domingo, 31 de maio de 2020

Ano IV - Rio das Ostras - Edição Junho 2020

Editorial

Há flores no caminho
Por mais que a sombra da tristeza nuble seus horizontes de ventura, lembre-se que em alguma parte, há flores no caminho.
Por mais que o pranto insista em molhar seu rosto, apagando a esperança do olhar, nunca esqueça que sempre há flores no caminho.
Mesmo que a solidão e o infortúnio teimem em roubar a sua alegria de viver, continue persistindo porque há flores no caminho.
Se o amor que julgava verdadeiro desertar de sua existência, não agasalhe a mágoa pesarosa, pois sempre é tempo de descobrir que há flores no caminho.
Se a morte arrebatar da sua convivência familiares queridos, deixando a desolação, corra para ver que há flores no caminho.
Se a vida em alguns momentos lhe parecer campo deserto onde somente surgirem os cactos da dor para acompanhar seus passos, insista em descobrir que há flores no caminho.
Se você estiver envolto num turbilhão de desespero e angústia sem divisar um horizonte promissor, saiba que esse momento lhe esconde que há flores no caminho.
Quando a sequência dos seus dias mais parecer um amontoado de noites tormentosas, acredite que haver um lindo alvorecer e com ele você descobrirá que há flores no caminho.
Se a ingratidão dos filhos machucar profundamente seu coração, tornando-o deprimido e infeliz, nunca olvide que há flores no caminho.
Se a doença amortalhar seu corpo e conduzir consigo toda a esperança da cura, continue confiando que há flores no caminho.
Mesmo que olhando ao seu redor tudo pareça convencer de que a vitória da iniquidade e do mal pode ser dada por certa, afirme a quem quiser ouvir que há flores no caminho.
Quando alguém atribuir a dos acontecimentos funestos à ausência de Deus, diga-lhe que Ele segue com todos c que é por isso que há flores no caminho.
Você mesmo, apesar dos sonhos desfeitos, das angústias desmedidas, da insistência no erro, da sucessão dos desenganos, da existência da dor, da sombra e do desespero que insistem em ficar, da fé titubeante, é um belo jardim que Deus legou à Terra e, por todos os lugares onde andar, verá surgirem flores em seu caminho.
Flores de amizade, flores de alegria, flores de renovação, flores de caridade, flores de luz, flores e mais flores no caminho entre você e Deus a lhe dizer que vale a pena continuar a jornada.
(Mensagem de Maria do Rosário Del Pilar, no livro A conquista da felicidade de Eulália Bueno)




O homem de bem
O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.
Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à ideia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.
Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.
O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente.  Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.
(O Evangelho segundo o Espiritismo Cap. XVII – Item 3)




 Querida família,
Finalmente, hoje pude aqui estar para falar com vocês sobre o que me aconteceu. Após meses de cama de uma doença que não pude me livrar, aqui estou para lhes dizer o que me aconteceu após o desencarne.
Pensei que fosse sofrer muito, mas a espiritualidade lá estava, junto com meus parentes que me antecederam, vovó Cremilda e vovô Pedro lá estavam com um abraço apertado. Me receberam e disseram para que eu nada temesse, pois seria encaminhado a um hospital espiritual para me recuperar. Ainda transtornado, sentia-me bem. O sofrimento que aí passei, quando encarnado, sumiu. E me senti muito bem, depois de ficar internado não sei por quanto tempo.
Fui levado a assistir palestras educativas, junto a outros irmãos que se encontravam em situação idêntica à minha. Levamos algum tempo nesta fase de aprendizado, aí pude entender o que estávamos destinados a fazer quando encarnados.
Peço atenção para nossas filhas Renata e Joana que estão numa fase de transição, necessitando de muito amor e atenção da parte de minha esposa Irene, que peço não deixar que a tristeza tome conta de todas. Estou bem e numa outra oportunidade me dirigirei novamente a vocês.
Beijos a todos, ao João, André e Paulo, que sigam seus projetos de vida. Um grande beijo para você Irene e até breve.
Paulo José de Freitas



Brilhe vossa Luz
Meu amigo, no vasto caminho da Terra, cada criatura procura o alimento espiritual que lhe corresponde à posição evolutiva.
A abelha suga a flor, o abutre reclama despojos, o homem busca emoções. Mas ainda mesmo no terreno das emoções, cada espírito exige tipos especiais.
Há sofredores inveterados que outra coisa não demandam além do sofrimento, pessimistas que se enclausuram em nuvens negras, atendendo a propósito deliberado, durante séculos. Suprem a mente de torturas contínuas e não pretendem construir senão a piedade alheia, sob a qual se comprazem.
Temos os ironistas e caçadores de gargalhadas que apenas solicitam motivos para o sarcasmo de que se alimentam.
Observamos os discutidores que devoram páginas respeitáveis, com o único objetivo de recolher contradições para sustentarem polêmicas infindáveis.
Reparamos os temperamentos enfermiços que sorvem tóxicos intelectuais, através de livros menos dignos, com a incompreensível alegria de quem traga envenenado licor.
Nos variados climas do mundo, há quem se nutra de tristeza, de insulamento, de prazer barato, de revolta, de conflitos, de cálculos, de aflições, de mentiras...
O discípulo de Jesus, porém —  aquele homem que já se entediou  das substâncias deterioradas da experiência transitória —, pede a luz da sabedoria, a fim de aprender a semear o amor em companhia do Mestre...
Para os companheiros que esperam a vida renovada em Cristo, famintos de claridade eterna, foram escritas as páginas deste livro despretensioso.
Dentro dele não há palavras de revelação sibilina.
Traduz, simplesmente, um esforço para que nos integremos no Evangelho, celeiro divino do nosso pão de imortalidade.
Não é exortação, nem profecia.
É apenas convite.
Convite ao trabalho santificante, planificado no Código do Amor Divino.
Se a candeia ilumina, queimando o próprio óleo, se a lâmpada resplende, consumindo a energia que a usina lhe fornece, ofereçamos a instrumentalidade de nossa vida aos imperativos da perfeição, para que o ensinamento do Senhor se revele, por nosso intermédio, aclarando a senda de nossos semelhantes.
O Evangelho é o Sol da Imortalidade que o Espiritismo reflete, com sabedoria, para a atualidade do mundo.
Brilhe vossa luz! — proclamou o Mestre.
Procuremos brilhar! — repetimos nós.
(Emmanuel no livro Vinha de Luz de Francisco Cândido Xavier)