Editorial
Amanhã
“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá
amanhã.” (Tiago, 4:14.)
Diz o preguiçoso: “Amanhã
farei”.
Exclama o fraco: “amanhã,
terei forças”.
Assevera o delinquente: “amanhã
regenero-me”.
É imperioso reconhecer,
porém, que a criatura, adiando o esforço pessoal, não alcançou, ainda, em
verdade, a noção real do tempo.
Quem não aproveita a
benção do dia, vive distante da glória do século.
Alma sem coragem de
avançar cem passos, não caminhará vinte mil.
O lavrador que perde a
hora de semear, não consegue prever as consequências da procrastinação do
serviço a que se devota, porque, entre uma hora e outra, podem surgir
impedimentos e lutas de indefinível duração.
Muita gente aguarda a
morte para entrar numa boa vida, contudo, a lei é clara quanto à destinação de
cada um de nós.
Alcançaremos sempre os
resultados a que nos propomos.
Se todas as aves possuem
asas, nem todas se ajustam à mesma tarefa, nem planam no mesmo nível.
A andorinha voa na direção
do clima primaveril, mas o corvo, de modo geral, se consagra, em qualquer
tempo, aos detritos do chão.
Aquilo que o homem procura
agora, surpreenderá amanhã, à frente dos olhos e em torno do coração.
Cuida, pois, de fazer, sem
delonga, quanto deve ser feito a benefício de tua própria felicidade, porque o Amanhã
será muito agradável e benéfico somente para aquele que trabalha no bem,
valorosamente, nas abençoadas horas de Hoje.
(Mensagem de Emmanuel, do livro Fonte Viva de
Francisco Cândido Xavier)
Os bons espíritas
Bem compreendido, mas
sobretudo bem sentido, o Espiritismo leva aos resultados acima expostos, que
caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o
mesmo é, que outro. O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas
facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé
inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam. Muitos, entretanto, dos
que acreditam nos fatos das manifestações não lhes apreendem as consequências,
nem o alcance moral, ou, se os apreendem, não os aplicam a si mesmos. A que
atribuir isso? A alguma falta de clareza da Doutrina? Não, pois que ela não
contém alegorias nem figuras que possam dar lugar a falsas interpretações.
A clareza e da sua
essência mesma e é donde lhe vem toda a força, porque a faz ir direito à
inteligência. Nada tem de misteriosa e seus iniciados não se acham de posse de
qualquer segredo, oculto ao vulgo. Será então necessária, para compreendê-la,
uma inteligência fora do comum? Não, tanto que há homens de notória capacidade
que não a compreendem, ao passo que inteligências vulgares, moços mesmo, apenas
saídos da adolescência, lhes apreendem, com admirável precisão, os mais
delicados matizes. Provém isso de que a parte por assim dizer material da
ciência somente requer olhos que observem, enquanto a parte essencial exige um
certo grau de sensibilidade, a que se pode chamar maturidade do senso moral,
maturidade que independe da idade e do grau de instrução, porque é peculiar ao
desenvolvimento, em sentido especial, do Espírito encamado.
Nalguns, ainda muito
tenazes são os laços da matéria para permitirem que o Espírito se desprenda das
coisas da Terra; a névoa que os envolve tira-lhes a visão do infinito, donde
resulta não romperem facilmente com os seus pendores nem com seus hábitos, não
percebendo haja qualquer coisa melhor do que aquilo de que são dotados. Têm a
crença nos Espíritos como um simples fato, mas que nada ou bem pouco lhes
modifica as tendências instintivas. Numa palavra: não divisam mais do que um
raio de luz, insuficiente a guiá-los e a lhes facultar uma vigorosa aspiração,
capaz de lhes sobrepujar as inclinações. Atêm-se mais aos fenômenos do que a
moral, que se lhes afigura banal e monótona. Pedem aos Espíritos que
incessantemente os iniciem em novos mistérios, sem procurar saber se já se
tornaram dignos de penetrar os arcanos do Criador.
Esses são os espíritas
imperfeitos, alguns dos quais ficam a meio caminho ou se afastam de seus irmãos
em crença, porque recuam ante a obrigação de se reformarem, ou então guardam as
suas simpatias para os que lhes compartilham das fraquezas ou das prevenções.
Contudo, a aceitação do princípio da doutrina é um primeiro passo que lhes
tornará mais fácil o segundo, noutra existência. Aquele que pode ser, com
razão, qualificado de espírita verdadeiro e sincero, se acha em grau superior
de adiantamento moral.
O Espírito, que nele
domina de modo mais completo a matéria, dá-lhe uma percepção mais clara do
futuro; os princípios da Doutrina lhe fazem vibrar fibras que nos outros se
conservam inertes. Em suma: é tocado no coração, pelo que inabalável se lhe
torna a fé. Um é qual músico que alguns acordes bastam para comover, ao passo
que outro apenas ouve sons. Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua
transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações
más. Enquanto um se contenta com o seu horizonte limitado, outro, que apreende
alguma coisa de melhor, se esforça por desligar-se dele e sempre o consegue, se
tem firme a vontade.
(Texto do ítem 4, cap. XVII de O Evangelho Segundo
o Espiritismo)
Tua Benção
Não te queixes de cansaço
na tarefa que Deus te confiou: um filho a orientar, um lar a manter, o bem a
construir ou algum princípio nobre a defender.
Recorda aqueles
companheiros do mundo que suspiram por ligeira parcela das possibilidades que
te enriquecem a vida: os que anseiam por movimentos livres e jazem parafusados
no catre; os que desejariam comunicar aos semelhantes os mais belos sentimentos
que lhes povoam a alma e sofrem a provação da mudez; os enfermos e
desmemoriados que se atormentam na sede de um lar e sofrem a provação e
vagueiam sem rumo, atirados à noite, mendigando assistência; e os outros muitos
que aspirariam a socorrer aos irmãos em Humanidade, expondo as idéias de paz e
reconforto, cultura e beleza que lhes brilham no espírito e permanecem trancados
na obsessão ou que caminham dissipando os próprios recursos nas substâncias
tóxicas que ainda não conseguiram erradicar das próprias vidas.
Teu trabalho – tua
bênção.
Seja lavrando o campo ou
amoldando o metal suportando com paciência algum calvário doméstico ou sofrendo
as vicissitudes das causas públicas, não digas que te encontras em sacrifício
por agradar a teus pais ou a fim de acompanhar determinado amigo, de modo a
prestigiar um parente amado ou em benefício desse ou daquele irmão.
Se guardas o privilégio de
servir, amparando aos outros, estás edificando a felicidade em favor de ti
mesmo. Lembra-te de que todos nos
achamos interligados nas criações da Divina Sabedoria.
Embora transformado e
redistribuído por muitas mãos, à maneira da força elétrica que procede da
usina, o trabalho que se te confia vem positivamente da Bondade de Deus.
(Mensagem de Meimei, do Livro Somente Amor de
Francisco Cândido Xavier)
Que felicidade poder fazer parte desta casa! Parabéns a todos que contribuem para que ela possa atender a tantas necessidades físicas e espirituais. Parabéns, Renata, pelo empenho, esforço e dedicação para manter esse jornal tão importante para todos nós. Gratidão!
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