quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Ano III - Rio das Ostras - Edição Janeiro 2020


Editorial



Viver Melhor

Todos queremos ser felizes, viver melhor. Entretanto, ouçamos a experiência.
A felicidade não é um tapete mágico. Ela nasce do bem que você espalhe, não daqueles que se acumulam inutilmente. Tanto isto é verdade que a alegria é a única doação que você pode fazer sem possuir nenhuma. Você pode estar em dificuldade e suprimir muitas dificuldades dos outros. Conquanto às vezes sem qualquer consolação, você dispõe de imensos recursos para reconfortar e reerguer os irmãos em prova ou desvalimento. A receita de vida melhor será sempre melhorar-nos, através da melhora que venhamos a realizar para os outros.
A vida é dom de DEUS em todos. E quem serve só para si não serve para os objetivos da vida, porque viver é participar, progredir, elevar, integrar-se. Se aspiramos a viver melhor, escolhamos o lugar de servir na causa do bem de todos. Para isso, não precisa você condicionar-se a alheios pontos de vista.
Engaje-se na fileira de servidores que se lhe afine com as aptidões. Aliste-se em qualquer serviço no bem comum. É tão importante colaborar na higiene do seu bairro ou na construção de uma escola, quanto auxiliar a uma criança necessitada ou prestar apoio a um doente. Procure a Paz, garantindo a Paz onde esteja. Viva em segurança, cooperando na segurança dos outros. Aprendamos a entregar o melhor de nós à vida que nos rodeia e a vida nos fará receber o melhor dela própria. Seja feliz, fazendo os outros felizes.
Saia de você mesmo ao encontro dos outros, mas não resmungue, nem se queixe contra ninguém. E os outros nos farão encontrar DEUS. Não julgue que semelhante instrução seja assunto unicamente para você que ainda se acha na Terra.
Se você acredita que os chamados mortos estão em paz gratuita, engano seu, porque os mortos se quiserem paz que aprendam a sair de si mesmos e a servirem também.
(Mensagem de André Luiz, no livro Respostas da Vida de Francisco Cândido Xavier)





Jesus Veio

       “Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens.” — Paulo. (Filipenses 2:7)

Muitos discípulos falam de extremas dificuldades por estabelecer boas obras nos serviços de confraternização evangélica, alegando o estado infeliz de ignorância em que se compraz imensa percentagem de criaturas da Terra.
Entretanto, tais reclamações não são justas.
Para executar sua divina missão de amor, Jesus não contou com a colaboração imediata de Espíritos aperfeiçoados e compreensivos e, sim, “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”.
Não podíamos ir ter com o Salvador, em sua posição sublime; todavia, o Mestre veio até nós, apagando temporariamente a sua auréola de luz, de maneira a beneficiar-nos sem traços de sensacionalismo.
O exemplo de Jesus, nesse particular, representa lição demasiado profunda.
Ninguém alegue conquistas intelectuais ou sentimentais como razão para desentendimento com os irmãos da Terra.
Homem algum dos que passaram pelo orbe alcançou as culminâncias do Cristo. No entanto, vemo-lo à mesa dos pecadores, dirigindo-se fraternalmente a meretrizes, ministrando seu derradeiro testemunho entre ladrões.
Se teu próximo não pode alçar-se ao plano espiritual em que te encontras, podes ir ao encontro dele, para o bom serviço da fraternidade e da iluminação, sem aparatos que lhe ofendam a inferioridade.
Recorda a demonstração do Mestre Divino.
Para vir a nós, aniquilou a si próprio, ingressando no mundo como filho sem berço e ausentando-se do trabalho glorioso, como servo crucificado.
(Mensagem de Emmanuel, no Livro Caminho, Verdade e Vida de Francisco Cândido Xavier)



A Lição do Esquecimento

          Não fosse o olvido temporário que assegura o refazimento da alma, na reencarnação, segundo a misericórdia do Senhor que lhe orienta a reta justiça, decerto teríamos no mundo, ao invés da escola redentora, a jaula escura e extensa, onde os homens se converteriam em feras a se digladiarem indefinidamente.
          Não fosse o dom do esquecimento que envolve o berço terrestre, o ódio viveria eternizado transformando a Terra em purgatório angustioso e terrível, onde nada mais faríamos que chorar e lamentar, acusar e gemer.
         A Divina Bondade, contudo, em cada romagem do espírito no campo do mundo, confere-lhe no corpo físico o arado novo suscetível de valorizar-lhe a replantação do destino, no rumo do porvir.
          De existência a existência, o Senhor vela-nos caridosamente a memória, a fim de que saibamos metamorfosear espinhos em flores e aversões em laços divinos.
         O Pai, no entanto, com semelhante medida, não somente nos ampara com a providencial anestesia das chagas anteriores, em favor do nosso êxito em novos compromissos.
         Com essa dádiva, Ele que nos reforma o empréstimo do ensejo de trabalho, de experiência à experiência, nos induz à verdadeira fraternidade, para o esquecimento de nossas recíprocas, dia à dia.
          Aprendamos a olvidar as úlceras e as cicatrizes, as deformidades e os defeitos do irmão de jornada, se nos propomos efetivamente a avançar para diante, em busca de renovadores caminhos.
         Cada dia é como que a “reencarnação da oportunidade”, em que nos cabe aprender com o bem, redimindo o passado e elevando o presente, para que o nosso futuro não mais se obscureça.
          Nas tarefas de redenção, mais vale esquecer que lembrar, a fim de que saibamos mentalizar com segurança e eficiência a sublimação pessoal que nos cabe atingir.
          O Senhor nos avaliza os débitos, para que possamos adquirir os recursos destinados ao nosso próprio reajustamento à frente da Lei.
          Recordemos o exemplo do Céu, destruindo os resíduos de sombra que, em forma de lamentação e de queixas, emergem ainda à tona de nossa personalidade, derramando-se em angústia e doença, através do pensamento e da palavra, da voz e da atitude.
          Exaltemos o bem, dilatemo-lo e consagremo-lo nos menores gestos e em nossas mínimas tarefas, a cada instante da vida, e, somente assim, aprenderemos com o Senhor a olvidar a noite do pretérito, no rumo da alvorada que nos espera no fulgor do amanhã.
(Mensagem de Emmanuel, no Livro Família de Francisco Cândido Xavier)