quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Ano V – Rio das Ostras – Edição Dezembro 2021

Editorial

 


Prece do pão

Cap. XIII – Item 7

Senhor!

Entre aqueles que te pedem proteção, estou eu também, servo humilde a quem mandaste extinguir o flagelo da fome.

Partilhando o movimento daqueles que te servem, fiz hoje igualmente o meu giro.

Vi-me frequentemente detido, em lares faustosos, cooperando nas alegrias da mesa farta, mas vi pobres mulheres que me estendiam, debalde, as mãos!...

Vi crianças esquálidas que me olhavam ansiosas, como se estivessem fitando um tesouro perdido.

Encontrei homens tristes, transpirando suor, que me contemplavam agoniados, rogando em silêncio para que lhes socorresse os filhinhos largados ao extremo infortúnio...

Escutei doentes que não precisavam tanto de remédio, mas de mim, para que pudessem atender ao estômago torturado!...

Vi a penúria cansada de pranto e reparei, em muitos corações desvalidos, mudo desespero por minha causa.

Entretanto, Senhor, quase sempre estou encarcerado por aquelas mesmas criaturas que te dizem honrar.

Falam em teu nome, confortadas e distraídas na moldura do supérfluo, esquecendo que caminhaste no mundo, sem reter uma pedra em que repousar a cabeça.

Elogiam-te a bondade e exaltam-te a glória, sem perceberem junto delas, seus próprios irmãos fatigados e desnutridos.

E, muitas vezes, depois de formosas dissertações em torno de teus ensinos, aprisionam-me em gavetas e armários, quando não me trancam sob a tela colorida de vitrines custosas ou no recinto escuro dos armazéns.

Ensina-lhes, Senhor, nas lições da caridade, a dividir-me por amor, para que eu não seja motivo à delinquência.

E, se possível, multiplica-me, por misericórdia, outra vez, a fim de que eu possa aliviar todos os famintos da Terra, porque um dia, Senhor, quando ensinavas o homem a orar, incluíste-me entre as necessidades mais justas da vida, suplicando também a Deus:

– “O pão nosso de cada dia dai-nos hoje.”

(Mensagem de Meimei, no livro O Espírito de Verdade de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

 





Serve e Confia

 

 “784. Bastante grande é a perversidade do homem. Não parece que, pelo menos do ponto de vista moral, ele, em vez de avançar, caminha aos recuos? “Enganas-te. Observa bem o conjunto e verás que o homem se adianta, pois que melhor compreende o que é mal, e vai dia a dia reprimindo os abusos. Faz-se mister que o mal chegue ao excesso, para tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas: O LIVRO DOS ESPÍRITOS

 

Alma que sofre, olha a terra encharcada e ferida, coberta de árvores quebradas e banhada pelas águas dos rios transbordantes!

Aqui e ali a destruição e o lamaçal assinalam a passagem terrível da tormenta desenfreada.

Contempla o jardim despedaçado pelo granizo e o vento, deixando flores mortas no chão e raízes acima do solo.

Fita as águas lodosas dos rios cheios conduzindo destroços e morte...

A devastação passou abraçada à ruína e a vida periclita em derredor. No entanto, no dia seguinte, brilha o sol generoso.

Osculando tudo, indistintamente, leva a toda a parte a bênção da esperança e do refazimento. Confiante, o homem resolve cooperar com a mensagem de mais alto.

Abre valas, desvia os cursos d’água, revolve a terra, retifica a vegetação destroçada e semeia na gleba úmida.

O tempo se encarrega de devolver a esse homem resoluto a beleza da paisagem, a bênção do grão e o doce aroma das flores espalhado no ar...

E o sol compassivo segue adiante. Vai mais além, alma em sofrimento, e fita a terra ressequida, o chão ferido pelas setas douradas do sol, os rios em pó, nem água nem lama, a vegetação crestada e a vida a morrer...

A seca impiedosa tudo destruiu. Todavia, subitamente, carreadas por ventos bons, nuvens andantes entornam suas ânforas cheias, cobrindo de umidade e vida a terra torturada.

O homem, animado pelo auxílio inesperado, corre ao chão e o afaga com os instrumentos de amanho, sendo felicitado, depois, com o verde dos campos e o ouro das espigas, contemplando as fontes cantantes a sombra do arvoredo...

E o sol compassivo segue adiante.

Enxuga, então, tuas lágrimas de agora. Se a tormenta hoje te inunda o coração, desfazendo o jardim dos teus sonhos ou alagando com as lágrimas da inquietação o teu pomar de fantasias, aguarda o Sol generoso, doador de bênçãos, serve e confia, semeando a esperança no próprio coração. Se a ingratidão queimou o frescor da tua alegria e a injustiça secou o teu rio de confiança na vida, serve ainda mais e mais confia nas abençoadas nuvens portadoras da abundância da felicidade.

Quando chegarem, renovarão teus celeiros com os sadios grãos da serenidade e da paz.

Cala todas as dores para que a cortina líquida do pranto não obnubile a visão azul dos céus que te mandarão o socorro em mensagens de luminoso alento.

Hoje significa o teu momento de semear, sejam quais forem as condições. Deixa ao futuro aquilo que o presente ainda não pode resolver e, sem desfalecimento, serve e confia, observando que “o homem se adianta, pois que melhor compreende o que é mal, e vai dia a dia reprimindo os abusos”, inspirado, esse homem em crescimento, que te observa a conduta espírita e cristã, nos teus salutares exemplos de fé e serviço.

(Reflexões de Joanna De Ângelis, no Livro Espírito e Vida de Divaldo Pereira Franco)

 




 Como Perdoar

Na maioria dos casos, o impositivo do perdão surge entre nós e os companheiros de nossa intimidade, quando o suco adocicado da confiança se nos azeda no coração.

Isso acontece porque, geralmente, as mágoas mais profundas repontam entre os Espíritos vinculados uns aos outros na esteira da convivência.

Quando nossas relações adoeçam, no intercâmbio com determinados amigos que, segundo a nossa opinião pessoal, se transfiguram em nossos opositores, perguntemo-nos com sinceridade: “como perdoar, se perdoar não se resume à questão de lábios e sim a problema que afeta os mais íntimos mecanismos do sentimento?”.

Feito isso, demo-nos pressa em reconhecer que as criaturas em desacerto pertencem a Deus e não a nós; que também temos erros a corrigir e reajustes em andamento; que não é justo retê-las em nossos pontos de vista, quando estão, qual nos acontece, sob os desígnios da Divina Sabedoria que mais convém a cada um, nas trilhas do burilamento e do progresso.

Em seguida, recordemos as bênçãos de que semelhantes criaturas nos terão enriquecido no passado e conservemo-las em nosso culto de gratidão, conforme a vida nos preceitua.

Lembremo-nos também de que Deus já lhes terá concedido novas oportunidades de ação e elevação em outros setores de serviço e que será desarrazoado de nossa parte manter processos de queixa contra elas, no tribunal da vida, quando o próprio Deus não lhes sonega Amor e Confiança.

Quando te entregares realmente a Deus, a Deus entregando os teus adversários como autênticos irmãos teus, tão necessitados do Amparo Divino quanto nós mesmos, penetrarás a verdadeira significação das palavras de Cristo: “Pai, perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”, reconciliando-te com a vida e com a tua própria alma. Então, saberás oscular de novo a face de quem te ofendeu, e quem te ofendeu encontrará Deus contigo e te dirá com a mais pura alegria no coração:

“bendito sejas...”.

(Mensagem de Emmanuel, no Livro Alma e Coração de Francisco Cândido Xavier)

 






terça-feira, 2 de novembro de 2021

Ano V - Rio das Ostras - Edição Novembro 2021

 Editorial

 

A vida eterna

Não nos conformemos à pura condição de ouvintes, diante das verdades eternas. Como classificar o aluno que estuda indefinidamente, sem jamais aprender, ou o homem que desaprova sem experimentar?

Recordemos que tudo na vida é causa e efeito, ação e retribuição.

Quem realmente descobre algo importante para o bem não foge a demonstrações. Quem planta com segurança, colhe a tempo. Quem examina com atenção, adquire conhecimento. Quem analisa com imparcialidade, alcança o altar da justiça. Quem estima as indicações valiosas, procura segui-las. Quem sinceramente ama, auxilia sempre, agindo em favor do objeto amado.

No círculo das ideias superiores, a lei não difere. Se buscamos o "mais alto", não desdenhemos subir. Se pretendemos a sublimação, não nos cabe olvidar a disciplina. Se desejamos o equilíbrio ou a reestruturação, é necessário fugir à desarmonia. Se tentamos o convívio com as claridades da montanha, não podemos mergulhar o coração nas sombras do vale.

Se aspiramos à ressurreição, não menosprezemos o ato de renovar. Se sonhamos com a esfera maior, na largueza de nossos projetos e ideais, é imprescindível voar do campo restrito do "eu", à glória da vida universal.

As comparações simples lembram-nos as obrigações complexas, ante as leis que nos regem. Sejamos, assim, dedicados ouvintes procurando a posição dos bons executores das lições recolhidas e cedo alcançaremos o prêmio do amor e da sabedoria. Que representam as duas faces de nossa felicidade eterna.

(Mensagem de Emmanuel, no Livro Paz e Libertação de Francisco Cândido Xavier)


 
Renovação

Brilhe a vossa luz.

O supremo objetivo do homem, na Terra, é o da sua própria renovação.

Aprender, refletir e melhorar-se, pelo trabalho que dignifica — eis a nossa finalidade, o sentido divino de nossa presença no mundo.

Descendo o Cristo das esferas de luz da Espiritualidade Superior à Terra, teve por escopo orientar a Humanidade na direção do aperfeiçoamento.

“Brilhe a vossa luz” — eis a palavra de ordem, enérgica e suave, de Jesus, a quantos Lhe herdaram o patrimônio evangélico, trazido ao mundo ao preço do Seu próprio sacrifício.

A infinita ternura de Sua Angelical Alma sugere-nos, incisiva e amorosamente, o esforço benéfico: “Brilhe a vossa luz.”

O interesse do Senhor é o de que os Seus discípulos, de ontem, de hoje e de qualquer tempo, sejam enobrecidos por meio de uma existência moralizada, esclarecida, fraterna.

O Evangelho aí está, como presente dos céus, para que o ser humano se replete com as suas bênçãos, se inunde de suas luzes, se revigore com as suas energias, se enriqueça com os seus ensinos eternos.

O Espiritismo, em particular, como revivescência do Cristianismo, também aí está, ofertando-nos os oceânicos tesouros da Codificação.

Pode-se perguntar: De que mais precisa o homem, para engrandecer-se, pela cultura e pelo sentimento, se lhe não faltam os elementos de renovação, plena, integral, positiva?...

Que falta ao homem moderno, usufrutuário de tantas bênçãos, para que “brilhe a sua luz?

A renovação do homem, sob o ponto de vista moral, intelectual e espiritual, é difícil, sem dúvida.

Mas é francamente realizável.

É indispensável, tão somente, disponha-se ele ao esforço transformativo, com a consequente utilização desses recursos, desses meios, desses elementos que o Evangelho e o Espiritismo lhe fornecem exuberantemente, farta e abundantemente, sem a exigência de qualquer outro preço a não ser o preço de uma coisa bem simples: a boa vontade.

A disposição de automelhoria.

O homem, para renovar-se, tem que estabelecer um programa tríplice, como ponto de partida para a sua realização íntima, para que “brilhe a sua luz”, baseado no Estudo, na Meditação e no Trabalho.

ESTUDO: — O estudo se obtém através da leitura do Evangelho, dos livros da Doutrina Espírita e de quaisquer obras educativas, religiosas ou filosóficas, que o levem a projetar a mente na direção dos ideais superiores. O estudo deve ser meditado, assimilado e posto em prática, a fim de que se transforme em frutos de renovação efetiva, positiva e consciente: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos fará livres.”

MEDITAÇÃO: — A meditação é o ato pelo qual se volve o homem para dentro de si mesmo, onde encontrará a Deus, no esplendor de Sua Glória, na plenitude do Seu Poder, na ilimitada expansão do Seu Amor: “O Reino de Deus está dentro de vós.”

Através da prece, na meditação, obterá o homem a fé de que necessita para a superação de suas fraquezas e a esperança que lhe estimulará o bom ânimo, na arrancada penosa, bem como o conforto e o bem-estar que lhe assegurarão, nos momentos difíceis, o equilíbrio interior.

Na meditação e na prece haurirá o homem a sua própria tonificação, o seu próprio fortalecimento moral e a inspiração para o bem.

TRABALHO: — O trabalho, em tese, para o ser em processo de evolução, configura-se sob três aspectos principais: material, espiritual, moral. Através do trabalho material, propriamente dito, dignifica-se o homem no cumprimento dos deveres para consigo mesmo, para com a família que Deus lhe confiou, para com a sociedade de que participa.

Pelo trabalho espiritual, exerce a fraternidade com o próximo e aperfeiçoa-se no conhecimento transcendente da alma imortal. No campo da atividade moral, lutará, simultaneamente, por adquirir qualidades elevadas, ou, se for o caso, por sublimar aquelas com que já se sente aquinhoado.

Em resumo: aquisição, cultivo e ampliação de qualidades superiores que o distanciem, em definitivo, da animalidade em que jaz há milênios de milênios: “É na vossa perseverança que ganhamos as vossas almas.”

A estrada é difícil, o caminho é longo, repleto de espinhos e pedras, de obstáculos e limitações, porém, a meta é perfeitamente alcançável.

Uma coisa, apenas, é indispensável: um pouco de boa vontade. Boa vontade construtiva, eficiente, positiva.

O resto virá, no curso da longa viagem...

(Texto do Livro Estudando o Evangelho, de Martins Peralva)

 


 


Facho Libertador

Consolador prometido por Jesus, o Espiritismo alcança o homem por mensageiro divino, estendendo-lhe as chaves da própria libertação.

Rompe os limites que lhe circunvalam o planeta, em forma de horizontes, e descortina-lhe a visão do Universo, povoado de mundos inumeráveis, rasgando a venda de ilusão que lhe empana a ideia da vida.

Funde as grades da incompreensão, entre as quais se acredita cobaia pensante em vale de lágrimas, e fala-lhe da justiça perfeita e da bondade incomensurável do Criador que concede oportunidades iguais a todas as criaturas, nos planos multiformes da Criação, extirpando a cegueira que lhe escurece o entendimento e ensinando-lhe a reconhecer que deve a si mesmo o bem ou mal, que lhe repontem da senda.

Parte as grilhetas de sombra, que lhe encerram a inteligência em falsos princípios de maldição e favor, impropriamente atribuídos à Excelsa Providência, e oferece-lhe o conhecimento da reencarnação do espírito, em aperfeiçoamento gradativo na Terra ou em outros mundos.

Derrete as algemas de tristeza que lhe aprisionam o sentimento, na tenebrosa perspectiva de eterno adeus perante a morte, e clareia-lhe o raciocínio na consoladora luz da sobrevivência, para além da estância física. Solucionando em cada um de nós os problemas da evolução e do ser, da dor e do destino, o Espiritismo é o facho libertador, desatando correntes de angústia, demolindo muralhas de separação, eliminando clausuras de pessimismo e abolindo cativeiros de ignorância.

Se te encontras, quanto nós, entre aqueles que tanto recebem da Nova Revelação, perguntemos a nós mesmos o que lhe damos em serviço e apoio, cooperação e amor, porque sendo o Espiritismo crédito e prestígio de Cristo entregues às nossas consciências endividadas, é natural que a conta e o rendimento que se relacionem com ele seja responsabilidade em nossas mãos.

(Mensagem do Livro Opinião Espírita de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

 


 

sábado, 2 de outubro de 2021

Ano V - Rio das Ostras - Edição Outubro 2021

 

Editorial

O Senhor mostrará 

“E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.”  Jesus (Atos, 9:16) 

O diálogo entre o Mestre e Ananias, relativamente ao socorro de que Paulo necessitava, reveste-­se de significação especial para todos os aprendizes do Evangelho.

Digna de nota é a observação de Jesus, recomendando ao apóstolo da gentilidade que ingressasse em Damasco, onde lhe revelaria quanto convinha fazer, e muito importante a determinação a Ananias para que atendesse ao famoso verdugo trazido à fé.

O apelo do Céu ao cooperativismo transborda da lição. Perseguidor e perseguido, reúnem­-se no altar da fraternidade e do trabalho útil.

O velhinho de Damasco presta socorro ao ex­-rabino. Paulo, em troca, prodigaliza-­lhe enorme alegria ao coração. Acresce notar, porém, que Jesus chamou a si a tarefa de revelar ao recém­ convertido quanto lhe competia lutar e sofrer por amor ao Reino Divino.

Semelhantes operações espirituais se repetem, cada dia, nas atividades terrestres.

Debaixo da inspiração do Cristo, diariamente há movimentos de aproximação entre quantos se candidatam ao bom entendimento, perante a vida eterna.

Alguns trazem a mão confortadora e amiga da assistência fraternal, outros o júbilo sagrado da esperança sublime. Estabelecem-­se novos acordos.

Traçam­-se novas diretrizes. Imperioso é reconhecer, porém, que o Senhor mostrará a cada trabalhador o conteúdo de serviço e testemunho que lhe compete fornecer no ministério do seu Amor Infinito

(Mensagem de Emmanuel, no livro Vinha de Luz de Francisco Cândido Xavier)

 


 Lições do momento

ESSE - Cap. V – Item 4

 Deus é amor invariável e o amor desafivela os grilhões do espírito.

Se há repouso na consciência, a evolução da alma ergue-se, desenvolta, dos alicerces insubstituíveis do sacrifício.

Quem não se bate pelo bem, desce imperceptivelmente para as fileiras do mal. Junto à correção sempre existe o desacerto, exaltando o mérito do dever na conduta digna.

Identifique, na dificuldade, o favor da Providência Divina para dilatar-lhe a paz, sentindo, no imprevisto da experiência mais grave, o fulcro de incitamento à perseverança na boa intenção e vendo, na tibiez de quantos imergiram na invigilância, o exemplo indelével daquilo que não deve ser feito.

Quanto maior a sombra em torno, mais valiosa a fonte de luz. Desse modo, a alegria pura viceja entre a dor e o obstáculo; a resignação santificante nasce em meio às provas difíceis; a renúncia intrépida irrompe no seio da injustiça das emulações acirradas, e a pureza construtiva surge, não raro, em ambiente de viciação mais ampla.

Eis por que, em seu círculo pessoal, se entrecruzam mensagens importantes e diversas a lhe doarem o estímulo e a consolação, o entendimento e a claridade de que você carece para ajustar-se espiritualmente, através das lides variadas de cada instante.

O chefe irritadiço é instrumento providencial da corrigenda.

O companheiro problemático deixa-nos livre caminho à sementeira da fraternidade sem mescla.

O engano é precioso contraste a ressaltar as linhas configurativas da atitude melhor.

A tortuosidade do caminho demonstra a excelência da estrada reta.

Faça, pois, do momento que transcorre, a lição recolhida para o momento a transcorrer, verificando quantas vezes, em vinte e quatro horas, você é requisitado a auxiliar os semelhantes, e não regateie cooperação.

Na oficina de trabalho, abusam-lhe a gentileza no amparo de muitos corações que se sentem ao desabrigo.

Na via pública, esbarram-lhe o passo companheiros que vão e vêm buscando encontrar o sorriso que você pode ofertar-lhes como incentivo à esperança.

No recesso do lar, o alvorecer encontra-lhe a presença, em novas possibilidades de exaltar a confiança nos Desígnios da Altura.

Na conversação comum, requisições ostensivas auscultam-lhe a disposição de estender conhecimento e virtude, na enfermagem das chagas morais, entrevistas na modulação das vozes e nos traços dos semblantes, afora variegados ensejos de assistir o próximo, a lhe desafiarem a eficiência e a vigilância, tais como a necessidade interior estampada no silêncio do visitante, o azedume do colega menos feliz, o doente a buscar-lhe os préstimos, o sofredor a rogar-lhe compreensão, a abordagem da criancinha desvalida, a surpresa menos agradável, a correspondência a exigir-lhe a atenção ou o noticiário intranquilo que a imprensa propala.

Pureza inoperante é utopia igual a qualquer outra e, em razão disso, ignorar a poça infecta é manter-lhe a inconveniência.

(Mensagem de André Luiz, no Livro O Espírito da Verdade de Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier)

 



 Psicografia

 ... Estamos agora em um novo período. Estes dias assinalam uma data muito especial, a data da mudança do mundo de provas e expiações para mundo de regeneração.

A grande noite que se abatia sobre a terra lentamente cede lugar ao amanhecer de bênçãos.

Retroceder não mais é possível. Firmastes, filhas e filhos da alma, um compromisso com Jesus antes de mergulhardes na indumentária carnal, o de servi-lo com abnegação e devotamento.

Prometestes que lhes seríeis fiéis, mesmo que vos fosse exigido o sacrifício.

Alargando-se os horizontes deste amanhecer que viaja para a plenitude do dia, exultemos juntos - os Espíritos desencarnados e vós outros que transitais pelo mundo de sombras - mas, além do júbilo que a todos nós domina, tenhamos em mente as graves responsabilidades que nos exornam a existência no corpo ou fora dele.

[...] Seremos convidados, não somente ao aplauso, ao entusiasmo, ao júbilo, mas também ao testemunho. O testemunho silencioso nas paisagens internas da alma. O testemunho por amor àqueles que não nos amam, o testemunho de abnegação no sentido de ajudar aqueles que ainda se comprazem em gerar dificuldades, tentando inutilmente obstaculizar a marcha do progresso.

Iniciada a grande transição, chegaremos ao clímax e na razão direta em que o planeta experimenta as suas mudanças físicas, geológicas, as mudanças morais são inadiáveis.

Que sejamos nós aqueles Espíritos Espíritas que demonstremos a grandeza do amor de Jesus em nossas vidas. Que outros reclamem, que outros se queixem, que outros deblaterem, que nós outros guardemos, nos refolhos da alma, o compromisso de amar e amar sempre, trazendo Jesus de volta com toda a pujança daqueles dias que vão longe e que estão muito perto... Jesus, filhas e filhos queridos, espera por nós!

Que sejam o nosso escudo o amor, as nossas ferramentas o amor, e a nossa vida um hino de amor.

São os votos que formulamos os Espíritos-espíritas aqui presentes, e que me sugeriram representá-los diante de vós. Com muito carinho o servidor humílimo e paternal de sempre.

Bezerra

Muita paz filhas e filhos do coração.

(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento das comemorações do Centenário de Nascimento de Chico Xavier, realizadas no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília,

no dia 18.04.2010)

 


 


quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Ano V - Rio das Ostras - Edição Setembro 2021

 Editorial

 Raciocínio Espírita

Servir onde estivermos e tanto quanto pudermos será sempre o programa para qualquer de nós - os tarefeiros encarnados e desencarnados do Evangelho -, na faixa de trabalho em que nos situamos.

A Lei do Senhor compreende perfeitamente que disponhas de casa confortável, tão confortável quanto queiras, mas sem relegar à nudez os irmãos esfarrapados que te cruzam a porta; que te banqueteeis, tanto quanto desejes e com quem desejes, mas sem largar o vizinho morrendo à fome por falta de pão; que te movimentes de carro, tanto quanto te proponhas, mas sem fugir de auxiliar os companheiros do caminho para que não vivam descalços; que ajuntes o dinheiro, por meios justos, no tamanho de teus ideais para o sustento de tuas realizações, mas sem negar aos irmãos em penúria a sobra de tuas obras; que uses os perfumes de tua predileção na esfera da apresentação pessoal, segundo o teu gosto, mas sem deixar o próximo em aflitivas necessidades materiais, desprevenido de sabão para a própria limpeza; que frequentes as diversões dignas, conforme a permissão de tua consciência, tanto quanto puderes, mas sem esquecer de levar, sempre que possível, algumas horas de alegria aos lares em sofrimento.

Em verdade, não consegues os problemas e provações que vergastam a Terra mas podes e deves cooperar com a Lei do Senhor, na extensão da bondade e do socorro, na área de tua própria existência.

Deus nos dá o máximo de bênçãos.

Saibamos dar, pelo menos, o mínimo de nossas possibilidades.

Deus nos dá tudo.

Aprendamos a dar, pelo menos um pouco.

(Mensagem de Albino Teixeira no livro Paz e Renovação de Francisco Cândido Xavier)


 

Dinheiro e amor

Diante do bem, não pronuncies a palavra “impossível”.

Certamente, sofres a dificuldade dos que herdaram a luta por preço das menores aquisições. Ainda assim, lembra-te de que a virtude não reside no cofre.

Onde encontrarias ouro puro a fazer-se pão na caçarola dos infelizes?

Em que lugar surpreenderias frágil cobertor tecido de apólices para agasalhar a criança largada ao colo da noite?

Entretanto, se o amor te faz lume no pensamento, arrebatarás à imundície a derradeira sobra da mesa, convertendo-a no caldo reconfortante para o enfermo esquecido, e farás do pano pobre o abrigo providencial em favor de quem passa, relegado à intempérie.

Uma garganta de pérolas não emite pequenina frase consoladora e um crânio esculpido de pedras raras não deixa passar leve fio de ideação. Todavia, se o amor te palpita na alma, podes falar a palavra renovadora que exclui o poder das trevas e inspirar o trabalho que expresse o apoio e a esperança de muita gente.

Respeita a moeda capaz de fazer o caminho das boas obras, mas não esperes pelo dinheiro a fim de ajudar.

Hoje mesmo, em casa, alguém te pede entendimento e carinho e, além do reduto doméstico, legiões de pessoas aguardam-te os gestos de fraternidade e compreensão.

Recorda que a fonte da caridade tem nascedouro em ti mesmo e não descreias da possibilidade de auxiliar.

Para transmitir-nos semelhante verdade, Jesus, a sós, sem fiança terrestre, usou as margens de um lago simples, ofertou simpatia aos que lhes buscavam a convivência, confortou os enfermos da estrada, falou do Reino de Deus a alguns pescadores de vida singela e transformou o mundo inteiro, revelando-nos, assim, que a caridade tem o tamanho do coração.

(Mensagem de Meimei no Livro O Espírito de Verdade de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

 


Como cooperas? 

 “Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o espírito que provém de Deus.” 

Paulo (I Coríntios, 2:12) 

 

Lendo a afirmativa de Paulo, reconhecemos que, em todos os tempos, o discípulo sincero do Evangelho é defrontado pelo grande conflito entre as sugestões da região inferior e as inspirações das esferas superiores da vida.

O “espírito do mundo” é o acervo de todas as nossas ações delituosas, em séculos de experiências incessantes; o “espírito que provém de Deus” é o constante apelo das Forças do Bem, que nos renovam a oportunidade de progredir cada dia, a fim de descobrirmos a glória eterna a que a Infinita Bondade nos destinou.

Deus é o Pai da Criação. Tudo, fundamentalmente, pertence a Ele.

Todo campo de trabalho é do Senhor, todo serviço que se fizer será entregue ao Senhor, mas nem todas as ações que se processam na atividade comum provêm do Senhor.

Coexistem nas oficinas terrestres, quaisquer que sejam, a criação divina e a colaboração humana.

E cooperadores surgem que se valem da mordomia para exercer a dominação cruel, que se aproveitam da inteligência para intensificar a ignorância alheia ou que estimam a enxada prestimosa, não para cultivar o campo, mas para utilizá-­la no crime.

O cientista, no conforto do laboratório, e o marinheiro rude, sob a tempestade, estão trabalhando para o Senhor; entretanto, para a felicidade de cada um, é importante saber como estão trabalhando.

Lembremo-­nos de que há serviço divino dentro de nós e fora de nós. A favor de nossa própria redenção, é justo indagar se estamos cooperando com o espírito inferior que nos dominava até ontem ou se já nos afeiçoamos ao espírito renovador do Eterno Pai.

(Mensagem de Emmanuel no Livro Vinha de Luz de Francisco Cândido Xavier)

 


Psicografia recebida em 09/02/2020

 

Como é bonito estar de volta a este ambiente de amor e muito carinho. Venho me apresentar a esta assembleia para dar o meu testemunho de como é bom se enveredar pelo caminho do bem.

Eu bem sei que todos nós ainda estamos no aprendizado. Às vezes, é difícil entender a meta a ser alcançada, pois muitas vezes vemos o sujeito de má índole se alvoroçar por estar no cume da montanha sem o menor esforço e sim atropelando o próximo, usando-o como degrau para seu prazer de subir na vida material, e esta vida material onde muitos fazem trocas para alcançar, será na verdade a sua destruição. Mais uma vez venho terminar com a morte, para alcançarmos a plenitude de entendimentos.

Ainda teremos longo caminho a percorrer. Digo-lhes que os ensinamentos deixados será o caminho da tranquilidade e onde o amor reinará.

 Digo amor, por ser a palavra mais pura que conhecemos, mas na esfera espiritual conhecerás outras tão belas quanto ela. Vamos nos alertar e não esquecer dos ensinamentos de Jesus. Em cada palavra, em cada frase, em cada livro os ensinamentos iluminam o nosso caminhar. Somos eternos, somos filhos de Deus e somos irmãos de Jesus Cristo. Jamais esqueçamos disso.

Que a paz esteja com todos

Ígor.



sábado, 31 de julho de 2021

Ano v - Rio das Ostras - Edição Agosto 2021

 Editorial

As Três Orações

Instado pela assembleia de amigos a falar sobre a resposta do Criador às preces das criaturas, respondeu o velho Simão Abileno, instrutor cristão, considerado no Plano Espiritual por mestre do apólogo e da síntese: Repetirei para vocês, a nosso modo, antiga lenda que corre mundo nos contos populares de numerosos países...

Em grande bosque da Ásia Menor, três árvores ainda jovens pediram a Deus lhes concedesse destinos gloriosos e diferentes. A primeira explicou que aspirava a ser empregada no trono do mais alto soberano da Terra; após ouvi-la, a segunda declarou que desejava ser utilizada na construção do carro que transportasse os tesouros desse rei poderoso, e a terceira, por último, disse então que almejava transformar-se numa torre, nos domínios desse potentado, para indicar o caminho do Céu. Depois das preces formuladas, um Mensageiro Angélico desceu à mata e avisou que o Todo-Misericordioso lhes recebera as rogativas e lhes atenderia às petições. Decorrido muito tempo, lenhadores invadiram o horto selvagem e as árvores, com grande pesar de todas as plantas circunvizinhas, foram reduzidas a troncos, despidos por mãos cruéis. Arrastadas para fora do ambiente familiar, ainda mesmo com os braços decepados, elas confiaram nas promessas do Supremo Senhor e se deixaram conduzir com paciência e humildade. Qual não lhes foi, porém, a aflitiva surpresa!... Depois de muitas viagens, a primeira caiu sob o poder de um criador de animais que, de imediato, mandou convertê-la num grande cocho destinado à alimentação de carneiros; a segunda foi adquirida por um velho praiano que construía barcos por encomenda; e a terceira foi comprada e recolhida para servir, em momento oportuno, numa cela de malfeitores. As árvores amigas, conquanto separadas e sofredoras, não deixaram de acreditar na mensagem do Eterno e obedeceram sem queixas às ordens inesperadas que as leis da vida lhes impunham... No bosque, contudo, as outras plantas tinham perdido a fé no valor da oração, quando, transcorridos muitos anos, vieram a saber que as três árvores haviam obtido as concessões gloriosas solicitadas... A primeira, forrada de panos singelos, recebera Jesus das mãos de Maria de Nazaré, servindo de berço ao Dirigente Mais Alto do Mundo; a segunda, trabalhando com pescadores, na forma de uma barca valente e pobre, fora o veículo de que Jesus se utilizou para transmitir sobre as águas muitos dos seus mais belos ensinamentos; e a terceira, convertida apressadamente numa cruz em Jerusalém, seguira com Ele, o Senhor, para o monte e, ali, ereta e valorosa, guardara-lhe o coração torturado, mas repleto de amor no extremo sacrifício, indicando o verdadeiro caminho do Reino Celestial...

Simão silenciou, comovido. E, depois de longa pausa, terminou, a entremostrar os olhos marejados de pranto:

Em verdade, meus amigos, todos nós podemos endereçar a Deus, em qualquer parte e em qualquer tempo, as mais variadas preces; no entanto, nós todos precisamos cultivar paciência e humildade, para esperar e compreender as respostas de Deus.

(Mensagem de Humberto de Campos no Livro Cartas e Crônicas de Francisco Cândido Xavier)

 


Religião

A ciência multiplica as possibilidades dos sentidos e a filosofia aumenta os recursos do raciocínio, mas a religião é a força que alarga os potenciais do sentimento. Por isso mesmo, no coração mora o centro da vida.

Dele partem as correntes imperceptíveis do desejo que se substanciam em pensamento no dínamo cerebral, para depois se materializarem nas palavras, nas resoluções, nos atos e nas obras de cada dia. Na luta vulgar, há quem menospreze a atividade religiosa, supondo-a mero artifício do sacerdócio ou da política, entretanto, é na predicação da fé santificante que encontraremos as regras de conduta e perfeição de que necessitamos para o crescimento de nossa vida mental na direção das conquistas divinas.

A humanidade, sintetizando o fruto das civilizações, é construção religiosa. Dos nossos antepassados invertebrados e vertebrados caminhamos nos milênios, de reencarnação em reencarnação, adquirindo inteligência, por intermédio da experimentação incessante, mas não é somente a razão o fruto de nosso aprendizado, no decurso dos séculos, mas também o discernimento ou a luz espiritual, com que pouco a pouco aperfeiçoamos a mente.

A religião é a força que está edificando a Humanidade. É a fábrica invisível do caráter e do sentimento. Milhões de criaturas encarnadas guardam, ainda, avançados patrimônios de animalidade. Valem-se da forma humana, como quem aproveita de uma casa nobre para a incorporação de valores educativos. Possuem coração para registrar o bem, contudo, abrigam impulsos de crueldade.

O instinto da pantera, a peçonha da serpente, a voracidade do lobo, ainda imperam no psiquismo de inumeráveis inteligências. Só a religião consegue apagar as mais recônditas arestas do ser. Determinando nos centros profundos de elaboração do pensamento, altera, gradativamente, as características da alma, elevando-lhe o padrão vibratório, através da melhoria crescente de suas relações com o mundo e com os semelhantes.

Nascida no berço rústico do temor, a fé iniciou o seu apostolado, ensinando às tribos primárias que o Divino Poder guarda as rédeas da suprema justiça, infundindo respeito à vida e aprimorando o intercâmbio das almas. Dela procedem os mananciais da fraternidade realmente sentida, e, embora as formas inferiores da religião, na antiguidade, muita vez incentivando a perseguição e a morte, em sacrifícios e flagelações deploráveis, e apesar das lutas de separação e incompreensão que dividem os templos nos dias da atualidade, arregimentando-os para o dissídio em variadas fronteiras dogmáticas, ainda é a religião a escola soberana de formação moral do povo, dotando o espírito de poderes e luzes para a viagem da sublimação.

A ciência construirá para o homem o clima do conforto e enriquecê-lo-á com os brasões da cultura superior; a filosofia auxiliá-lo-á com valiosas interpretações dos fenômenos em que a Eterna Sabedoria se manifesta, mas somente a fé, com os seus estatutos de perfeição íntima, consegue preparar nosso espírito imperecível para a ascensão universal.

(Mensagem de Emmanuel no livro Roteiro de Francisco Cândido Xavier)

 


Hora da Fé

Não é por causa dos estudos e do progresso das ciências que os homens se tornam materialistas, mas por causa do orgulho e da vaidade. Isso afirma Kardec, em O Livro dos Espíritos, reproduzindo instruções espirituais, na questão 148. E, a seguir, comenta: “Por uma aberração da inteligência, há pessoas que não veem nos seres orgânicos mais do que a ação da matéria, e a esta atribuem todos os nossos atos”.

Essa aberração da inteligência torna-se mais evidente em nossos dias. A diagnose de Kardec foi de absoluta precisão.

No momento exato em que a cultura terrena perde as suas bases materiais e passa a girar na órbita do espírito, é absurdo, simples absurdo, lamentável prova da deformação da lógica pelo orgulho, a opção do materialismo.

A matéria se desfez em energia, e, portanto, em vibração, nas mãos dos físicos; a descoberta da antimatéria revelou novo plano de vida; a Astronáutica abriu-nos a possibilidade de contato com outros mundos habitados; os materialistas foram surpreendidos com a possibilidade de ver e fotografar o corpo espiritual do homem, e puderam constatar que esse corpo não se destrói com a morte.

 Quais os dados que esses avanços do conhecimento oferecem a favor da concepção materialista? Só uma aberração da inteligência, uma deformação da razão, pode levar alguém a deduzir, dessa enorme revolução científica, que o materialismo saiu vitorioso.

Os próprios filósofos materialistas, como no caso de Bertrand Russell, viram-se obrigados a estranhos malabarismos mentais para defender a sua concepção. Sartre, o filósofo do nada, perdeu popularidade em favor de Heidegger, até há pouco acusado de cair no misticismo.

É tolice dizer que o desenvolvimento atual das ciências favorece o materialismo. O próprio Einstein afirmou, bem antes desses avanços mais recentes: “O materialismo morreu por falta de matéria”. Quem opta pelo materialismo, nesta altura da evolução científica, revela falta de senso ou distúrbio do raciocínio. Seria o mesmo que Tomé dizer a Jesus ressuscitado: “Se toco as tuas chagas é porque não morreste”.

A tendência para o materialismo é ainda muito comum entre os jovens. “A juventude – disse Ingenieros – toca a rebate em toda renovação”. Os jovens trazem a missão de renovar o mundo e por isso lutam contra os princípios dominantes, rebelam-se contra os sistemas tradicionais.

A luta da Ciência contra a Religião – o dogmatismo fideísta emperrando o progresso – mostra-lhes de que lado estão as forças renovadoras. Eles se alistam afoitamente desse lado. Mas o Espiritismo transformou esse quadro, revelando que a Ciência também pode frear o progresso.

Os dogmas do materialismo científico são tão prejudiciais quanto os do fideísmo religioso. E os moços começam a compreender isso.

Temos de ajudar os jovens, mostrando-lhes que o Espiritismo não sofre dos prejuízos do dogmatismo fideísta ou do dogmatismo religioso. Temos de mostrar-lhes que a Ciência Espírita é hoje a posição de vanguarda. Mas para tanto é necessário desenvolvermos a Cultura Espírita, criando o clima adequado à compreensão da Doutrina em sua plenitude e não apenas no seu aspecto religioso.

Ai dos que tentam afastar os jovens do Cristo, subordinando-os à rotina dos velhos. O Espiritismo é a juventude do mundo, é a rebelião contra os erros do passado. Ele nos propõe uma hora de fé, mas de fé racional, de fé pelo saber.

(Mensagem de Irmão Saulo por J. Herculano Pires no livro Diálogo com os Vivos)

 



Psicografia recebida em 03/03/2020

Amigos, irmãos, é com muita alegria que aqui venho para trocar algumas palavras com todos vocês. Aproveito essa oportunidade a mim concedida, a fim de elucidar alguns fatos que ainda são pouco entendidos pela maioria, principalmente pelos que ainda não entenderam que é necessário estudar e conhecer os fundamentos morais e científicos dessa doutrina maravilhosa.

Irmãos, não demorem mais a buscar conhecera Doutrina Espírita. Nesta casa abençoada, vários são os estudos. Uma plêiade de irmãos espirituais responsabilizaram-se por inspirar àqueles que se colocaram como orientadores. Não adiem mais, os tempos são chegados. Para quem tem “olhos de ver” e ‘ouvidos de ouvir” como dizem as escrituras, os acontecimentos previstos pelas profecias já se fazem presentes em todo o planeta. Não nos surpreendamos com isso.

Os irmãos espirituais há muito veem nos alertar e exortar aos estudos e ao trabalho evangélico. Não se detenham mais. A “charrua” já está a espera de suas mãos operosas. Não temais, pois todo aquele que estiver sobre a égide do Senhor estará amparado e será fortalecido.

Aceitemos finalmente o apelo do nosso Cristo Jesus, caminhem céleres e corajosamente para a frente e não olheis para trás. Por que isso? Porque não devemos ficar presos ao passado, aos erros, à ignorância, apanágio de todos nós, mas que não nos pertencem mais.

Amados, muito esperamos de vocês, espíritas, baluarte do mundo regenerado. Mas lembrem-se: só o título de “espírita” não os libertará.

É preciso que promovam em si a verdadeira reforma íntima. É preciso que se transformem realmente nos apóstolos de Jesus. É preciso que evoluam a ponto de dizer como o nosso querido apóstolo Paulo: “O Cristo está em mim!”.

Meus irmãos, orar e vigiar, deve ser o seu lema. Coragem, discernimento e fé, aquela que “remove montanhas”. Não a percam, mesmo que atingidos pela dor, pois ela, se bem vivida, é o passaporte para um mundo melhor.

Que a paz do Mestre Jesus esteja com todos,

Irmão Josué.



sexta-feira, 2 de julho de 2021

Ano V - Rio das Ostras - Edição Julho 2021

 

Editorial

 

O Pão da Alma

Diariamente movimentas todos os recursos para a manutenção das condições físicas necessárias ao desempenho de tuas funções.

Zelas continuamente da aparência, a fim de provocar as melhores impressões a respeito da tua pessoa.

Normalmente não medes esforços para conquistar o bem-estar e o conforto de que careces para viver.

Esforças-te infinitamente para honrar os compromissos profissionais, ansiando por meritórias conquistas, a justificar tanto empenho.

Não podes, no entanto, esquecer que o corpo físico é abrigo momentâneo do espírito, e se te preocupas tanto com o corpo de carne, que é perecível, deves te preocupar ainda mais em manter saudável a tua alma.

Abastecê-la com o combustível luarizante da prece singela que a fortalece perante os embates naturais da existência, amealhar os bens morais, absolutamente imperecíveis, para garantir o aprimoramento.

Zelar para que nunca falte o ânimo de continuar a caminhada com afinco, mantendo a esperança.

Poupá-la de contendas dispensáveis que apenas poderão trazer desajustes incalculáveis, muitas vezes pondo em risco o tempo previsto da existência física, gerando doenças que impeçam o corpo biológico de permanecer atuante.

Já paraste para pensar que tua alma também necessita de uma boa alimentação?

E que apenas o bem exercido em todas as suas facetas pode realmente se transformar no pão da vida a sustentar a alma sob qualquer circunstância, transformando-se em roteiro seguro para a tua destinação, ofertando-te as melhores oportunidades de buscar Jesus e continuar servindo em nome do bem e do amor.

(Mensagem de Ma. Do Rosário Del Pilar no livro A conquista da felicidade de Eulália Bueno)

 


O Tesouro Maior

“Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.” — Jesus. (LC 12:34)

No mundo, os templos da fé religiosa, desde que consagrados à Divindade do Pai, são departamentos da casa infinita de Deus, onde Jesus ministra os seus bens aos corações da Terra, independentemente da escola de crença a que se filiam.

A essas subdivisões do eterno santuário comparecem os tutelados do Cristo, em seus diferentes graus de compreensão. Cada qual, instintivamente, revela ao Senhor onde coloca seu tesouro.

Muitas vezes, por isso mesmo, nos recintos diversos de sua casa, Jesus recebe, sem resposta, as súplicas de inúmeros crentes de mentalidade infantil, contraditórias ou contraproducentes.

O egoísta fala de seu tesouro, exaltando as posses precárias; o avarento refere-se a mesquinhas preocupações; o gozador demonstra apetites insaciáveis; o fanático repete pedidos loucos.

Cada qual apresenta seu capricho ferido como sendo a dor maior.

Cristo ouve-lhes as solicitações e espera a oportunidade de dar-lhes a conhecer o tesouro imperecível.

Ouve em silêncio, porque a erva tenra pede tempo destinado ao processo evolutivo, e espera, confiante, porquanto não prescinde da colaboração dos discípulos resolutos e sinceros para a extensão do divino apostolado.

No momento adequado, surgem esses, ao seu influxo sublime, e a paisagem dos templos se modifica.

Não são apenas crentes que comparecem para a rogativa, são trabalhadores decididos que chegam para o trabalho.

Cheios de coragem, dispostos a morrer para que outros alcancem a vida, exemplificam a renúncia e o desinteresse, revelam a Vontade do Pai em si próprios e, com isso, ampliam no mundo a compreensão do tesouro maior, sintetizado na conquista da luz eterna e do amor universal, que já lhes enriquece o espírito engrandecido.

(Mensagem de Emmanuel no livro Caminho Verdade e Vida de Francisco Cândido Xavier)

 


Evangelho e Individualidade

Efetivamente, as massas acompanhavam o Cristo, de perto, no entanto, não vemos no Mestre a personificação do agitador comum.

Em todos os climas políticos, as escolas religiosas, aproximando-se da legalidade humana, de alguma sorte partilham da governança, estabelecendo regras espirituais com que adquirem poder sobre a multidão.

Jesus, porém, não transforma o espírito coletivo em terreno explorável.

Proclamando as bem-aventuranças à turba no monte, não a induz para a violência, a fim de assaltar o celeiro dos outros. Multiplica, Ele mesmo, o pão que a reconforte e alimente. Não convida o povo a reivindicações.

Aconselha respeito aos patrimônios da direção política, na sábia fórmula com que recomendava seja dado “a César o que é de César”.

Muitos estudiosos do Cristianismo pretendem identificar no Mestre Divino a personalidade do revolucionário, instigando os seus contemporâneos à rebeldia e à discórdia; entretanto, em nenhuma passagem do seu ministério encontramos qualquer testemunho de indisciplina ou desespero, diante da ordem constituída.

Socorreu a turba sofredora e consolou-a; não se mostrou interessado em libertar a comunidade das criaturas, cuja evolução, até hoje, ainda exige lutas acerbas e provações incessantes, mas ajudou o Homem a libertar-se.

Ao apóstolo exclama _ “vem e segue-me.”

Á pecadora exorta _ “vai e não peques mais”.

Ao paralítico fala, bondoso _ “ergue-te e anda”.

Á mulher sirofenícia diz, convincente _ “a tua fé te curou”.

Por toda parte, vemo-lo interessado em levantar o espírito, buscando erigir o templo da responsabilidade em cada consciência e o altar dos serviços aos semelhantes em cada coração.

Demonstrando as preocupações que o tomavam, perante a renovação do mundo individual, não se contentou em sentar-se no trono diretivo, em que os generais e os legisladores costumam ditar determinações...

Desceu, Ele próprio, ao seio do povo e entendeu-se pessoalmente com os velhos e os enfermos, com as mulheres e as crianças.

Entreteve-se em dilatadas conversações com as criaturas transviadas e reconhecidamente infelizes.

Usa a bondade fraternal para com Madalena, a obsidiada, quanto emprega a gentileza no trato com Zaqueu, o rico.

Reconhecendo que a tirania e a dor deveriam permanecer, ainda, por largo tempo, na Terra, na condição de males necessários à retificação das inteligências, o Benfeitor Celeste foi, acima de tudo, o orientador da transformação individual, o único movimento de liberação do espírito, com bases no esforço próprio e na renúncia ao próprio “eu”.

Para isso, lutou, amou, serviu e sofreu até à cruz, confirmando, com o próprio sacrifício, a sua Doutrina de revolução interior, quando disse: “e aquele que deseja fazer-se o maior no Reino do Céu, seja no mundo o servidor de todos.”

(Mensagem de Emmanuel no livro Roteiro de Francisco Cândido Xavier)

 



Psicografia de 20/02/2020

 

Companheiros, boa tarde, que Jesus ampare a todos.

Interessante, alguém me chamou, alguém dentro deste local chamou o meu nome diversas vezes, parecia que precisava me ouvir, tinha necessidade de me achar, mas é tudo tão difícil e nem sempre conseguimos chegar tão perto.

Eu tenho minhas dúvidas se mereço aqui estar, mas como dizem, para Deus e a Espiritualidade nada é impossível.

Aqui estou eu cheio de dúvidas, quem será que me chamou? Minha mãe? Minha irmã? Não sei, mas só elas me amaram em vida.

Não fui uma pessoa fácil, era muito autoritário, sem educação e rebelde, pelo que me lembro, apesar de me amarem nossos dias eram de difícil convivência.

Vivi pouco, acho que foi a providência divina que abreviou meus dias, que não foram fáceis e nem normais.

Me chamo Paulo Dias e minha mãe, Doroteia, morava no Meyer e lá aprontei tudo de mal, mais uma coisa, não conheci meu pai e minha mãe dizia que eu era assim por esse motivo.

Desde o meu desencarne muita coisa mudou, aprendi muito, fui ajudado e já estou em situação melhor, me preparando para trabalhar e poder receber minha mãe.

Ainda não consegui ser feliz, mas estou evoluindo com a ajuda de todos.

Fiquem com Deus,

Paulo Dias.