Editorial
Libertemo-nos
O homem, na sua essência, é um espírito imortal,
usando a vestimenta transitória na imortalidade – concedidos à criatura para o
aprendizado de elevação.
A crosta do Mundo é o campo benemérito, onde cada
um de nós realiza a sementeira do próprio destino.
A ciência é o serviço do raciocínio, erguendo a
escola do conhecimento.
A filosofia é o sistema de indagação que auxilia a
pensar.
A religião, porém, é a bússola brilhante, desde a
Terra, o caminho da ascensão.
Todos nós somos herdeiros da Sabedoria Infinita e
do Amor Universal.
Entretanto, sem o arado do trabalho, com que
possamos adquirir os valores inalienáveis da experiência, prosseguiremos
colocados ao seio maternal do Planeta, na condução de lesmas pensantes.
Não repouses à frente do dia rápido.
Abre os olhos à contemplação da verdade que
regenera e edifica.
Abre a mente aos ideais superiores que refundem a
existência.
Abre os braços ao serviço salutar.
Descerre o verbo à exaltação da e da luz.
Abre as mãos à fraternidade, auxiliando ao
próximo.
Abre, sobretudo, o coração ao amor que nos redime,
convertendo-nos fielmente em companheiros do amigo Sublime da Criaturas, que
partiu do mundo, de braços abertos na cruz, oferecendo-se à Humanidade inteira.
Cada inteligência tocada pela claridade religiosa,
nas variadas organizações da fé viva, é uma estrela que ilumina os
remanescentes da ignorância e do egoísmo, no caminho terrestre.
Liberta-se e sobre a luz do píncaro, a fim de
iluminares a marcha daqueles mais necessitados que tu mesmo, na jornada de
aperfeiçoamento e libertação.
(Mensagem de André Luiz no livro Apostilas da Vida
de Francisco Cândido Xavier)
Como Lázaro
“E o defunto saiu, tendo
as mãos e os pés ligados com faixas e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes
Jesus: Desligai-o e deixai-o ir.” — (JOÃO, capítulo 11, versículo 44.)
O regresso de Lázaro à vida ativa representa
grandioso símbolo para todos os trabalhadores da Terra.
Os criminosos arrependidos, os pecadores que se
voltam para o bem, os que “trincaram” o cristal da consciência, entendem a
maravilhosa característica do verbo recomeçar.
Lázaro não podia ser feliz tão-só por revestir-se
novamente da carne perecível, mas, sim, pela possibilidade de reiniciar a
experiência humana com valores novos.
E, na faina evolutiva, cada vez que o espírito
alcança do Mestre Divino a oportunidade de regressar à Terra, ei-lo
desenfaixado dos laços vigorosos... Exonerado da angústia, do remorso, do
medo... A sensação do túmulo de impressões em que se encontrava, era venda
forte a cobrir-lhe o rosto...
Jesus, compadecido, exclamou para o mundo:
— Desligai-o, deixai-o ir.
Essa passagem evangélica é assinalada de profunda
beleza. Preciosa é a existência de um homem, porque o Cristo lhe permitiu o
desligamento dos laços criminosos com o pretérito, deixando-o encaminhar-se, de
novo, às fontes da vida humana, de maneira a reconstituir e santificar os elos
de seu destino espiritual, na dádiva suprema de começar outra vez.
(Mensagem de Emmanuel no livro Caminho, Verdade e
vida de Francisco Cândido Xavier)
A vontade
A vontade é a maior de todas as potências; é, em
sua ação, comparável ao ímã. A vontade de viver, de desenvolver em nós a vida,
atrai-nos novos recursos vitais; tal é o segredo da lei de evolução. A vontade
pode atuar com intensidade sobre o corpo fluídico, ativar-lhe as vibrações e,
dessa forma, apropriá-lo a um modo cada vez mais elevado de sensações,
prepará-lo para mais alto grau de existência. [...]
O que importa, acima de tudo, é compreender que
podemos realizar tudo no domínio psíquico; nenhuma força permanece estéril
quando se exerce de maneira constante, visando alcançar um desígnio conforme ao
direito e à justiça.
É o que se dá com a vontade; ela pode agir tanto
no sono como na vigília, porque a alma valorosa, que para si mesma estabeleceu
um objetivo, procura-o com tenacidade em ambas as fases de sua vida e determina
assim uma corrente poderosa, que mina devagar e silenciosamente todos os
obstáculos.
Pela vontade criadora dos grandes Espíritos e,
acima de tudo, do Espírito divino, uma vida repleta de maravilhas desenvolve-se
e se estende, de degrau em degrau, até ao infinito, nas profundezas do céu,
vida incomparavelmente superior a todas as maravilhas criadas pela arte humana
e tanto mais perfeita quanto mais se aproxima de Deus.
Se o homem conhecesse a extensão dos recursos que
nele germinam, talvez ficasse deslumbrado e, em vez de se julgar fraco e temer
o futuro, compreenderia a sua força, sentiria que ele próprio pode criar esse
futuro.
Cada alma é um foco de vibrações que a vontade põe
em movimento. Uma sociedade é um agrupamento de vontades que, quando estão
unidas, concentradas num mesmo fito, constituem centro de forças irresistíveis.
As humanidades são focos ainda mais poderosos, que vibram através da
imensidade.
Pela educação e exercício da vontade, certos povos
chegam a resultados que parecem prodígios.
Aprendamos, pois, a criar uma “vontade de
potência”, de natureza mais elevada... Fortaleçamos em torno de nós os
espíritos e os corações, se não quisermos ver nossas sociedades votadas à
decadência irremediável.
(Do livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor
de Léon Denis, Cap. XX, Parte III)
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