quarta-feira, 31 de julho de 2019

Ano III - Rio das Ostras - Edição Agosto 2019


Editorial


Promoção da Federação Espírita Brasileira

Dedica uma das sete noites da semana ao Culto Evangélico no Lar, a fim de que Jesus possa pernoitar em tua casa.
Prepara a mesa, coloca água pura, abre o Evangelho, distende a mensagem da fé, enlaça a família e ora. Jesus virá em visita.
Quando o Lar se converte em santuário, o crime se recolhe ao museu. Quando a família ora, Jesus se demora em casa.
Quando os corações se unem nos liames da Fé, o equilíbrio oferta bênçãos de consolo e a saúde derrama vinhos de paz para todos.
Jesus no Lar é vida para o Lar.
Não aguardes que o mundo te leve a certeza do bem invariável.
Distende, da tua casa cristã, a luz do Evangelho para o mundo atormentado. Quando uma família ora em casa, reunida nas blandícias do Evangelho, toda a rua recebe o benefício da comunhão com o Alto.
Se alguém, num edifício de apartamentos, alça aos Céus a prece da comunhão em família, todo o edifício se beneficia, qual lâmpada ignorada, acesa na ventania. Não te afaste da linha direcional do Evangelho, entre os teus familiares.
Continua orando fiel, estudando com os teus filhos, e com aqueles a quem amas, as diretrizes do Mestre, e, quando possível, debate os problemas que te afligem à luz clara da mensagem da Boa Nova e examina as dificuldades que te perturbam ante a inspiração consoladora do Cristo.
Não demandes à rua, nessa noite, senão para os inevitáveis problemas que não possas adiar. Demora-te no Lar para que o Divino Hóspede aí também se possa demorar. E quando as luzes se apagarem à hora do repouso, ora mais uma vez, comungando com Ele, como Ele procura fazer, a fim de que, ligado a ti, em casa, uma vez por semana em sete noites, ter Jesus contigo.
(Mensagem de Joanna de Ângelis, no livro Messe de Amor)




Proteção de Deus

“Por isso vos digo: todas as coisas que vós pedirdes orando, crede que as haveis de ter, e que assim vos sucederão.” (Marcos, XI:24)

 Clamamos pela proteção de Deus, mas, não raro, admitimos que semelhante cobertura unicamente aparece nos dias de caminho claro e céu azul. O amparo divino, porém, nos envolve e rodeia em todos os climas da existência. Urge reconhecê-lo nos lances mais adversos.  
Às vezes, o auxílio do Todo Misericordioso tão somente se exprime através das doenças de longo curso ou das dificuldades materiais de extensa duração, preservando-nos contra quedas espirituais em viciação ou loucura. Noutros ângulos da experiência, manifesta -se pela cassação de certas oportunidades de serviço ou pela supressão de regalias determinadas que estejam funcionando para nós à feição de corredores para a morte prematura.
Proteção de Deus, por isso mesmo, é também o sonho que não se realiza, a esperança adiada, o ideal insatisfeito, a prova repentina ou o transe aflitivo que nos colhe de assalto.   Encontra-se no amor de nossos companheiros, na assistência de benfeitores abnegados, na dedicação dos amigos ou no carinho dos familiares, mas igualmente na crítica dos adversários, no tempo de solidão, na separação dos entes queridos ou nos dias cinzentos de angústia em que nuvens de lágrimas se nos represam nos olhos.  Isso ocorre porque a vida é aprimoramento incessante, até o dia da perfeição, e todos nós, com frequência, necessitamos do martelo do sofrimento e do esmeril do obstáculo para que se nos despoje o espírito dos envoltórios inferiores. 
Pensa nisso e toda vez que te sacrifiques ou lutes, de consciência tranquila, ou toda vez que te aflijas e chores, sem a sombra da culpa, regozija-se e espera o melhor, porque a dor, tanto quanto a alegria, são os recursos da proteção de Deus, impulsionando-te o coração para a luz das bençãos eternas.
(Mensagem de Emmanuel, no livro Rumo Certo de Francisco C. Xavier)






Pais Rígidos

Quando se tenta influenciar alguém com determinadas recomendações comportamentais certamente se atingirá algum núcleo perispiritual que promoverá reações de acordo com as experiências ali armazenadas. Quando se tenta ser, por exemplo, muito rígido, poder-se-á obter reações, as quais, de um lado, dependendo do conteúdo dos núcleos atingidos, poderá promover efeito contrário, isto é, rebeldia. De outro lado, poderão promover reações que, ao alcançarem o núcleo perispiritual correspondente, gerem dependência e submissão excessivas.
A rigidez de valores e atitudes denota um grande medo do desconhecido, do inesperado. O rígido é, no seu inconsciente, um apavorado. Por não saber lidar com conteúdos muito desafiadores a seus valores rígidos, defende-se na rigidez, que se torna então seu porto seguro e o ponto a partir do qual se baseia para fundamentar suas posturas e decisões. A necessidade de muitas regras ortodoxas para guiar a própria vida e a dos outros reflete uma ilegalidade oculta no inconsciente. Para não reconhecer as próprias falhas morais elege um código de rígidos valores na consciência, o qual serve de balizador seguro na vida.
Pais rígidos muitas vezes geram filhos que desejam reagir à tensão a que eram submetidos enquanto com eles conviviam. Essa rigidez muitas vezes é responsável pelo complexo de culpa que se instala nos filhos quando tomam alguma atitude que considerem que seria recriminada pelos pais.
É comum vê-se filhos de pais rígidos em atitudes socialmente inadequadas por força da necessidade de se verem livres dos limites exageradamente impostos por eles.
Os pais rígidos que geralmente se afastam afetivamente de seus filhos favorecem a transformação deles em pessoas, de um lado emocionalmente carentes, e do outro com dificuldades em estabelecer envolvimentos afetivos maduros.
A maioria assim age por receio de perder o controle que eles mesmos não conseguem consigo, caso agissem da forma como condenam. Querem controlar os outros por não saberem como fazê-lo consigo próprios. São déspotas por natureza e descontam suas raivas e incompreensões do passado naqueles a quem têm o dever de amar.
Quantas vezes, por falta de flexibilização, perdemos a oportunidade de usufruir um bem, de estar com alguém, de fazer algo e que mais adiante nos arrependemos por não termos feito? Quantas vezes nosso orgulho falou mais alto e deixamos de tomar atitudes por inflexibilidade e rigidez a normas que sempre quiséramos transgredir? Quantas vezes impomos aos outros comportamentos que nunca gostaríamos que nos impusessem? A quantas pessoas impomos regras que, fora de nossos olhos, sabíamos que seriam desobedecidas?
A não rigidez é também uma faceta das leis de Deus quando é o amor que deve prevalecer. Nós criamos um Deus à nossa imagem e semelhança, com características muito humanas e, portanto, inferiores. Deus é amor e misericórdia.
O Cristo nos ensina a flexibilizar para que a leveza faça parte de nossas atitudes para com a Vida.
Condescender com os equívocos do próximo é permitir-se experimentar a misericórdia de Deus.
Imaginar que a mensagem do Cristo é rígida, é transformá-la em uma doutrina militar que atende apenas a mentes que necessitam da rigidez em tempos de guerra. O que ele pregava era a simplicidade e o amor nas atitudes.
(Reflexões do livro Evangelho e Família de Adenàuer Novaes)