domingo, 1 de novembro de 2020

Ano IV - Rio das Ostras - Edição Novembro 2020

 Editorial


É o mesmo 

 “Pois o mesmo Pai vos ama.”  Jesus (João, 16:27) 

Ninguém despreze os valores da confiança. Servo algum fuja ao benefício da cooperação. Quem hoje pode dar algo de útil, precisará possivelmente amanhã de alguma colaboração essencial.

Todavia, por enriquecer-­se alguém de fraternidade e fé, não olvide a necessidade do desenvolvimento infinito no bem. Os obreiros sinceros do Evangelho devem operar contra o favoritismo pernicioso.

A lavoura divina não possui privilegiados. Em suas seções numerosas há trabalhadores mais devotados e mais fiéis; contudo, esses não devem ser categorizados à conta de fetiches e, sim, respeitados e imitados por símbolos de lealdade e serviço.

Criar ídolos humanos é pior que levantar estátuas destinadas à adoração. O mármore é impassível, mas o companheiro é nosso próximo de cuja condição ninguém deveria abusar. Pague cada homem o tributo de esforço próprio à vida.

O Supremo Senhor espera de nós apenas isto, a fim de converter-nos em colaboradores diretos.

O próprio Cristo afirmou que o mesmo Pai que o distingue ama igualmente a Humanidade.

O Deus que inspira o médico é o que ampara o doente. Não importa que asiáticos e europeus o designem sob nomes diferentes.

Invariavelmente é o mesmo Pai.

Conservemos, pois, a luz da consolação, a bênção do concurso fraterno, a confiança em nossos Maiores e a certeza na proteção deles; contudo, não olvidemos o dever natural de seguir para o Alto, utilizando os próprios pés.

(Reflexões de Emmanuel no livro Pão Nosso de Francisco Cândido Xavier)

 




Nossos irmãos

 

Cap. XII – Item 5

Um pensamento de simpatia e de Amor para os nossos irmãos que se recuperam!... Muitos são chamados criminosos, mas, na verdade, foram doentes. Sofriam desequilíbrios da alma, que se lhes encravavam no ser, quais moléstias ocultas.

Praticaram delitos, sim... Hoje, entretanto, procuram-te a companhia, sonhando renovação.

Amaram, ignorando que o afeto deve estar vinculado à harmonia da consciência, e amargaram terrível secura, em labirintos de sombra, a suspirarem agora pelo orvalho da luz.

Eram sovinas e sonegavam o pão à boca faminta dos semelhantes; contudo, pretendem contigo o reingresso na escola da caridade.

Acreditavam-se em regime de exceção, quando o orgulho lhes assoprava a mentira; no entanto, após resvalarem no erro, refugiam-se em tua fé, anelando refazimento.

Renderam-se às tentações e foram pilhados na armadilha do mal; todavia, presentemente, buscam-te os olhos e apertam-te as mãos, ansiando esquecer e recomeçar.

Não lhes fites o desacerto.

Alimenta-lhes a esperança.

Não te animarias a espancar a cabeça de quem estivesse a convalescer, depois da loucura, nem cortarias a pele em cicatrizes recentes. Enfermos graves da alma, todos nós fomos ontem!...

Rende, pois, graças a Deus, se já podes prestar auxílio, porque, se chegaste ao grau de restauração em que te encontras, é que, decerto, alguém caminhou pacientemente contigo, com bastante amor de servir e bastante coragem de suportar.

(Mensagem de Albino Teixeira no Livro O Espírito da Verdade de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)




 

Preparação Familiar

 

O problema familiar, por mais que nos despreocupemos dele, buscando fugir à responsabilidade direta, constituirá sempre uma das questões fundamentais da felicidade humana.

É um erro tremendo supor que a morte apaga as recordações, à maneira da esponja que absorve o vinagre, na limpeza do vaso culinário. Certamente, os laços menos dignos terminam na sombra do sepulcro, quando suportados valorosamente, e encarados como sacrifício purificador, na existência material.

Noventa per cento, talvez, dos matrimônios, infelizes pela ausência de afinidade espiritual, extinguem-se com a morte, que liberta naturalmente as vítimas dos grilhões e dos algozes.

O Evangelho de Jesus ensina entre os vivos que Deus não é Deus de mortos, e os que perderam a indumentária carnal, sentindo-se mais vivos que nunca, acrescentam que Deus não é Deus de condenados.

Que os Otelos da Terra se previnam, em suas relações com as Desdêmonas virtuosas do mundo, porque, além do cadáver, não poderão apunhalar as esposas livres da carne, e as mulheres ciumentas, desgrenhadas dentro da noite, a gritarem blasfêmias injuriosas contra os maridos inocentes, preparem-se para longo tempo de separação na esfera invisível, onde, na melhor das hipóteses, receberão serviços reeducativos, em seu próprio favor.

A morte seria um monstro terrível se consolidasse as algemas terrestres naqueles que toleraram heroicamente a tirania e o egoísmo de outrem. Além de seus muros de sombra, há castelos sublimes para os que amaram com alma e entesouraram, com o sentimento mais puro, o ideal e a esperança numa vida melhor, e há também precipícios escuros, por onde descem os revoltados, em desespero, por não poderem oprimir e martirizar, por mais tempo, os corações devotados e sensíveis, de que se rodeavam na Terra.

Feita a ressalva, alusiva aos princípios de afinidades que regem a sociedade espiritual, recordemos a missão educativa que o mundo confere ao coração dos pais, em nome de Deus. Constituiria ato casual da Natureza a reunião de duas criaturas, convertidas em pai e mãe de diversos seres? Mera eventualidade o erguimento de um berço enfeitado de flores? [...]

O instituto da família é cadinho sublime de purificação e o esquecimento dessa verdade custa-nos alto preço na vida espiritual. É lamentável nosso estado d’alma, quando voltamos à vida livre, de coração escravizado ao campo inferior do mundo, em virtude do olvido de nossas obrigações paternais. Em vão, tentaremos ensinar tardiamente as lições da realidade legítima; debalde nos abeiraremos dos corações amados, para recordar a eternidade da vida.

Semelhantes impulsos se verificam fora da ocasião desejável, porque a fantasia já solidificou a sua obra e a ilusão modificou a paisagem natural do caminho. Não valem mais o pranto e a lamentação. É indispensável aguardar o tempo da misericórdia, já que menosprezamos o tempo do serviço.

Precatem-se, pois, os pais e mães terrestres, para que não se percam, envenenando o coração dos filhos, à distância do dever e do trabalho. Aniquilem o egoísmo afetuoso que os cega, se não querem cavar o abismo futuro! [...]

Através do trabalho áspero e duro, de decepções e dificuldades, ensinam aos rebentos de seu lar que são irmãos dos batalhadores anônimos do mundo, dos humildes, dos calejados, construindo-lhes a ventura em bases sólidas e formando-lhes o coração na fé e no trabalho, antes que venham a perverter o cérebro com vaidades e fantasias!

 Esses, sim, podem abandonar a Terra, tranquilamente, quando a morte lhes cerrar as pálpebras cansadas...

Mas, infortunados serão todos os pais ricos de bagagens mundanas, que desfiguram a alma dos filhos, impondo-lhes mentirosa superioridade pelos artificialismos da instrução paga, carregando-lhes a mente de concepções prejudiciais, acerca do mundo e da vida, pelo exercício condenável de uma ternura falsa! Esses, esperem pelas contas escabrosas, porque, de fato, tentaram enganar a Deus, distanciando-lhe os filhos da verdade e da luz divina...

Depois da morte do corpo, sentirão a dor de se verem esquecidos no dia imediato ao dos funerais de seus despojos, acompanhando, em vão, como mendigos de amor, os filhos interessados na partilha dos bens, a revelarem atitudes cruéis de egoísmo e ambição! Com estas palavras de um amigo, finalizo minhas despretensiosas considerações sobre as responsabilidades domésticas, mas duvido que existam pais e filhos na carne com bastante sensatez para nelas acreditarem.

(Texto de Irmão X, no livro Luz no Lar de Francisco Cândido Xavier)

 



 

Mais um ano se inicia, rumores de conflitos eminentes rondam o nosso sossego, nos amedrontam e desequilibram a nossa paz. Sejamos fortes e esperançosos, não deixemos de acreditar no auxílio do alto, na misericórdia do Pai e na proteção do Mestre Jesus e seus trabalhadores. Lembremos de orar pelo bem coletivo e paz planetária. Nossos esforços são grandes em promover a concórdia, mas se faz necessário que cada um de vós tome para si a responsabilidade de vibrar em favor do planeta e sua humanidade.

Como se sabe, qualquer conflito, por mais longínquo que possa parecer, nos afeta a todos sem exceção.

Sejamos participantes ativos as paz e expansão do amor em nossa atmosfera.

Assim como tendes visto que os prejuízos das queimadas em outro meridiano está afetando nossas paisagens, nosso respirar, nosso sentir, porquê achar que um conflito não vos atinge.

Responsabilidade meus irmãos, com o nosso lar, que é este planeta, onde habitam irmãos de todos os tipos, preferencias, crenças, tendências, enfim, irmãos que precisam se ajustar, evoluir, aprender, ..., como nós, como vós, merecendo a misericórdia do Pai e a nossa, mutuamente.

Venham e acolham este convite que vos faço à reflexão, à prece e ao amor por nosso Lar Terra.

Oremos por ela como oramos por nossa família mais íntima no conforto de nossa casa.

Façamos a diferença dando o nosso melhor em favor da família universal e sejamos assim, centelhas de luz a clarear as trevas que teimam em continuar sobre nós. Sejamos a luz que clareia o caminho para que o amor penetre nos corações ainda endurecidos e teimosos.

Não temam pensando que não tem poder para mudar, basta a vontade, a fé e a ação.

E chegará o dia em que todos viveremos a paz que o Cristo nos trouxe: “Eu vos dou a paz, vos deixo a minha paz.”

Fiquem na paz e sejamos abençoados com o amor do Pai em  nossos corações.

(Psicografia recebida em 09/01/2020)