quarta-feira, 31 de maio de 2017

Ano I - Rio das Ostras - Edição Junho 2017

Editorial

Autor do próprio destino

Se julgares que a vida é roteiro escrito que te foi imposto para executar, estás muito distante de avaliar a grandiosidade de Deus.
És o autor do próprio destino e tens a honra de esculpi-lo a cada instante, com os tons do aprendizado, renovado em cada oportunidade bem aproveitada.
Não creias que te baste permitir ser arrastado pelos vagalhões do determinismo em dias sem graça que nada pedem de ti.
Talvez fosse mais conveniente que a vida assim seguisse sem cobrar nenhum empenho de tua parte, pois jamais sofrerias qualquer tipo de incômodo da consciência ante os atos praticados.
Mas não é assim que acontece. És chamado constantemente a atuar, porque a vida é dada por fazer e cada um terá a chance, sempre renovada, de mudar, de reescrever, esculpindo sonhos, desejos e elaborando estradas novas para realiza-los.
Para que possas compreender o verdadeiro sentido da existência, é necessário que saias da periferia da materialidade e adentres corajosamente o cerne do teu ser, a fim de descobrires quem realmente és, assim como o que te falta complementar como alma, para atingires a iluminação interior. [...]
Não deves deixar passar as oportunidades sem ter certeza de que extraíste delas tudo que podias, como o engenheiro explora o terreno que lhe parece pequeno e, depois da exatidão das medidas, consegue erguer uma majestosa construção.
Assim é a tua vida. Muitas vezes pode parecer mirrada e sem espaço para abrigar os teus objetivos, mas basta apenas que a olhes atentamente para descobrir que ela pode oferecer muito mais do que buscas agora e, no futuro, te orgulhares de ter sido o artífice da beleza da existência.
Há, sim, uma fatalidade que te persegue, a de evoluir sempre até te tornar a própria luz.

(Mensagem ditada por Maria do Rosário Del Pilar - Livro A conquista da felicidade de Eulália Bueno)


A Saúde de corpo e alma

Há uma ideia generalizada entre nós de que a doença é resultado de forças externas, sejam biológicas, químicas ou ambientais. Já as doenças emocionais são vistas, geralmente, como pressões psicológicas e sociais externas, que geram o stress e adoecem nossa mente.
Analisando mais profundamente, a gênese da doença está centrada no ser espiritual, resultado de um desequilíbrio desencadeado por nós mesmos. A doença física é o estágio final desse desequilíbrio, que se inicia no espírito doente que ainda somos.
Nós somos seres espirituais e temos transitoriamente um corpo físico, portanto, a doença é o resultado de um distanciamento do ser humano de sua própria espiritualidade.
Fomos criados por Deus com a finalidade de desenvolver nossa essência interior até atingirmos toda a plenitude do nosso Ser. Toda vez que nos distanciamos deste objetivo temos como resultado a carência interior, nos distanciando do Eu Divino, gerando conflitos existenciais que nos adoecem a mente e, consequentemente, o corpo.
O resfriado escorre quando o corpo não chora, a dor de garganta vem quando não é possível comunicar as aflições, o estômago arde quando as raivas não conseguem sair, a dor de cabeça deprime quando as dúvidas aumentam, o coração desiste quando o sentido da vida parece terminar, a pressão sobe quando o medo aprisiona, as neuroses paralisam quando a criança interna tiraniza. Enfim, o distanciamento de nossa essência divina vai nos afastando de Deus, Fonte da vida, o que nos deixa carentes da energia da Vida, abrindo portas para o enfraquecimento da alma e do corpo.
A saúde espiritual é o resultado do cultivo da verdadeira espiritualidade, que nos liga a Deus intimamente e nos permite absorver Seu Fluxo de vida e Amor. Isso nos dá a base para desenvolver o amor por nós mesmos, amor pelo próximo, amor pela vida, nos fortalecendo. E mais fortes aprendemos a compreender que os erros são frutos da falta de conhecimento que ainda temos e precisam ser corrigidos, ao invés de punidos sob a máscara da autopiedade.
(Inspirado no Livro Saúde Espiritual - Alírio Cerqueira Filho)





















O convívio em família

A vida em família se caracteriza pelas projeções, transferências e manifestações de sentimentos. Sempre estamos realizando uma dessas condições mesmo que inconscientemente. Quando reencarnamos, não sabemos como vamos encontrar aqueles com os quais contracenaremos na vida material. Criamos expectativas antes e durante o reencarnar.
O convívio em família requer a percepção das transferências, a eliminação das projeções e a expressão equilibrada dos sentimentos.
Torna-se muito importante, para qualquer filho, os adjetivos empregados pelos pais na convivência com eles. Quanto mais elogiarmos sinceramente nossos filhos, mais eles tenderão a corresponder ao que ouviram. Filhos que foram estimulados pelos pais tendem a alcançar mais sucesso do que aqueles que não foram impulsionados a um futuro promissor. Uma palavra bem colocada, um adjetivo aplicado no momento adequado, podem ser sempre lembrados para o sucesso de uma encarnação.
As relações humanas, além de serem permeadas de projeções e de transferências, se estruturam em cima de papéis pré-definidos que norteiam a comunicação entre as pessoas. Tendemos a ‘exigir’ que as pessoas assumam modelos de comportamento que criamos e idealizamos. Sempre esperamos que as situações se desenrolem dentro de um esquema tal que não fujam de nossas expectativas. Não gostamos quando as coisas saem de um padrão pré-estabelecido. Nem sempre sabemos lidar com o que nos foge ao controle. Não é difícil observar em família que queremos que cada um siga seu papel e não nos aborreça. É preciso estar atento para não despejar críticas duras sobre os filhos por eles não estarem fazendo as escolhas que se esperava que fizessem. As escolhas deles podem frustrar as expectativas dos pais, não por rebeldia ou agressão, mas por estarem seguindo o impulso natural, próprio, de crescimento que trazem no íntimo. Educar é flexibilizar ou rever as próprias convicções em favor da singularidade do outro.
A lei de Deus nos reúne ao necessário aprendizado e para a manifestação do amor pleno. A vida em família é, portanto, o grande laboratório onde os espíritos reciclam-se para a própria felicidade. É ali onde se reúnem antigos amores e velhos desafetos para que, no desempenho dos papéis familiares, aprendam a se amar verdadeiramente.
(Inspirado no Livro Evangelho e Família – Adenáuer Novaes)



Psicografia recebida em 22/05/2017 pela médium Heliana

Caros irmãos e trabalhadores dessa seara,
Como já entenderam, a disciplina é preponderante m todas as atividades dentro de uma casa espírita, bem como em todos os momentos de nossas vidas. Nada pode ser feito direito se não traçarmos planos claros, lúcidos, lógicos, devendo estes ser compreendidos por todos os envolvidos. Não adianta só boa vontade. Essa é importante, mas se não houver objetivos definidos e compreendidos por todos, o serviço ficará pela metade.
Compreendemos as angústias daqueles que no momento se apresentam como responsáveis por tarefas nesta casa de amor. É normal, pois todos querem fazer o melhor. Mas, se a ansiedade superar a lógica, é possível que os resultados não aconteçam como o esperado. É melhor simplificar os planos, começar do simples para o complexo, caminhando com passos curtos, mas sempre para frente, garantindo assim os resultados tão esperados.
A Casa está muito amparada. O Plano Maior possui expectativas muito boas em relação a ela. Os trabalhadores já estão sendo preparados durante o sono físico e em breve chegarão as orientações do que já poderá ser realizado. Confiança, fé, paciência, perseverança. Disciplina no saber, disciplina no sentir e disciplina no fazer, como tão bem foi dito pelo nosso irmão, inspirado pelo Alto.
Confiem naqueles que dirigem esta Casa de amor na Espiritualidade.
Confiem em todos os irmãos de boa vontade que se oferecem para as tarefas, lembrando que não são todos que podem realizar ainda as tarefas mais complexas. Não importa. Cada mão, cada coração, cada alma é um instrumento, que se bem usado, complementará a sintonia celeste inspirada pelo Pai e pelo Mestre Jesus.
Sintam-se abraçados, fortalecidos e inspirados, irmãos queridos. Vocês não estão sós. Muitos que aqui estão para ajuda-los e fortalece-los sempre, pois esta é a missão desse suave caminho de Jesus.
Um grande abraço amoroso e fraterno de todos os mentores desta Casa.


segunda-feira, 1 de maio de 2017

Ano I - Rio das Ostras - Edição Maio 2017

Editorial

Conquista Íntima

Todos os estados enfermiços da alma se assemelham, no fundo, aos estados enfermiços do corpo, solicitando remédio adequado que lhes patrocine a cura.
E a impaciência que tantas vezes gera rixas inúteis é um deles, pedindo o específico da calma que a desterre do mundo íntimo.
Como, porém, obter a serenidade, quando somos impulsivos por vocação ou por hábito?
Justo lembrar que assim como nos acomodamos, obedientes, para ouvir o professor trazido a ensinar-nos, é forçoso igualmente assentar a emotividade, na carteira do raciocínio, a fim de educá-la, educando-nos; e, aplicando os princípios de fraternidade e de amor que abraçamos, convidaremos os nossos próprios sentidos à necessária renovação.
Feito isso, perceberemos que todo instante de turvação ou desequilíbrio, é instrumento de teste para avaliação de nosso próprio aproveitamento.

* * *

Aprenderemos, por fim, que, diante da crítica, estamos convocados à demonstração de benevolência; diante da censura, é preciso exercer a bondade; à frente do pessimismo, somos induzidos a cultivar a esperança; ante a condenação, somos indicados à bênção; e que, renteando com quaisquer aparências do mal, é imperioso pensar no bem, dispondo-nos a servi-lo.
Entregando-nos com sinceridade a semelhantes exercícios de compreensão e tolerância, estaremos em aula profícua, para a aquisição de valores eternos no terreno do espírito.
É assim que, em matéria de paciência, se a paciência nos foge, urge reconhecer que, perante as circunstâncias mais constrangedoras da vida, estamos, todos nós, no justo momento de conquistá-la.

(Mensagem de Emmanuel, do livro Rumo Certo, de Chico Xavier)



Casa Espírita Suave Caminho: Ponto de luz na comunidade

Os estudos e reflexões sobre a importância do centro espírita para a comunidade na qual ele se insere apontam para cinco principais vertentes, assim expressas: templo, lar, oficina, hospital e escola.
Como templo a casa espírita tem a primordial finalidade de abrigar e reunir aqueles que tencionam conectar-se com o Superior por meio da oração, que se constitui em instrumento de comunicação com Deus, nosso Pai.
A prece proporciona a melhoria do homem, ensejando àquele que ora pensar em Deus, aproximar-se dele e pôr-se em comunicação com ele.
Como lar o centro espírita deve receber seus frequentadores e colaboradores acolhendo-os como uma família. É a oportunidade da congregação para o fortalecimento dos laços de amor. Nem sempre encontraremos facilidades, pois o reencontro se dá, por vezes, entre adversários do passado. Porém, é nesse lar que precisamos nos esforçar para a formação da família espiritual.
A oficina enseja o trabalho e a consequente aquisição de competências técnicas e humanas. Pelo serviço, somos capazes de desenvolver potencialidades e realizar feitos a serem creditados como mérito em nossa contabilidade espiritual, embora devamos trabalhar em benefício do semelhante desinteressadamente.
Um centro espírita funciona como um hospital na medida em que busca oferecer atendimento aos carentes, sem jamais competir com a medicina terrena. É o apoio espiritual, o atendimento fraterno, a fluidoterapia, a desobsessão…; “A enfermidade jamais erra de endereço”, ensina Emmanuel e a necessidade de corrigenda moral é grande, daí a abençoada oportunidade que Deus nos concede de enfrentarmos doenças variadas para que passemos pelo processo de higienização perispiritual. Seja física ou moral, todos necessitamos de cura para a conquista da saúde integral.
E como escola de almas, a casa espírita é roteiro que esclarece nossas mentes para as realidades espirituais, por meio dos estudos individuais e em grupo. As palestras públicas, o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, o Estudo Aprofundado, o Estudo e Educação da Mediunidade, a Evangelização da Criança e do Jovem, e atividades complementares são valiosos instrumentos de aprendizado que o centro espírita pode disponibilizar a seus frequentadores.

E com 33 anos de fundação, a Casa Espírita Suave Caminho tem por objetivo trazer conforto, acolhimento, direção e amor fraterno a todos que buscam conhecer a Doutrina Espírita e, através deste conhecimento, tornar a caminhada mais suave.




Livre Arbítrio

Conhecereis a Verdade e a Verdade vos tornará livre.
O livre arbítrio é a faculdade que permite ao homem edificar, conscientemente, o seu próprio destino, possibilitando-lhe a escolha, na sua trajetória ascensional, do caminho que desejar.
Limitado a princípio, vai-se expandindo à medida que o homem cresce em espiritualidade. Quanto mais evoluído o ser, mais amplo o seu livre arbítrio, maior o seu direito de fazer certas escolhas, no campo da vida, assumindo assim, a pouco e pouco, o comando definitivo de sua ascensão.
Livre arbítrio e responsabilidade individual desenvolvem-se, simultaneamente, no aprendizado humano.
O homem de evolução primária tem o livre arbítrio limitado, restrito.  Equivale ao sentenciado que a lei pune, sem transigências, submetendo-o à reclusão onde melhor convenha aos interesses da lei e da sociedade.
A sociedade e a lei não confiam nele.
O homem de evolução mediana tem sua esfera deliberativa menos restrita. Corresponde ao recluso que, submetido à disciplina dos códigos, recebe dos códigos certas concessões, geralmente atribuídas aos que, no cumprimento de suas penas, demonstram boa vontade e obediência, respeito e compreensão.
O homem evolvido é o ex-sentenciado, o que já se libertou e corrigiu.
Provas e expiações, disciplinações e corretivos foram-lhe o caminho para a libertação definitiva. Nada mais deve à lei e colabora, na sociedade, para que se restaurem a justiça e a fraternidade, a harmonia e o progresso. É livre para agir, porque discerne o bem do mal, a verdade da mentira, a luz da sombra.
Conhecendo a Verdade, a Verdade o fez livre. De sua atuação resultam o trabalho e a prosperidade, o fortalecimento e a segurança das peças que constituem, que formam o maquinismo das coletividades.
Um dia, no curso dos milênios, o nosso livre arbítrio se harmonizará plenamente com a Verdade Total, com as deliberações superiores.
Nesse dia saberemos executar, com fidelidade, o pensamento do Cristo, Mestre e Senhor Nosso.
* * *
Nesse dia, do qual ainda distamos muito, diremos com o apóstolo da gentilidade: “Não sou eu quem vive, mas o Cristo que vive em mim”.
Tal se dará quando tivermos superado as imperfeições. [...]
Se o livre arbítrio é faculdade que se origina, em princípio, de aquisições intelectivas, o coração bem formado contribuirá, sem dúvida, para que seja ele exercido segundo os padrões da moral e da fraternidade, garantindo, no
Grande Porvir, o triunfo do Espírito Imortal.
O livre arbítrio do homem não evoluído é como um espelho que o lodo das imperfeições desnatura, por algum tempo. [...]

(Do livro Estudando o Evangelho, de Martins Peralva)



Valores no lar

Quais os valores que devem nortear a formação de um lar? Aqueles oriundos da religião? Os das tradições familiares vindos dos avós maternos ou paternos? Os do pai? Os da mãe? Os do meio social? Aqueles adquiridos nos livros e filmes televisivos?
Talvez devamos escutar mais o coração e perceber que ele contém uma mensagem divina, gravada pelo Criador da Vida ao nos fazer existir. Raramente conseguimos escutá-la por estarmos demasiadamente ligados ao mundo externo.
Ouvimos muitos sons, prestamos atenção ao mundo para poder dominá-lo, ouvimos as pessoas para compreendê-las, ouvimos nossos pensamentos para ordená-los, mas dificilmente aprendemos a escutar o que vem de nosso íntimo, do coração.
Dali partem as intuições que nos elevam e nos fazem divinos. É de lá que vem a mensagem e os valores que devem nortear nossa caminhada evolutiva. Foi dali que o Cristo retirou sua mensagem de amor.
Escutar esse canto divino pressupõe silêncio, humildade e confiança. A cada momento, em cada segundo de nossa vida ele envia um pulso que permite-nos enxergar melhor o mundo, nos fortalecendo para os desafios que ele promove.
Os valores que devem ser utilizados pelo espírito em suas experiências evolutivas devem conter aqueles que nos legaram nossos antepassados, os que adquirimos no convívio social, os que admitimos pelas relações que estabelecemos com alguém, mas devem receber, sobretudo, o que vem do coração como um recado direto de Deus ao ser humano individualmente.
As religiões nos oferecem importantes balizas orientadoras que nos auxiliam, sobretudo nos momentos de tempestades íntimas. São valiosas contribuições àqueles que necessitam vivenciar aquilo que lhe é sagrado. Os que se pautam pelas diretrizes luminosas de uma religião devem, dia-a-dia, acrescentar-lhes aquelas que lhe vêm do coração para que se elevem ainda mais.
O maior valor que se deve vivenciar no lar e passar adiante aos filhos é a amorosidade para com os outros, para com a vida, para consigo mesmo e para com Deus. [...]
Para Deus não há sacrifício necessário que possa ser maior do que o espírito fazer o bem que esteja a seu alcance. O bem para si e para a sociedade. É na família que o espírito inicia seu processo de autoajuda e de colaboração com o progresso social. É em família que o espírito recicla suas emoções e aprende a reconhecê-las como instrumento precioso para sua evolução. Evolui quem aprende a lidar com elas. [...]
O que se passa dentro das quatro paredes onde vive uma família a ela pertence. Quando algum assunto necessite extrapolar seus limites, o motivo deve ser para o equilíbrio e a manutenção do lar. Todas as vezes que deixamos que entrem ou saiam assuntos que não levem em consideração a harmonia do lar estaremos abrindo flancos perigosos para os ataques psíquicos. [...]
O campo do lar é pouso e, às vezes, morada de bons espíritos que encontram um refúgio para que possam proporcionar o bem entre os encarnados. Valorizá-lo como uma importante célula no organismo social é dever de quem o constituiu. Quanto mais assim o fizermos, mais estaremos seguros e no caminho adequado à nossa evolução espiritual. [...]
Manter psiquicamente um lar é tarefa que exige esforço, renúncia e abnegação. Não há vitória possível sem luta interna, sem esforço pessoal e sem doação de amor.
(Do livro Evangelho e Família, de Adenáuer Novaes)