Editorial
Natal de luz
Se ao abeirar da noite sublime de Natal nada vês à
frente senão a oportunidade de realizar desejos e alimentar sonhos para o ano
vindouro, lastimo dizer que ainda não penetraste o verdadeiro espírito dessa
data.
Por acaso esqueces que o divino aniversariante
roga por todos, e para todos, quer o melhor?
Recorda que ele dispensou a pompa e o luxo e veio
ao mundo de forma tão simples, para eternizar a mensagem de que fosses humildes
sempre.
Todos os que passavam puderam participar de
momento tão majestoso, e com isso deixou-nos a lição da confraternização que
não deve ficar restrita à nossa casa, mas dela transbordar em todas as direções
alegrando também ao que jazem esquecidos pelas sarjetas, os que não tem
família, nem lar e nem pão, pois eles são teus irmãos e é Natal tanto para eles
quanto para ti.
Não precisas abandonar o lar na noite festiva para
estar com eles, mas podes desperdiçar menos para que, de tua abastança, uma
migalha possas oferecer aos menos favorecidos, para propiciar-lhes uma noite
feliz.
E quando o Natal chegar, não o procures ou vivas
somente nas coisas externas. Embora tenhas os pés fincados no chão das
necessidades humanas, não furtes aos olhos o espetáculo do céu.
Lembra que na sublime noite Jesus faz com que as
luzes celestiais caiam sobre toda a Terra.
Não coloques o coração em trevas. Abre-o para
transformar a escuridão em berço de estrelas fulgurantes, que desprendendo-se
do infinito vem ornar as almas aflitas e desesperançadas trazendo com elas a
dúlcida figura do Mestre Nazareno a relembrar-nos que para todo sempre ele
estará conosco.
(Mensagem de Maria do Rosário Del Pilar, no Livro
A Conquista da Felicidade de Eulália Bueno)
Nas Diretrizes
do Evangelho
“Nem todo o que diz Senhor, Senhor, entrara no
Reino dos Céus, mas sim o que faz a vontade de meu Pai...” (Mateus, 7:21)
O tema nos convida a reflexão sobre como nos
posicionamos na qualidade de discípulos frente aos ensinamentos de Jesus. Em
diversas oportunidades Jesus exemplificou como deveríamos nos portar frente às
diversas situações que a vida nos coloca. Quando descobrimos a riqueza do
Evangelho, encontramos verdadeiro manancial que auxilia a nos reformarmos
interiormente.
A reforma perante a luz do Cristo, certamente nos
torna pessoas melhores. Porém, o fato consiste somente em Parte da questão. De
que vale chamá-lo de Mestre quando não se segue os seus preceitos? Faz-se
imprescindível aplicar seus ensinamentos na própria vida transformando-se com o
objetivo maior de melhor servir. No próprio capítulo citado acima, Mateus
relembra a assertiva do Mestre: “Assim, pois, pelos seus frutos os
conhecereis”, ou seja, o trabalho é fundamental.
Já dizia Paulo “Somos cooperadores de Deus” (I
Coríntios, 3:9) e, para nos ensinar como cooperar, Jesus veio pessoalmente
trazer sua mensagem de amor que nos ensina como proceder. Esta mensagem está
concentrada nos Evangelhos que constituem um verdadeiro manual de normas de
conduta. E Jesus fornecendo padrões educativos nas passagens do Evangelho,
através dos seus exemplos e ensinamentos, que nos levarão a plenitude,
culminando na conquista do Reino dos Céus dentro de nós.
“Não basta fazer do Cristo Jesus o benfeitor que
cura e protege. É indispensável transformá-lo em padrão permanente da vida, por
exemplo e modelo de cada dia” (VL 100). Como absorver tal citação em nossas
vidas se ainda estamos tio distantes do que seria um bom exemplo? Os Evangelhos
nos ensinam o caminho, mas a prática a nos pertence totalmente. E é justamente
nessa prática, envolvida pela caridade, que estaremos aprendendo com o Mestre
do amor e da renúncia.
O trabalho digno é a oportunidade abençoada e,
trazendo para o nosso contexto, não resta dúvida que o exercício da mediunidade
é um excelente campo na seara do bem. Entretanto, boa Parte dos aprendizes é
ainda motivada pela oportunidade de atuar na prática fenomênica atraídos muitas
vezes pelo fantástico e pela curiosidade. Alcançar o título de médium, em
obediência a meros preceitos do mundo, não representa esforço essencialmente
difícil. Receber mensagens do Além e transmiti-las a outrem, simplesmente,
pouca valia possui, a menos que se esteja com propósitos elevados.
Sabemos que o intercâmbio mediúnico é
acontecimento natural e o médium é um ser humano como qualquer outro. O que o
diferencia é o agir e servir, ajudar e socorrer sem recompensa e sem
vangloriar-se, sabendo fazer bom uso do empréstimo que a Bondade Infinita lhe
concedeu, e pautando-se pelas diretrizes de Jesus.
Não podemos nos esquecer de que como médiuns somos
instrumentos nas mãos do divino Mestre - é indispensável afinar o nosso
instrumento de serviço justamente pelo Seu diapasão. Todos podem transmitir
recados espirituais, doutrinar irmãos e investigar a fenomenologia, mas para
imantar corações em Jesus é indispensável sejamos fiéis servidores do bem,
trazendo o cérebro repleto de inspiração superior e o coração inflamado na Fe
viva.
Assim, todos aqueles que se veem convidados a
atuar no Campo da mediunidade, devem ter muito claro que todo o trabalho sempre
deverá ser feito em Espírito de muita fraternidade e em nome de Jesus. Quanto
mais o médium se purifica mais se sintoniza com a espiritualidade elevada e,
para se purificar, a prática do Evangelho é o melhor caminho.
O Espírito Emmanuel nos orienta: “quando termine
cada dia, passam em revista as pequeninas experiências que partilhaste na
estrada vulgar. Observa os sinais com que assinalaste os teus atos, recordando
que a marca do Cristo é, fundamentalmente, aquela do sacrifício de si mesmo
para o bem de todos” (VL 8).
“E tudo o quanto fizerdes, fazei-o de todo o
coração, como ao Senhor, e não aos homens”. Paulo (Colossenses, 3:23).
(Pauta do livro Curso de Educação Mediúnica da
FEESP)
Potenciais
Autodescobrir-se é conhecer seus próprios
potenciais internos, perceber a capacidade de realização pessoal e enfrentar os
processos de que a Vida exige envolvimento e solução. Quando nos
conscientizamos que somos feitos da matéria prima de Deus, o espírito imortal,
adquirimos a consciência de nosso poder interno.
A consciência da indestrutibilidade do espírito,
isto é, de si mesmo, é fator fundamental para a descoberta e desenvolvimento
dos potenciais interiores. Nossos potenciais são capacidades internas não
utilizadas face ao desvio de energia psíquica para os desejos egóicos. Tais
desejos, calcados no egoísmo atávico, resultante do nível de evolução da
maioria dos habitantes do planeta, impedem que enxerguemos as habilidades já
conquistadas em vidas passadas, bem como aquelas que podemos desenvolver na
atual.
O desenvolvimento dessas habilidades pode ser
impulsionado pelos pais, principalmente por aqueles que demonstraram capacidade
de realização frente ao mundo, nas várias dimensões da Vida. Quando não são os
pais que impulsionam, são os exemplos de familiares mais destacados no grupo,
de professores, de mestres, de figuras religiosas, de heróis, bem como daqueles
que constroem uma boa relação produtiva com a sociedade.
Para desenvolver e fazer desabrochar os potenciais
do espírito, devemos acreditar em nossa criatividade e impulsioná-la para além
dos limites impostos pela consciência racional, buscando penetrar nos meandros
da mente, à maneira dos artistas, poetas e místicos da humanidade. Não há
limites quando, através da oração sincera a Deus, e integrados nos Seus
propósitos, usamos a inspiração, a intuição e a criatividade. Além da oração
pode-se descobrir o próprio mundo interior através de meditações e de processos
analíticos terapêuticos.
A Vida deve se tornar disponível para o Self,
visto que nele se encontra a matriz diretora gerada pelo espírito.
(Reflexões do livro Psicologia e Espiritualidade
de Adenàuer Novaes)
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