propaganda “por fora”, mas principalmente dentro do teu lar.
No lar se caldeiam os espíritos
em luta diária nas tarefas de reajustamento e sublimação. Na família, os
choques da renovação espiritual criam lampejos de ódios e dissenção, que podes
converter em clarões-convites à paz.
Não percas a oportunidade
de semear dentro de casa. Apresenta a tua fé aos teus familiares mesmo que eles
não queiram escutar.
Utiliza o tempo, a psicologia
da bondade e do otimismo e esparze as luminescências da palavra espírita no
reduto doméstico. Se te recusarem ensejo, apresenta-o, agindo. Se te repudiarem
conduze-o, desculpando. Se te ferirem espalha-o amando. Pelo menos, uma vez por
semana, reúne a tua família e felicita-a com o Espiritismo, criando assim, e
mantendo, o culto evangélico, para que a diretriz do Mestre seja eficiente rota
de amor à sabedoria em tua casa...
Ali, na oportunidade,
ouvidos desencarnados se imantarão aos ouvidos dos teus e escutarão; olhos
atentos verão pelos olhos da tua família e se nublarão de pranto; mentes se
ligarão às outras mentes e entenderão...
Sim, ouvidos, olhos e
mentes dos desencarnados que habitam a tua residência se acercarão da mesa de
comunhão com o Senhor, recebendo o pão nutriente para os espíritos perturbados
através do combustível espírita que não é somente manancial para os homens da
Terra, mas igualmente para os que atravessaram os portais do além-túmulo em
doloroso estado de sofrimento e ignorância.
Agradece ao Espiritismo a
felicidade que possuís, acendendo-o como chama inapagável no teu lar, para
clarear os teus familiares por todos os dias.
O pão mantém o corpo. O
agasalho guarda o corpo. O medicamento recupera o corpo. O dinheiro acompanha o
corpo.
Seja o Espiritismo em ti o
corpo do teu espírito emboscado no teu corpo, a caminhar pelo tempo sem fim
para a imortalidade gloriosa. E se desejares felicidade na Terra, incorpora-o
ao teu lar, criando um clima de felicidade geral.
(Mensagem de Joanna de Ângelis, no livro S.O.S
Família de Divaldo P. Franco)
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