sexta-feira, 31 de março de 2017

Ano I – Rio das Ostras – Edição Abril 2017

Editorial

O homem bom

Conta-se que Jesus, após narrar a parábola do Bom Samaritano, foi novamente interpelado pelo doutor da lei que, alegando não lhe haver compreendido a lição integralmente, perguntou, sutil:
- Mestre, que farei para ser considerado homem bom?
Evidenciando paciência admirável, o Senhor respondeu:
- Imagina-te vitimado por mudez que te iniba a manifestação do verbo e pensa quão grato te mostrarias ao companheiro que falasse por ti, a palavra encarcerada na boca.
Imagina-te de olhos mortos pela enfermidade irremediável e lembra a alegria da caminhada, ante as mãos que te estendessem ao passo incerto, garantindo-te a segurança. [...]
Imagina-te tocado por moléstia contagiosa e reflete no contentamento que te iluminaria o coração, perante a visita do amigo que te fosse levar alguns minutos de solidariedade.
Imagina-te sem pão no lar, [...]
Imagina-te em erro, sob o sarcasmo de muitos, [...]
Imagina-te fatigado e intemperante e observa quão reconhecido ficarias para com todos os que te ofertassem a oração do silencio e a frase da simpatia.
Em seguida ao intervalo espontâneo, indagou o Divino Mestre:
- Em teu parecer, quais teriam sido os homens bons nestas circunstancias?
- Os que usassem de compreensão e misericórdia para comigo – explicou o interlocutor.
- Então – repetiu Jesus com bondade – segue a diante e faze também o mesmo.


(Trechos do livro Religião dos Espíritos de Chico Xavier – Emmanuel em reunião pública de 06/07/1959 – Questão 918)



Psicografia recebida em 17/01/2017 pela médium Heliana

Amigos queridos,
Mais do que nunca precisamos ter fé, a certeza absoluta no amor do Pai, na gerência deste planeta, por nosso amado Jesus e também, na presença amiga de todos os irmãos superiores, benfeitores, as falanges benditas, todos vibrando e trabalhando por nós.
Os tempos são chegados! Já sentimos os efeitos de todas as nossas imperfeições, ações, pensamentos negativos.
Desde muito fomos avisados. Inúmeras vezes o governador deste planeta tem enviado mensageiros, culminando com a própria vinda do Mestre. Portanto, há 2017 anos, convivemos com sua mensagem, mas até agora, apenas a deturpamos ou a negamos.
Mas, eis que por misericórdia, Ele nos envia o Consolador prometido, que há mais ou menos 150 anos desvendou todas as verdades, retirando os véus da ignorância, esclareceu os maus entendidos, reviu as interpretações errôneas. E nós, os espíritas, aqueles que compreenderam a verdade, precisamos rever atitudes, renovar nossa fé, promover nossa transformação.
A máxima: “Conheceis os verdadeiros espíritas por suas ações.”, não é apenas uma frase de efeito. É a cartilha onde devemos pautar tudo em nossa vida. Atitudes, pensamentos, a vida de relação, enfim, pensar e agir de acordo com a mensagem Crística.
Sabemos o quanto é difícil promover a nossa reforma íntima. Nós ainda estamos caminhando, por isso compreendemos as suas dificuldades. Mas, conforme vamos caminhando e conseguindo mudanças, cada vez ficamos mais exigentes conosco mesmo e vamos subindo o gólgota evolutivo. Um dia alcançaremos os cimos, esse é o nosso destino.
Queridos companheiros de viagem, não desanimem. Está em suas mãos libertarmos o planeta dos miasmas negativos dos filhos das trevas. Irmãozinhos enganados, confusos, rebeldes, mas que também, a seu tempo, alcançarão a plenitude. Mas agora, o momento é de transformação imediata. É preciso promover a reforma. O tempo da Regeneração está às “portas de Damasco”. Nós já ansiamos por isso. Estamos cansados! Estamos prontos!
Coragem, fé, paciência, resignação, esperança, confiança. Seguremos nas mãos do Mestre através de seus prepostos e caminhemos em direção ao Alto. Não esqueçamos nunca que somos Espíritos imortais, temporariamente vestidos por um corpo físico; que a morte não existe; não precisamos temê-la; a única coisa certa é a de que queremos viver na Terra transformada, queremos viver em um mundo de regeneração; queremos continuar sobre o manto de Jesus.
Fiquem em paz. Um companheiro de viagem!



Renovação

O supremo objetivo do homem, na Terra, é o da sua própria renovação.
Aprender, refletir e melhorar-se, pelo trabalho que dignifica — eis a nossa finalidade, o sentido divino de nossa presença no mundo.
Descendo o Cristo das esferas de luz da Espiritualidade Superior à Terra, teve por escopo orientar a Humanidade na direção do aperfeiçoamento.
“Brilhe a vossa luz” — eis a palavra de ordem, enérgica e suave, de Jesus, a quantos Lhe herdaram o patrimônio evangélico, trazido ao mundo ao preço do Seu próprio sacrifício. [...]
O interesse do Senhor é o de que os Seus discípulos, de ontem, de hoje Chie de qualquer tempo, sejam enobrecidos por meio de uma existência moralizada, esclarecida, fraterna.
O Evangelho aí está, como presente dos céus, para que o ser humano se replete com as suas bênçãos, se inunde de suas luzes, se revigore com as suas energias, se enriqueça com os seus ensinos eternos.
O Espiritismo, em particular, como revivescência do Cristianismo, também aí está, ofertando-nos os oceânicos tesouros da Codificação. [...]
A renovação do homem, sob o ponto de vista moral, intelectual e espiritual, é difícil, sem dúvida. Mas é francamente realizável.
É indispensável, tão somente, disponha-se ele ao esforço transformativo, com a consequente utilização desses recursos, desses meios, desses elementos que o Evangelho e o Espiritismo lhe fornecem exuberantemente, farta e abundantemente, sem a exigência de qualquer outro preço a não ser o preço de uma coisa bem simples: a boa vontade. A disposição de auto melhoria.
O homem, para renovar-se, tem que estabelecer um programa tríplice, como ponto de partida para a sua realização íntima, para que “brilhe a sua luz”, baseado no Estudo, na Meditação e no Trabalho. [...]
“É na vossa perseverança que ganhamos as vossas almas.”
A estrada é difícil, o caminho é longo, repleto de espinhos e pedras, de obstáculos e limitações, porém, a meta é perfeitamente alcançável.
Uma coisa, apenas, é indispensável:
Boa vontade construtiva, eficiente, positiva.
O resto virá, no curso da longa viagem...

(Trecho do livro Estudando o Evangelho de Martins Peralva)



Jovens

No estudo das ideias inatas, pensemos nos jovens, que somam às tendências do passado as experiências recém adquiridas.
Com exceção daqueles que renasceram submetidos à observação patológica mental, todos vieram da estação infantil para o desempenho de nobre destino.
Entretanto, quantas ansiedades e quantas flagelações quase todos padecem, antes de se firmarem no porto seguro do dever a cumprir!...
Ao mapa de orientação respeitável que trazem das Esferas Superiores, a transparecer-lhes do sentimento, na forma de entusiasmo e sonhos juvenis, misturam-se as deformações da realidade terrestre que neles espera a redenção do futuro.
Muitos saem da meninice moralmente mutilados pelas mãos mercenárias a que foram confiados no berço, e outros tanto acordam no labirinto dos exemplos lamentáveis, partidos daqueles mesmos de quem contavam colher as diretrizes do aprimoramento interior.
Muitos são arremessados aos problemas da orfandade, quando mais necessitavam de apoio amigo, junto de outros que transmitam na Terra, à feição das aves de ninho desfeito, largados, sem rumo, à tempestade das paixões subalternas.
Alguns deles, revoltados contra o lodo que se lhes atira à esperança, descem aos mais sombrios pântanos do crime, enquanto muitos outros, fatigados pela miséria, se refugiam em prostíbulos dourados para morrerem na condição de náufragos da noite.
Perde-se lhes o porvir, e arruína-se lhes o presente. [...]
Não condenes a mocidade, sempre que a veja dementada ou inconsequente.
Cada menino e moço no mundo é um plano da Sabedoria Divina para serviço à Humanidade, e todo menino e moço transviado é um plano da Sabedoria Divina que a Humanidade corrompeu ou destruiu.
Recebemos os jovens de qualquer procedência por nossos próprios filhos, estimulando neles o amor ao trabalho e a iniciativa da educação.
Diante de todos os que começam a luta, a senha será sempre – “velar e compreender” -, a fim de que saibamos semear e construir, porque, em todos os tempos, onde a juventude é desamparada, a vida perece.

(Do livro Religião dos Espíritos de Chico Xavier – Emmanuel em Reunião pública de 10/08/1959 – Questão 218)