sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Ano I – Rio das Ostras – Edição Dezembro 2017

Editorial


Vivendo em plenitude

Se julgas que viver bem é usufruir de posses que impeçam a aflição da necessidade, ser profissionalmente bem-sucedido ou ainda ter a possibilidade de residir em condições diferenciadas de luxo e ambição, sem precisar conter nem gastos, nem os desejos às vezes insanos, não sabes realmente o que é viver.
Segues pela vida sem te dar conta de que és escravo constante de variados modismos e te impõe a obrigação de estar sempre à altura de supostos amigos que usufruem contigo esses bens que supostamente te ornam a existência.
No entanto, essas posses pertencem à cadeia econômica do planeta e não o deixarão contigo à hora de partir. Nesse momento mudarão de mãos, como tantas vezes já o fizeram até chegar às tuas, às quais não destróis e sacrificas, que choras e anseias. É por elas que esqueces a tua origem divina e a tua destinação final.
Percebe a tempo que és apenas mais um elo da infinita corrente por onde os bens transitarão sem pertencer a ninguém de forma definitiva.
Eles existem para serem usufruídos com equilíbrio, enquanto te pertencerem, sem açular do egoísmo e o orgulho que aprisionam as almas como pássaros em gaiolas douradas e, mesmo cheias de beleza, não lhes permitem o voo da liberdade.
Não condiciones a felicidade à opulência, pois muitos que nesta vivem são tristes e solitários e escondem atrás de joias e rostos maquiados o sofrimento de uma alma atônita e aflita, sem eira nem beira, distante de Deus.
Se não fazes parte do círculo dos agraciados com a fortuna, não os invejes e nem tão pouco os ignores, pois às vezes tens muito mais a lhes oferecer do que todo o dinheiro que eles detêm poderia te dar. Eles não conseguem comprar a fé, nem a resignação, nem o amor.
Mostra-lhes que embora o corpo solicite eventuais adereços, a alma necessita seguir liberta dos grilhões que insistem em aprisioná-la a uma existência unicamente material.
Se vives a prova da riqueza, não esqueças dos que nada tem. Aprende a repartir e assim multiplicar os benefícios aos menos afortunados.
Somente assim adquirirás bens de valor inestimável que permitirão que deixes um dia a Terra sem te sentires deserdado ou solitário, porque soubeste viver em plenitude a vida que foi lhe concedida.
Não desprezes os que seguem contigo, nas figuras de familiares ou amigos próximos, pois eles são as oportunidades que tens de melhorar no quesito desprendimento, fazendo surgir novos valores que te passam despercebidos.
No próprio corpo encontrarás mil novos motivos para agradecer o que nenhum poder aquisitivo poderá comprar, como a perfeição do cérebro a experimentar cada detalhe da existência, regendo a orquestra da vida, célula a célula, sem que percebas ou possas interferir, apesar do suposto poder que te conferes.
Agradece a Deus a vida e vive-a na plenitude do amor, pois esse é o maior bem que qualquer alma poderá conquistar.
(Mensagem de Maria do Rosário Del Pilar, do Livro A conquista da felicidade – Eulália Bueno)






No dia 24 de novembro p.p., a Casa Espírita Suave Caminho realizou uma homenagem a nossa irmã Marilena da Silva Martins, que no próximo dia 11 de dezembro viaja para sua nova morada: Portugal.
     Desejamos que o Nosso Pai Maior e nosso amado Mestre Jesus a proteja, que lhe dê saúde, fé, sabedoria, perseverança, prosperidade, confiança e muito sucesso na sua nova jornada!

     Nossa querida irmã e amiga Marilena plantou sementes de amizades sinceras e hoje colhe os frutos doces de ter amigos verdadeiros...      Todos sentiremos saudades, e não vai ser pouca não, pois a amamos demais.
     Boa viagem Marilena!
     Tendo certeza de que será um até breve!



 O homem de bem

De acordo com os ensinamentos da Doutrina Espírita, o [...] Espírito prova a sua elevação, quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da lei de Deus e quando antecipadamente compreende a vida espiritual. Quando encarnado, o Espírito, nessas condições morais, constitui-se no protótipo do homem de bem.
Pode dizer-se que o [...] verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.
Têm fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma, retribui o mal com bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é pensar nos outros, antes de pensar em si, é cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. É todo aquele que vivencia o sentimento de caridade em todos os atos da sua existência.
Ainda, nesse contexto, é oportuno ressaltar que as qualidades do homem de bem são as que todo espírita sincero deve buscar para si mesmo. Isso porque o [...] Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam. Por isso, afirma Kardec: Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.
(Pauta do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita)



Ante o natal

Considerando a alta significação do Natal em tua vida, podes ouvir e atender os apelos dos pequeninos esquecidos no grabato da orfandade ou relegados às palhas da miséria, em memória de Jesus quando menino; consegues compreender as dificuldades dos que caminham pela via da amargura, experimentando opróbrio e humilhação e dás-lhes a mão em gesto de solidariedade humana, recordando Jesus nos constantes testemunhos; abres os braços em socorro aos enfermos, estendendo-lhes o medicamento salutar, desejando diminuir a intensidade da dor, evocando Jesus entre os doentes que O buscavam, infelizes; ofereces entendimento aos que malograram moralmente e se escondem nos recantos do desprezo social, procurando-os para os levantar, reverenciando Jesus que jamais se furtou à misericórdia para os que os foram colhidos nas malhas da criminalidade, muitas vezes sob o jugo de obsessões cruéis; preparas a mesa, decoras o lar, inundas a família de alegrias e cercas os amigos de mimos e carinho pensando em Jesus, o Excelente Amigo de todos...
Tudo isto é Natal sem dúvida, como mensagem festiva que derrama bênçãos de consolo e amparo, espalhando na Terra as promessas de um Mundo Melhor, nos padrões estabelecidos por Jesus através das linhas mestras do amor.
Há, todavia, muitos outros corações junto aos quais deverias celebrar o Natal, firmando novos propósitos em homenagem a Jesus.
Companheiros que te dilaceraram a honra e se afastaram; amigos que se voltaram contra a tua afeição e se fizeram adversários; conhecidos caprichosos que exigiram alto tributo de amizade e avinagraram tuas alegrias; irmãos na fé que mudaram o conceito a teu respeito e atiraram espinhos por onde segues; colaboradores do teu ideal, que sem motivo se levantaram contra teu devotamento, criando dissensão e rebeldia ao teu lado; inimigos de ontem que se demoram inimigos hoje; difamadores que sempre constituíram dura provação. Todos eles são oportunidade para a celebração do Natal pelo teu sentimento cristão e espírita.
Esquece os males que te fizeram e pede-lhes te perdoem as dificuldades que certamente também lhes impuseste.
Dirige-lhes um cartão colorido para esmaecer o negrume da aversão que os manteve em silêncio e à distância nos quais, talvez, inconscientemente te comprazes.
Provavelmente alguns até gostariam de reatar liames... Dá-lhes esta oportunidade por amor a Jesus, que a todo instante, embora conhecendo os inimigos os amou sem cansaço, oferecendo-lhes ensejos de recuperação.
O Natal é dádiva do Céu à Terra como ocasião de refazer e recomeçar.
Detém-te a contemplar as criaturas que passam apressadas. Se tiveres olhos de ver percebê-las-ás tristes, sucumbidas, como se carregassem pesados fardos, apesar de exibirem tecidos custosos e aparência cuidada.
Explodem facilmente, transfigurando a face e deixando-se consumir pela cólera que as vence implacavelmente.
Todas desejam compreensão e amor, entendimento e perdão, sem coragem de ser quem compreenda ou ame, entenda ou perdoe.
Espalha uma nova claridade neste Natal, na senda por onde avanças na busca da Vida.
Engrandece-te nas pequenas doações, crescendo nos deveres que poucos se propõem executar.
Desde que já podes dar os valores amoedados e as contribuições do entendimento moral, distribui, também, as joias sublimes do perdão aos que te fizeram ou fazem sofrer.
Sentirás que Jesus, escolhendo um humílimo refúgio para viver entre os homens semeando alegrias incomparáveis, nasce, agora, no teu coração como a informar-te que todo dia é natal para quem o ama e deseja transformar-se em carta-viva para anunciá-lo às criaturas desatentas e sofredoras do mundo.
Somente assim ouvirás no imo d’alma e entenderás a saudação inesquecível dos anjos, na noite excelsa:
 “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade, para com os homens” — vivendo um perene natal de bênçãos por amor a Jesus.
(Mensagem de Joana De Angelis no Livro Espírito e Vida de Divaldo Franco)

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