Editorial
Há flores no caminho
Por mais que a sombra da
tristeza nuble seus horizontes de ventura, lembre-se que em alguma parte, há
flores no caminho.
Por mais que o pranto
insista em molhar seu rosto, apagando a esperança do olhar, nunca esqueça que
sempre há flores no caminho.
Mesmo que a solidão e o
infortúnio teimem em roubar a sua alegria de viver, continue persistindo porque
há flores no caminho.
Se o amor que julgava
verdadeiro desertar de sua existência, não agasalhe a mágoa pesarosa, pois sempre
é tempo de descobrir que há flores no caminho.
Se a morte arrebatar da
sua convivência familiares queridos, deixando a desolação, corra para ver que
há flores no caminho.
Se a vida em alguns
momentos lhe parecer campo deserto onde somente surgirem os cactos da dor para
acompanhar seus passos, insista em descobrir que há flores no caminho.
Se você estiver envolto
num turbilhão de desespero e angústia sem divisar um horizonte promissor, saiba
que esse momento lhe esconde que há flores no caminho.
Quando a sequência dos
seus dias mais parecer um amontoado de noites tormentosas, acredite que haver
um lindo alvorecer e com ele você descobrirá que há flores no caminho.
Se a ingratidão dos filhos
machucar profundamente seu coração, tornando-o deprimido e infeliz, nunca
olvide que há flores no caminho.
Se a doença amortalhar seu
corpo e conduzir consigo toda a esperança da cura, continue confiando que há
flores no caminho.
Mesmo que olhando ao seu
redor tudo pareça convencer de que a vitória da iniquidade e do mal pode ser
dada por certa, afirme a quem quiser ouvir que há flores no caminho.
Quando alguém atribuir a
dos acontecimentos funestos à ausência de Deus, diga-lhe que Ele segue com
todos c que é por isso que há flores no caminho.
Você mesmo, apesar dos
sonhos desfeitos, das angústias desmedidas, da insistência no erro, da sucessão
dos desenganos, da existência da dor, da sombra e do desespero que insistem em
ficar, da fé titubeante, é um belo jardim que Deus legou à Terra e, por todos
os lugares onde andar, verá surgirem flores em seu caminho.
Flores de amizade, flores
de alegria, flores de renovação, flores de caridade, flores de luz, flores e
mais flores no caminho entre você e Deus a lhe dizer que vale a pena continuar
a jornada.
(Mensagem de Maria do Rosário Del Pilar, no livro
A conquista da felicidade de Eulália Bueno)
O homem de bem
O verdadeiro homem de bem
é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se
ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se
violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se
desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer
queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na
Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão
nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro,
razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as
vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou
expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de
amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal
com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus
interesses à justiça.
Encontra satisfação nos
benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros,
nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu
primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar
dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao
contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
O homem de bem é bom,
humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças,
porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as
convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.
Em todas as
circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que
prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu
desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à ideia de causar um
sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta
ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.
Não alimenta ódio, nem
rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas
e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver
perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também
necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo:
"Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se
compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a
isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias
imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços
emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de
melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus
talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para
fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua
riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado
pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos
bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de
prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo
à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros
homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante
Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar
com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição
subalterna em que se encontram.
O subordinado, de sua
parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los
conscienciosamente. Finalmente, o homem
de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza,
como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as
qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por
possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais
conduz.
(O Evangelho segundo o Espiritismo Cap. XVII –
Item 3)
Querida família,
Finalmente, hoje pude aqui
estar para falar com vocês sobre o que me aconteceu. Após meses de cama de uma
doença que não pude me livrar, aqui estou para lhes dizer o que me aconteceu
após o desencarne.
Pensei que fosse sofrer
muito, mas a espiritualidade lá estava, junto com meus parentes que me
antecederam, vovó Cremilda e vovô Pedro lá estavam com um abraço apertado. Me
receberam e disseram para que eu nada temesse, pois seria encaminhado a um
hospital espiritual para me recuperar. Ainda transtornado, sentia-me bem. O
sofrimento que aí passei, quando encarnado, sumiu. E me senti muito bem, depois
de ficar internado não sei por quanto tempo.
Fui levado a assistir
palestras educativas, junto a outros irmãos que se encontravam em situação
idêntica à minha. Levamos algum tempo nesta fase de aprendizado, aí pude
entender o que estávamos destinados a fazer quando encarnados.
Peço atenção para nossas
filhas Renata e Joana que estão numa fase de transição, necessitando de muito
amor e atenção da parte de minha esposa Irene, que peço não deixar que a
tristeza tome conta de todas. Estou bem e numa outra oportunidade me dirigirei
novamente a vocês.
Beijos a todos, ao João,
André e Paulo, que sigam seus projetos de vida. Um grande beijo para você Irene
e até breve.
Paulo José de Freitas
Brilhe vossa Luz
Meu amigo, no
vasto caminho da Terra, cada criatura procura o alimento espiritual
que lhe corresponde à posição evolutiva.
A abelha suga a flor, o
abutre reclama despojos, o homem busca emoções. Mas ainda mesmo no terreno das
emoções, cada espírito exige tipos especiais.
Há sofredores inveterados
que outra coisa não demandam além do sofrimento, pessimistas que se enclausuram
em nuvens negras, atendendo a propósito deliberado, durante séculos. Suprem a
mente de torturas contínuas e não pretendem construir senão a piedade alheia,
sob a qual se comprazem.
Temos os ironistas e
caçadores de gargalhadas que apenas solicitam motivos para o sarcasmo de que se
alimentam.
Observamos os discutidores
que devoram páginas respeitáveis, com o único objetivo de recolher
contradições para sustentarem polêmicas infindáveis.
Reparamos os temperamentos
enfermiços que sorvem tóxicos intelectuais, através de livros menos dignos, com
a incompreensível alegria de quem traga envenenado licor.
Nos variados climas do
mundo, há quem se nutra de tristeza, de insulamento, de prazer barato, de
revolta, de conflitos, de cálculos, de aflições, de mentiras...
O discípulo de Jesus,
porém — aquele homem que já se entediou das substâncias
deterioradas da experiência transitória —, pede a luz da sabedoria, a fim de
aprender a semear o amor em companhia do Mestre...
Para os companheiros que
esperam a vida renovada em Cristo, famintos de claridade eterna, foram escritas
as páginas deste livro despretensioso.
Dentro dele não há
palavras de revelação sibilina.
Traduz, simplesmente, um
esforço para que nos integremos no Evangelho, celeiro divino do nosso pão
de imortalidade.
Não é exortação, nem
profecia.
É apenas convite.
Convite ao trabalho
santificante, planificado no Código do Amor Divino.
Se a candeia ilumina,
queimando o próprio óleo, se a lâmpada resplende, consumindo a energia que
a usina lhe fornece, ofereçamos a instrumentalidade de nossa vida aos
imperativos da perfeição, para que o ensinamento do Senhor se revele, por nosso
intermédio, aclarando a senda de nossos semelhantes.
O Evangelho é o Sol da
Imortalidade que o Espiritismo reflete, com sabedoria, para a atualidade do
mundo.
Brilhe vossa luz!
— proclamou o Mestre.
Procuremos brilhar! — repetimos
nós.
(Emmanuel no livro Vinha de
Luz de Francisco Cândido Xavier)
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