segunda-feira, 31 de julho de 2017

Ano I – Rio das Ostras – Edição Agosto 2017

Editorial

Em todos os caminhos

          Seja qual for a experiência, convence-te de que Deus está conosco em todos os caminhos.
          Isso não significa omissão de responsabilidade ou exoneração da incumbência de que o Senhor nos revestiu. Não há consciência sem compromisso, como não existe dignidade sem lei.
          O peixe mora gratuitamente na água, mas deve nadar por si mesmo. A árvore, embora não pague imposto pelo solo em que se vincula, é chamada a produzir conforme a espécie.
          Ninguém recebe talentos da vida para escondê-los em poeira ou ferrugem.
          Nasceste para realizar o melhor. Para isso, é possível te defrontes com embaraços naturais ao próprio burilamento, qual a criança que se esfalfa compreensivelmente nos exercícios da escola. A criança atravessa as provas do aprendizado sob a cobertura da educação que transparece do professor. Desempenhamos as nossas funções com o apoio de Deus.
          Se o conhecimento exato da Onipresença Divina ainda não te acode à mente necessidade de fé, pensa no infinito das bênçãos que te envolvem, sem que despendas mínimo esforço. Não contrataste engenheiros para a garantia do Sol que te sustenta e nem assalariaste empregados para a escavação de minas de oxigênio na atmosfera, a fim de que se renove o ar que respiras.
          Reflete, por um momento só, nas riquezas ilimitadas ao teu dispor, nos reservatórios da Natureza e compreenderás que ninguém vive só.
         Confia, segue, trabalha e constrói para o bem. E guarda a certeza de que, para alcançar a felicidade, se fazes teu dever, Deus faz o resto.
(Do livro Estude e Viva - psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira)



A Lei da Liberdade

A compreensão da lei de liberdade nos faz perceber que, para progredir, precisamos uns dos outros e que todos temos direitos recíprocos, que precisam ser respeitados, uma vez que qualquer prejuízo que provoquemos ao semelhante, em decorrência dos nossos atos, não ficará impune perante a Lei de Deus. É por esta razão que o ensinamento de Jesus de “não fazer aos outros o que não gostaríamos que os outros nos fizessem” (Mateus, 7:12) — ensinamento conhecido como regra de ouro — estabelece os limites da nossa liberdade e nos orienta como viver em sociedade, conforme os direitos e os deveres que nos cabem.
A lei de liberdade é bem compreendida quando aprendemos a fazer relação entre a liberdade de pensar e a liberdade de consciência. Como sabemos, a liberdade de pensar é plena no ser humano: No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe peias. [...] Voando nas asas do pensamento, a mente espiritual reflete as próprias ideias e as ideias das mentes com as quais se afiniza, nos processos naturais de sintonia.
Nos seres primitivos, [a mente] aparece sob a ganga do instinto, nas almas humanas surge entre as ilusões que salteiam a inteligência, e revela-se nos Espíritos Aperfeiçoados por brilhante precioso a retratar a Glória Divina. Estudando-a de nossa posição espiritual, confinados que nos achamos entre a animalidade e a angelitude, somos impelidos a interpretá-la como sendo o campo de nossa consciência desperta, na faixa evolutiva em que o conhecimento adquirido nos permite operar.
A consciência representa, como nos esclarecem os Espíritos da Codificação, um pensamento íntimo, que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos. Ela é o [...] centro da personalidade, centro permanente, indestrutível, que persiste e se mantém através de todas as transformações do indivíduo.
A consciência é não somente a faculdade de perceber, mas também o sentimento que temos de viver, agir, pensar, querer. É una e indivisível. [...]
No entanto, à medida que os Espíritos evoluem, a consciência do bem e do mal está mais bem definida neles, de sorte que a liberdade de consciência, regulando as relações interpessoais, reflete [...] um dos caracteres da verdadeira civilização e progresso.
A consciência, entendida como faculdade de estabelecer julgamentos morais ou juízos de valor, é um atributo pelo qual o homem pode conhecer e julgar sua realidade e a realidade do outro. Os julgamentos feitos pela consciência e as interpretações de atos e fatos do cotidiano apresentam limitações, visto que estão fundamentados em parâmetros morais que cada um estabelece para si. É ela fruto de experiências e crenças individuais, elaboradas no contexto cultural onde a criatura humana está inserida, e que se manifesta de acordo com a evolução espiritual do ser. Assim, enquanto a liberdade de pensar é ilimitada, a liberdade de consciência sofre restrição, já que depende do nível evolutivo do Espírito.
A consciência não esclarecida pode alimentar ideias malsãs, gerar e provocar ações moral e eticamente abusivas, resultando na manifestação de sofrimentos e desarmonias para si mesma e para o próximo. Os embaraços à liberdade de consciência, a propagação de doutrinas perniciosas e a escravidão humana são exemplos de desvios provocados por Espíritos imperfeitos, dominados pelo orgulho e pelo egoísmo.  Sendo assim, devemos agir com cautela quando condenamos as ações, as ideias ou as crenças das pessoas, a fim de que não atentemos contra a liberdade de consciência.
(Pauta do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita)



Provações dos entes queridos

Não temos pela frente tão-só as nossas dificuldades, mas igualmente as dificuldades das pessoas queridas, pelas quais, muitas vezes, sofremos muito mais que por nós próprios. Forçoso, porém, anotar que, em nos interessando pelo apoio aos entes queridos, nunca estamos a sós, porquanto Deus, que no-los emprestou ao convívio, permanece velando sem olvidá-los. Nos dias de cinza e sombra de provação, doemos aos entes amados o melhor de nossa ternura, mas evitemos insuflar-lhes pessimismo ou desconfiança, ansiedade ou inquietação. Se nos pedem conselhos, não descambemos para sugestões pessoais, e sim, ajudemo-los a buscar a Inspiração Divina, através da prece, porque Deus lhe conhece as necessidades e lhes traçará seguro roteiro ao comportamento. Se doentes, mais que justo, lhe ministremos assistência e carinho; todavia, empenhamo-nos em guiar-lhes o pensamento para o otimismo, convencidos de que Deus lhes resguarda a existência em cada batimento do coração. Se empreendem mudanças em seu próprio caminho, abstenhamo-nos de interferir nas decisões que assumam, e sim, ao invés disso, diligenciemos abençoar-lhes os planos de renovação e melhoria, compreendendo que a Divina Providência vigia sobre nós, orientando-lhes os passos. Se resvalam em duras provas, trabalhemos por aliviá-los e libertá-los, que isso é dever nosso, mas sem torturá-los com a nossa inconformidade e aflição, na certeza de que Deus não está ausente do quinhão de lutas regenerativas ou edificantes que nos cabem a todos, em certas faixas de tempo. Auxiliemos aos nossos entes queridos a serem autênticos, como são e como devem ser perante a vida. Indiscutivelmente, tanto quanto irrompem problemas em nossa estrada, problemas outros inúmeros aparecem no campo da ação, daqueles que mais amamos; no entanto, a fim de ampará-los com eficiência e segurança, atuemos em favor deles, em bases de equilíbrio de amor, reconhecendo que não estamos sozinhos na empresa socorrista, de vês que muito antes de nós, Deus estava e continua a estar no caso de cada um.
(Mensagem de Emmanuel, do livro Alma e Coração de Chico Xavier)



Psicografia recebida pela médium Heliana em 26/06/2017

Meus queridos irmãos de ideal
Tempos difíceis esses!
Porém, é justamente nos tempos difíceis que descobrimos forças antes dormentes em nosso ser, esperando a oportunidade de se apresentarem.
Pois então, chegou a hora de deixarem brotar todos os potenciais adquiridos em inúmeras encarnações, preparando-os para ser revelados agora. Portanto, não se sintam despreparados para a luta. Esta, deverá se iniciar primeiro dentro de cada um. Renovar atitudes, fortalecer ânimos, alimentar o conhecimento, buscar subsídios para elaborar estratégias, tudo em nome do Cristo e de seu evangelho de amor.
Amor, como não precisar dele! Mais do que nunca, este sentimento precisa ser cultivado e fortalecido, somente ele lhes dará condições de sobreviverem daqui pra frente.
Podem chegar os momentos de desânimo, de desespero, de desesperança, de medo. Mas la estará o amor para envolve-los, ajudando-os a se erguerem seus companheiros e irmãos.
Para isso, queridos irmãos, fortaleçam a fé e a confiança na espiritualidade que os acompanha. Trabalhando e servindo, caminharão sempre na direção da luz maior, em uma estrada de luz, cujos obstáculos serão retirados pelo merecimento de cada um.
Confiem. Amem, amem incondicionalmente, sem cobranças, sem críticas, sem pruridos, como o Cristo os ama.
Como sempre dizemos, estamos também ao lado de vocês sempre que precisarem. Cuidem desta Casa de amor, suave como é a estrada de luz do Nosso Mestre Jesus. Paz a todos!
Irmão Josué


sábado, 1 de julho de 2017

Ano I - Rio das Ostras - Edição Julho 2017

Editorial

Decálogo do Cotidiano

1 - Comece o dia acendendo no peito a luz da prece.
2 - Envie aos amigos um pensamento de amor e envolva os desafetos em vibrações de paz.
3 - Verifique a tua agenda e trace as tuas metas para hoje, de modo a não perder tempo.
4 - Estampe no rosto um sorriso fraterno e coloque rios lábios palavras de gentileza.
5 - Não te mostres pessimista, mas não esperes atravessar o dia sem problemas.
6 - Afasta-te da crítica destrutiva, procurando encorajar os companheiros nas lutas em que se empenham.
7 - Olvida os pequeninos aborrecimentos e esforça-te por superar esse ou aquele contratempo, predispondo-te a compreender e perdoar sempre.
8 - Aprende a guardar silêncio para que saibas falar no momento oportuno.
9 - Não deixes passar a oportunidade de fazer o bem a quantos se aproximem dos teus passos.
10 - Confia em Deus e persevera na trilha do dever na certeza de que, haja o que houver, a Misericórdia Divina te sustentará.

(Mensagem de André Luiz, no Livro Páginas de Fé de Chico Xavier e Carlos A. Bacelli)




O Valor da Oração

No Evangelho segundo o Espiritismo vemos que “O dever primordial de toda criatura humana, o primeiro ato que se deve assinalar a sua volta à vida ativa de cada dia, é a prece. Quase todos  vós orais, mas quão poucos são os que sabem orar!”
A prece é um ato de adoração.
Segundo Leon Denis, a prece deve ser uma expansão íntima da alma para com Deus, um colóquio solitário, uma meditação sempre útil, muitas vezes fecunda. É, por excelência, o refúgio dos aflitos, dos corações magoados. Nas horas de tristeza, de pesar íntimo e de desespero, quem não achou na prece a calma, o reconforto e o alívio a seus males?
É importante destacar que o evangelho nos ensina, nas palavras de Jesus que tudo o que pedirmos, em oração, crendo que receberemos, nos será atendido. E que devemos também aproveitar esse momento íntimo de relação direta com nosso  Eu Divino, para agradecer e perdoar.
Jesus nos deixou um roteiro de oração completo que é muito usado, mas pouco raciocinado em sua essência real. A oração do Pai Nosso nos ensina que a prece envolve adoração quando Santificamos o Nome do Pai; submissão quando nos colocamos sob a vontade Dele em todos os momentos; a confiança de que nossos pedidos serão supridos quando dizemos “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”; a análise do perdão e da nossa responsabilidade perante a caridade com o próximo quando pedimos que “perdoe nossas ofensas assim como perdoamos aqueles que nos ofenderam”; e, por fim, a confiança no amparo constante da espiritualidade quando pedimos que “não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal”.
Pela prece, o homem se reveste do concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustenta-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe boas ideias, adquirindo, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e buscar o caminho reto, se desse se afastou.
A importância da prece é evidenciada quando aprendemos a fazer distinções entre rezar e orar. Rezar é repetir palavras segundo fórmulas determinadas.
Orar é sentir. É traduzir nossos sentimentos mais íntimos em palavras, sem formulas ou moldes que os contenham. Orar é irradiar para Deus, firmando desse modo nossa comunhão com Ele.
A oração é o poder dos fiéis. A reza é o apoio dos descrentes, que ainda não tem firmeza em suas convicções morais e espirituais.
Percebe-se a eficácia da prece nos efeitos ou resultados obtidos. Toda prece elevada é um manancial de magnetismo criador e vivificante e toda criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio do sentimento, transforma-se, gradativamente, em foco irradiante de energias da divindade.
O trabalho da prece é mais importante do que se pode imaginar no círculo dos encarnados. Não há prece sem resposta. E a oração, filha do amor, não é apenas súplica. É comunhão entre o Criador e a criatura, constituindo, assim, o mais poderoso influxo magnético que conhecemos. Sobre os que oram em tarefas benditas, fluem, das esferas mais altas, os elementos-força que vitalizam nosso mundo interior, edificando-nos as esperanças divinas, e se exteriorizam, em seguida, contagiados de nosso magnetismo pessoal, no intenso desejo de servir com o senhor.
 (Fontes diversas)







Infância

Muitos psicólogos modernos acreditam que as crianças devem ser entregues à inclinação espontânea, cabendo aos adultos o dever de auscultar-lhes a vocação, a fim de auxiliá-las a exprimir os próprios desejos.
Esquecem-se, no entanto, de que o trabalho e a reflexão vibram na base de todas as ações alusivas ao aprimoramento da natureza.
Se o cultivador aguarda valioso rendimento da planta, há que propiciar-lhe adubo e carinho.
Se o estatuário concebe a formação da obra-prima, não prescinde do amor no trato da pedra.
Se o oleiro aspira a plasmar uma ideia no corpo da argila, necessita condicioná-la em forma conveniente.
Se o construtor espera segurança e beleza no edifício que lhe atende à supervisão, não pode afastar-se da disciplina, ante o plano traçado.
Toda obra revela a fisionomia espiritual de quem a executa.
Além disso, treinam-se potros para corridas, instruem-se muares para tração, exercitam-se pombos para correio e amestram-se cães para tarefas salvacionistas.
Como relegar a criança à vala da indiferença?
Do berço humano surgem muitos santos e heróis, para tarefas sublimes, no entanto, em maior proporção, aí respiram, na moldura de temporária inocência, almas comuns que suspiram por libertar-se da ignorância e da delinquência.
Instinto à solta na infância é passaporte para o desequilíbrio.
Menino em desgoverno; - celerado em preparação.
Hoje, criança livre; - amanhã, problema laborioso.
Pequeninos refletem grandes.
Filhos imitam os pais.
Os hábitos da madureza criam a moda espiritual para a juventude.
Esclareçamos nossos filhos no livro do exemplo nobre.
Nem frio que os mantenha na servidão, nem licença que os arremesse ao charco da libertinagem.
Em verdade, a criança é o futuro.
Mais ninguém colherá futuro melhor, sem frutos da educação.

(Mensagem de Emmanuel, do Livro Família de Chico Xavier)