Editorial
O valor do Auxílio
O valor do auxílio não
está na intenção do pedinte, mas na intenção do doador. Quem trabalha no bem
deve dar sem olhar a quem. Ante a Vida Maior [...], o que vale é o que fazemos
em favor do bem.
Se os que nos procuram
trazem o coração envenenado, a mente cheia de suspeitas injustas e o ardil nos
lábios, é evidente que são os mais necessitados. Pois pode haver maior
necessidade do que aquela que ignora a si mesma?
Se os Espíritos Superiores
não advertem o médium quanto às más intenções do consulente, é porque este deve
ser socorrido, e o médium precisa aprender a auxiliar até mesmo quando
enganado.
O resultado das boas ações
é computado pela evolução. O galhofeiro de hoje evoluirá amanhã e acabará por
envergonhar-se de si próprio.
Precisamos considerar que
a Terra é ainda um reduto da ignorância. O consulente ardiloso ignora a
extensão da sua maldade. Tanto assim que busca a verdade através da mentira.
Não compreende a importância do ato mediúnico e por isso não pode avaliar o que
faz. Age inconscientemente no uso da própria consciência. Pode haver maior
alienação do que essa?
O médium, pelo contrário,
está em plena posse da sua consciência voltada para o bem. Pode haver maior
integridade moral no comportamento humano?
Mediunidade a serviço do
bem é aprendizado como qualquer outro. Se o médium se sentisse infalível,
estaria à beira da falência. É melhor falir entre os homens ou perante os
homens, por amor, do que falir ente a Espiritualidade Superior por vaidade e
orgulho.
A obra mediúnica sincera e
nobre não é afetada por alguns episódios de prova. Os benefícios semeados
através do trabalho digno não são depreciados pela maledicência e a ignorância.
Os que receberam o bem de
que necessitavam saberão multiplicá-lo ao seu redor. Porque grande é o clamor
dos que sofrem e mesquinho o esgar dos zombeteiros.
Prosseguir no bom combate,
à maneira de Paulo, é o dever de todos os médiuns a serviço do bem.
(Mensagem de Irmão Saulo, no livro Diálogo dos
Vivos de Francisco Cândido Xavier e J.Herculano Pires)
Parábola dos dois filhos
“Um homem tinha dois
filhos. Dirigindo-se ao primeiro,
disse-lhe: ‘Meu filho vai trabalhar hoje na vinha.’ Respondeu ele: ‘Não quero’.
Mas, em seguida, tocado de arrependimento foi. Dirigindo-se depois ao outro
disse-lhe a mesma coisa. O filho respondeu: ‘Sim, pai!’ Mas não foi.” (Mateus, 21: 28 a 30).
...Notemos bem a atitude
do pai daqueles dois filhos, pois essa atitude reflete claramente as condições
em que os homens se acham em relação a Deus, o Pai comum de toda a Humanidade.
Ele dirigiu aos filhos um simples e natural chamamento, e o fez de modo que
eles pudessem, sem constrangimento, aceitá-lo ou não. Não prometeu recompensas
e favores ao que o atendesse, nem punição ao que o desobedecesse. Concedeu-lhes
liberdade de ação. Espelha-se aí, nitidamente para os que tiverem olhos de ver,
a relação em que estamos, nós, os homens, em face da Lei Natural que nos rege o
destino. A lei é clara e simples, serena e justa. Um apelo, apenas: “Vai, hoje,
trabalhar na minha vinha”, isto é, cumpre o teu dever; corrige-te,
aperfeiçoa-te, procurando conhecer-te a ti mesmo. Não faças a outrem o que não
desejas que os outros te façam. Ama o próximo como a ti mesmo, de vez que a
cada um será dado segundo as suas obras, e não conforme a crença que adote, ou,
ainda, as cerimônias que pratique... Res, non verba (Fatos, não palavras).
São dignas de nota as
ligações desta historieta cuja singeleza condiz tão bem com a humildade e a
sabedoria da escola cristã. Quanta nobreza e eloquência encerra a compostura do
pai destes dois filhos! Na sua serenidade vê-se que ele conhece profundamente o
temperamento dos filhos e sabe a maneira eficaz de conduzi-los. Conhece também
as consequências, decorrentes da desobediência, que recairão sobre eles. Age,
por isso, como onisciente e onipotente. Não tem pressa: confia e espera. Não
ameaça com penalidades os desobedientes, nem acena com prêmios e pagas para ser
atendido e respeitado. Não quer servos nem lacaios: quer filhos que reflitam o
caráter e as qualidades paternas. Portanto, não age nem humilha: dá liberdade.
Repetimos: quanta nobreza e quanta excelência na atitude dessa figura paterna
concebida e plasmada pelo Divino Mestre para nos instruir e esclarecer acerca
das relações entre Deus e os homens! Está patente, neste transe da parábola, o
livre-arbítrio relativo que gozamos. Em tal, importa a condição de
responsabilidade e, consequentemente, do mérito ou demérito de cada um.
(Reflexões do Livro Na Seara do Mestre de
Vinícius)
Transcrição
Meus Queridos,
Eu, Ivo dos Santos, venho
hoje mandar notícias minhas para minha família. Minha esposa Joana, meus filhos
André e Eduardo e minha filha do coração Ângela.
Vocês sabem da minha dor,
do quanto sofri com aquela doença que foi acabando comigo pouco a pouco, como
uma vela que se apaga.
Felizmente, ainda vivo, eu
tive a oportunidade de repensar as minhas atitudes perante a vida e tomar
conhecimento Doutrina Espírita.
Esse conhecimento foi
muito benéfico para mim, pois eu pude aceitar a minha condição com mais calma,
sabendo que não era o fim. Também tinha alguma noção do que encontrar no lado
de cá, mas nada é igualzinho ao que imaginamos na Terra, é muito melhor.
Não senti muito a minha
partida, para mim foi um alívio. Vocês sentiram muito, muito mais que eu.
Fui amparado pelos irmãos
e levado a um hospital no astral para refazimento e tratamento. Eu fiquei lá um
bom tempo.
Hoje, eu estudo para
conhecer melhor como são as coisas e presto serviços correspondentes a minha
condição de aprendiz. Estou bem!
Vocês, minha família
querida, eu acompanho por notícias que os amigos me trazem. Ainda não tenho
permissão para visitas, preciso me equilibrar mais.
Sinto as preces que ainda
fazes por mim, querida Joana, e me sinto tão bem.
O amor não morre nunca, e
nos acompanha aonde quer que vamos. Amo vocês todos, do fundo da minha alma!
Que o Mestre Jesus os
ampare e ilumine sempre! Um abraço apertado e carinhoso!
Do seu Ivo dos Santos.
(Psicografada em 16/02/2017)
Afetos
A afetividade é uma função
que desenvolve as faculdades superiores do espírito, e que, quando nos dispomos
a exercê-la, abre nossas potencialidades para o exercício e a descoberta de
valores ligados à essência divina em nós. No processo de autotransformação
existe a preocupação constante em relacionar-se com os outros de forma cada vez
mais afetiva, buscando o aprimoramento nas relações a fim de torná-las
emocionalmente mais equilibradas.
A principal maneira de
testar como anda nossa afetividade é na relação com os familiares. São eles o
nosso primeiro contato social e com os quais estabelecemos as primeiras
projeções do mundo interior. Uma pessoa afetiva demonstra o nível em que se
encontra na forma como se relaciona com seus pares em casa. Demonstrar
afetividade com os familiares representa abrir seu coração para o entendimento
com o outro sem cobranças ou exigências.
Resolvida a afetividade em
casa podemos partir para estendê-la aos amigos, construindo relações sólidas e
maduras, sem dependências ou hierarquias. São nossos amigos que nos situam na
sociedade na medida que nos dão retorno de nosso comportamento coletivo. Outras
vezes conseguimos estender aos familiares a maneira como nos relacionamos com
amigos, facultando a ampliação das nossas relações afetivas.
Através do contato com as
pessoas às quais amamos é que conseguimos o melhor de nossa afetividade. Seria
ideal que transferíssemos o carinho que temos para com os que amamos aos que
fazem parte de nossa convivência social obrigatória. No processo de
autotransformação estamos constantemente ampliando nossas relações,
consolidando as antigas e disponibilizando-nos às relações afetivas com
estranhos.
Para que nos certifiquemos
de nossa situação em relação à autotransformação, deveremos verificar quais
foram as mudanças significativas que fizemos nos últimos cinco anos em face dos
embates com o mundo. Dispondo-nos às modificações que a consciência nos exige,
poderemos entrar na autotransformação sem nos expormos excessivamente ao mundo.
A razão representou uma grande conquista para a aquisição da consciência no ser
humano, e a administração das emoções é o passo seguinte para a entrada na
transcendência espiritual.
(Reflexões do Livro Psicologia e Espiritualidade
de Adenàuer Novaes)
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