sábado, 30 de novembro de 2019

Ano III - Rio das Ostras - Edição Dezembro 2019


Editorial


Natal de luz
Se ao abeirar da noite sublime de Natal nada vês à frente senão a oportunidade de realizar desejos e alimentar sonhos para o ano vindouro, lastimo dizer que ainda não penetraste o verdadeiro espírito dessa data.
Por acaso esqueces que o divino aniversariante roga por todos, e para todos, quer o melhor?
Recorda que ele dispensou a pompa e o luxo e veio ao mundo de forma tão simples, para eternizar a mensagem de que fosses humildes sempre.
Todos os que passavam puderam participar de momento tão majestoso, e com isso deixou-nos a lição da confraternização que não deve ficar restrita à nossa casa, mas dela transbordar em todas as direções alegrando também ao que jazem esquecidos pelas sarjetas, os que não tem família, nem lar e nem pão, pois eles são teus irmãos e é Natal tanto para eles quanto para ti.
Não precisas abandonar o lar na noite festiva para estar com eles, mas podes desperdiçar menos para que, de tua abastança, uma migalha possas oferecer aos menos favorecidos, para propiciar-lhes uma noite feliz.
E quando o Natal chegar, não o procures ou vivas somente nas coisas externas. Embora tenhas os pés fincados no chão das necessidades humanas, não furtes aos olhos o espetáculo do céu.
Lembra que na sublime noite Jesus faz com que as luzes celestiais caiam sobre toda a Terra.
Não coloques o coração em trevas. Abre-o para transformar a escuridão em berço de estrelas fulgurantes, que desprendendo-se do infinito vem ornar as almas aflitas e desesperançadas trazendo com elas a dúlcida figura do Mestre Nazareno a relembrar-nos que para todo sempre ele estará conosco.
(Mensagem de Maria do Rosário Del Pilar, no Livro A Conquista da Felicidade de Eulália Bueno)





 Nas Diretrizes do Evangelho
“Nem todo o que diz Senhor, Senhor, entrara no Reino dos Céus, mas sim o que faz a vontade de meu Pai...” (Mateus, 7:21)
O tema nos convida a reflexão sobre como nos posicionamos na qualidade de discípulos frente aos ensinamentos de Jesus. Em diversas oportunidades Jesus exemplificou como deveríamos nos portar frente às diversas situações que a vida nos coloca. Quando descobrimos a riqueza do Evangelho, encontramos verdadeiro manancial que auxilia a nos reformarmos interiormente.
A reforma perante a luz do Cristo, certamente nos torna pessoas melhores. Porém, o fato consiste somente em Parte da questão. De que vale chamá-lo de Mestre quando não se segue os seus preceitos? Faz-se imprescindível aplicar seus ensinamentos na própria vida transformando-se com o objetivo maior de melhor servir. No próprio capítulo citado acima, Mateus relembra a assertiva do Mestre: “Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis”, ou seja, o trabalho é fundamental.
Já dizia Paulo “Somos cooperadores de Deus” (I Coríntios, 3:9) e, para nos ensinar como cooperar, Jesus veio pessoalmente trazer sua mensagem de amor que nos ensina como proceder. Esta mensagem está concentrada nos Evangelhos que constituem um verdadeiro manual de normas de conduta. E Jesus fornecendo padrões educativos nas passagens do Evangelho, através dos seus exemplos e ensinamentos, que nos levarão a plenitude, culminando na conquista do Reino dos Céus dentro de nós.
“Não basta fazer do Cristo Jesus o benfeitor que cura e protege. É indispensável transformá-lo em padrão permanente da vida, por exemplo e modelo de cada dia” (VL 100). Como absorver tal citação em nossas vidas se ainda estamos tio distantes do que seria um bom exemplo? Os Evangelhos nos ensinam o caminho, mas a prática a nos pertence totalmente. E é justamente nessa prática, envolvida pela caridade, que estaremos aprendendo com o Mestre do amor e da renúncia.
O trabalho digno é a oportunidade abençoada e, trazendo para o nosso contexto, não resta dúvida que o exercício da mediunidade é um excelente campo na seara do bem. Entretanto, boa Parte dos aprendizes é ainda motivada pela oportunidade de atuar na prática fenomênica atraídos muitas vezes pelo fantástico e pela curiosidade. Alcançar o título de médium, em obediência a meros preceitos do mundo, não representa esforço essencialmente difícil. Receber mensagens do Além e transmiti-las a outrem, simplesmente, pouca valia possui, a menos que se esteja com propósitos elevados.
Sabemos que o intercâmbio mediúnico é acontecimento natural e o médium é um ser humano como qualquer outro. O que o diferencia é o agir e servir, ajudar e socorrer sem recompensa e sem vangloriar-se, sabendo fazer bom uso do empréstimo que a Bondade Infinita lhe concedeu, e pautando-se pelas diretrizes de Jesus.
Não podemos nos esquecer de que como médiuns somos instrumentos nas mãos do divino Mestre - é indispensável afinar o nosso instrumento de serviço justamente pelo Seu diapasão. Todos podem transmitir recados espirituais, doutrinar irmãos e investigar a fenomenologia, mas para imantar corações em Jesus é indispensável sejamos fiéis servidores do bem, trazendo o cérebro repleto de inspiração superior e o coração inflamado na Fe viva.
Assim, todos aqueles que se veem convidados a atuar no Campo da mediunidade, devem ter muito claro que todo o trabalho sempre deverá ser feito em Espírito de muita fraternidade e em nome de Jesus. Quanto mais o médium se purifica mais se sintoniza com a espiritualidade elevada e, para se purificar, a prática do Evangelho é o melhor caminho.
O Espírito Emmanuel nos orienta: “quando termine cada dia, passam em revista as pequeninas experiências que partilhaste na estrada vulgar. Observa os sinais com que assinalaste os teus atos, recordando que a marca do Cristo é, fundamentalmente, aquela do sacrifício de si mesmo para o bem de todos” (VL 8).
“E tudo o quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens”. Paulo (Colossenses, 3:23).
(Pauta do livro Curso de Educação Mediúnica da FEESP)





Potenciais
Autodescobrir-se é conhecer seus próprios potenciais internos, perceber a capacidade de realização pessoal e enfrentar os processos de que a Vida exige envolvimento e solução. Quando nos conscientizamos que somos feitos da matéria prima de Deus, o espírito imortal, adquirimos a consciência de nosso poder interno.
A consciência da indestrutibilidade do espírito, isto é, de si mesmo, é fator fundamental para a descoberta e desenvolvimento dos potenciais interiores. Nossos potenciais são capacidades internas não utilizadas face ao desvio de energia psíquica para os desejos egóicos. Tais desejos, calcados no egoísmo atávico, resultante do nível de evolução da maioria dos habitantes do planeta, impedem que enxerguemos as habilidades já conquistadas em vidas passadas, bem como aquelas que podemos desenvolver na atual.
O desenvolvimento dessas habilidades pode ser impulsionado pelos pais, principalmente por aqueles que demonstraram capacidade de realização frente ao mundo, nas várias dimensões da Vida. Quando não são os pais que impulsionam, são os exemplos de familiares mais destacados no grupo, de professores, de mestres, de figuras religiosas, de heróis, bem como daqueles que constroem uma boa relação produtiva com a sociedade.
Para desenvolver e fazer desabrochar os potenciais do espírito, devemos acreditar em nossa criatividade e impulsioná-la para além dos limites impostos pela consciência racional, buscando penetrar nos meandros da mente, à maneira dos artistas, poetas e místicos da humanidade. Não há limites quando, através da oração sincera a Deus, e integrados nos Seus propósitos, usamos a inspiração, a intuição e a criatividade. Além da oração pode-se descobrir o próprio mundo interior através de meditações e de processos analíticos terapêuticos.
A Vida deve se tornar disponível para o Self, visto que nele se encontra a matriz diretora gerada pelo espírito.
(Reflexões do livro Psicologia e Espiritualidade de Adenàuer Novaes)