segunda-feira, 31 de maio de 2021

Ano V - Rio das Ostras - Edição Junho 2021

 Editorial

Evangelho e Dinamismo

Desde os primórdios da organização religiosa no mundo, há quem estime a vida contemplativa absoluta por introdução imprescindível às alegrias celestiais.

Cristalizado em semelhante atitude, o crente demanda lugares ermos como se a solidão fosse sinônimo de santidade. Poderá, contudo, o diamante fulgurar no mostruário da beleza, fugindo ao lapidário que lhe apura o valor?

Com o Cristo, não vemos a ideia de repouso improdutivo como preparação do Céu.

Não foge o Mestre ao contacto com a luta comum.

A Boa Nova em seu coração, em seu verbo e em seus braços é essencialmente dinâmica.

Não se contenta em ser procurado para mitigar o sofrimento e socorrer a aflição.

Vai, Ele mesmo, ao encontro das necessidades alheias, sem alardear presunção.

Instrui a alma do povo, em pleno campo, dando a entender que todo lugar é sagrado para a Divina Manifestação.

Não adota posição especial, a fim de receber os doentes e impressioná-los.

Na praça pública, limpa os leprosos e restaura a visão dos cegos.

À beira do lago, entre pescadores, reergue paralíticos.

Em meio da multidão, doutrina entidades da sombra, reequilibrando obsidiados e possessos.

Mateus, no capítulo nove, versículo trinta e cinco, informa que Jesus “percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nos templos que encontrava, pregando o Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades que assediavam o povo”.

Em ocasião alguma o encontramos fora de ação.

Quando se dirige ao monte ou ao deserto, a fim de orar, não é a fuga que pretende e sim a renovação das energias para poder consagrar-se, mais intensamente, à atividade.

Certamente, para exaltar os méritos do Reino de Deus, não se revela pregoeiro barato da rua, mas afirma-se, invariavelmente, pronto a servir.

Atencioso, presta assistência à sogra de Pedro e visita, afetuosamente, a casa de Levi, o publicano, que lhe oferece um banquete.

Não impõe condições para o desempenho da missão de bondade que o retém ao lado das criaturas.

Não usa roupagens especiais para entender-se com Maria de Magdala, nem se enclausura em preconceitos de religião ou de raça para deixar de atender aos doentes infelizes.

Seja onde for, sem subestimar os valores do Céu, ajuda, esclarece, ampara e salva.

Com o Evangelho, institui-se entre os homens o culto da verdadeira fraternidade.

O Poder Divino não permanece encerrado na simbologia dos templos de pedra.

Liberta-se.

Volta-se para a esfera pública.

Marcha ao encontro da necessidade e da ignorância, da dor e da miséria. Abraça os desventurados e levanta os caídos.

Não mais a tirania de Baal, nem o favoritismo de Júpiter, mas Deus, o Pai, que, através de Jesus Cristo, inicia na Terra o serviço da fé renovadora e dinâmica que, sendo êxtase e confiança, é também compreensão e caridade para a ascensão do espírito humano à Luz Universal.

(Mensagem de Emmanuel, do livro Roteiro de Francisco Cândido Xavier)

 


 Sal da Terra, Luz do Mundo

 Vós sois o sal da terra; se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.

(Mateus, 5:13 -15)

Vós sois o sal da terra. Singular analogia. Que relação haverá entre o sal e os discípulos do Senhor? Que pretenderia o Mestre dizer com essas palavras?

[...] O sal é um mineral precioso, difusamente espalhado em nosso globo, segundo as necessidades previstas pela Natureza. Nós o vemos em abundância desde as camadas secas, cristalizadas em certas regiões, até a formidável quantidade que dele se encontra diluída nessa massa enorme d’água de que se compõem diversos lagos e todos os mares de nosso orbe. A influência que o sal exerce em nosso organismo, para lhe manter o equilíbrio fisiológico, é de capital importância, dependendo de seu indispensável concurso a manutenção de nosso bem-estar físico.

[...] A Química nos ensina que onde quer que o encontremos, seja na terra ou no mar, ele é sempre o mesmo: inalterado, inalterável. Dotado de qualidades essencialmente conservadoras, mantém-se incorruptível, preservando ainda os corpos que com ele entram em contacto.

Eis aí precisamente o que quer Jesus que sejam seus discípulos: elementos preciosos, de grande utilidade na economia social, tipos de honestidade, incorruptíveis e preservadores da dissolução moral no meio em que se encontrarem.

Ele quer, em suma, que seus discípulos se distingam na esfera espiritual pelos mesmos predicados porque se distingue o sal no plano físico.

Na condição de condimento, o sal deve ser utilizado de maneira adequada, de modo balanceado. Se utilizado abaixo da quantidade necessária torna a alimentação insípida, se em doses altas torna a alimentação excessivamente salgada.

Semelhantemente, o aprendiz e o auxiliar dos núcleos espíritas devem agir, junto às pessoas com necessidades ou sofrimentos, de forma comedida, discreta, equilibrada e temperante.

A imagem do sal é a de um componente que explicita essa postura no campo do trabalho que nos é disponibilizado pelo Plano Maior. Simboliza o imperativo do equilíbrio, principalmente das emoções, assim como a utilização dos valores morais e intelectuais de que já dispomos com segurança, a fim de que possamos cooperar de modo coerente e eficiente, na tarefa que nos é confiada.

Se o sal for destituído do seu componente ativo, torna-se insosso. No sentido espiritual, a pessoa que se desperta para o Cristo é ativa. Não se abate perante os fracassos e enfrenta com bom ânimo os desafios da vida.

A luz é o ponto de referência, também, do sistema evolucional que se irradia por todo o universo. No Planeta, é, em nome do Criador, a dispensadora dos recursos da vida.

Nos planos mais profundos da alma é o foco clareador da mente em suas nuances de razão e sentimento, garantindo esclarecimento, segurança e reconforto.

Posicionados como aprendizes de Jesus, os discípulos sinceros serão sempre os elementos refletores, de maior ou menor limpidez, da luz soberana que irradia, em plenitude, do próprio Cristo.

Iniciados na luz da Revelação Nova, os espiritistas-cristãos possuem patrimônios de entendimento muito acima da compreensão normal dos homens encarnados.

Em verdade, sabem que a vida prossegue vitoriosa, além da morte; que se encontram na escola temporária da Terra, em favor da iluminação espiritual que lhes é necessária; [...] que toda oportunidade de trabalho no presente é uma bênção dos Poderes Divinos; que ninguém se acha na Crosta do Planeta em excursão de prazeres fáceis, mas, sim, em missão de aperfeiçoamento; [...] que a existência na esfera física é abençoada oficina de trabalho, resgate e redenção e que os atos, palavras e pensamentos da criatura produzirão sempre os frutos que lhes dizem respeito, no campo infinito da vida.

A luz simboliza o esclarecimento, a orientação, o processo educativo, capazes de nos transformar para melhor, nos libertando do vale de lágrimas e de dores onde, usualmente, estamos relegados.

A candeia deve ser colocada, não debaixo do alqueire, encoberta pela indiferença ou interesse pessoais, mas no velador, para que possa oferecer luz a todos.

É óbvio que cada um assimila de acordo com a sua percepção e com o seu piso evolutivo.

A plena capacidade de irradiação da luz indica, também, o espírito de solidariedade, amor e cooperação que deve estar presente nas relações humanas.

Trabalhemos nós, como os discípulos do Mestre, para sermos sal da terra, luz do mundo...

(Pauta do Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita, FEB)

 


 


Psicografia recebida em 09/02/2020

 

Quanto tempo perdido, quantas horas de amargura, mergulhadas em lágrimas de ira e rancor.

Quanto tempo perdido! Oh! Se soubesse das maravilhas que me guardavam e podiam suavizar aquela vida tão sofrida devido a tanta ignorância.

Custei a reconhecer e entender que meu Mestre não tinha títulos, não tinha o reconhecimento dos homens!

Nosso mestre não tem títulos porque ele, todo puro é simplesmente; ele é amor, ele é luz!

Mergulhado no orgulho, preocupava-me com títulos que me garantissem a superioridade por onde passasse, fosse no meio onde trabalhava, onde eu fazia questão de mostrar que até era eu quem mandava.

Na família queria a demonstração de todos de que eu era o chefe que todos me deviam obediência.

Quanta ignorância, quanto tempo de vida perdido!

Mas foi necessário tantas perdas para que eu entendesse que a superioridade só pertence ao Mestre.

A mim apenas a certeza de que há um longo caminho a percorrer e que devo combater com bravura o orgulho que sufocou minha alma.

Avante irmãos, iluminem vossas consciências e combatam com afinco o pior dos males destruidores da paz entre os homens, o orgulho.

Que o Senhor esteja convosco. Um irmão esforçado,

Manuel de Alcântara.




domingo, 2 de maio de 2021

Ano V - Rio das Ostras - Edição Maio 2021

 Editorial

 Deus e Caridade

Por longos e tortuosos caminhos, temos procurado a integração com Deus.

Existências múltiplas atravessamos, forças enormes despendemos...

Julgávamos estivesse nele a egolatria dos tiranos coroados e inventamos processos de adoração com que lhe granjeássemos a simpatia; supúnhamos homenagear-lhe a grandeza com o fausto dos ritos exteriores e erigimos palácios em que ofertássemos o ouro e a púrpura, em forma de louvor; acreditávamos que o Supremo Senhor quisesse dominar as criaturas pelo freio da violência e não hesitávamos em criar sistemas religiosos de opressão com que se dobrasse a cerviz de quantos não pensassem pela nossa cabeça; admitíamos fosse ele ávido de honrarias e não vacilávamos consagrar-lhes sacrifícios sanguinolentos, à frente de símbolos com que lhe mentalizávamos a presença!...

Compadecendo-se de nossa ignorância, a Divina Providência deliberou enviar alguém que nos instruísse nos caminhos da elevação, e Jesus, o Sublime Governador do Planeta Terrestre, veio em pessoa explicar-nos que Deus não nos pede nem adulações e nem pompas, nem vítimas e nem holocaustos, e sim o coração inflamado de fraternidade, a serviço do bem, para que a Terra se abra, enfim, à glória e à felicidade do Seu Reino.

Por esse motivo, o Mestre, embora respeitasse as convicções dos seus contemporâneos, esmerou-se em ensinar-nos a união com Deus, acima de tudo, através do socorro aos necessitados, da esperança aos tristes, do amparo aos enfermos e do alívio aos sofredores de todas as procedências...

Desde então, renovadora luz clareou o espírito das nações e a Humanidade começou a compreender que Deus, o Pai Justo e Misericordioso, a ninguém exclui de Sua Bênção e que a todos nos espera, hoje ou mais tarde, por filhos bem-amados, unidos na condição de verdadeiros irmãos uns dos outros.

É por isso que, em todos os países e em todas as crenças, em todos os templos e em todos os lares da Terra, onde se pratique realmente o evangelho de Jesus, o culto à Providência Divina começa com a caridade primeiro.

(Reflexões de Emmanuel e André Luiz no Livro Estude e Viva de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

 




Caridade e Raciocínio

Todos pensamos na caridade, todos falamos em caridade!...

A caridade, indubitavelmente, é o coração que fala, entretanto, nas situações anormais da vida, há que ouvir o raciocínio, a fim de que ela seja o que deve ser.

Nada fere tanto como a visão de um ente querido, sob os tentáculos do câncer.

O coração chora. Mas se a radiografia sugere trabalho operatório, pede o raciocínio para que a cirurgia lhe revolva a carne atormentada, na suprema tentativa de recuperação.

Nada enternece mais do que abraçar um pequenino nas alegrias do lar.

O coração festeja. Mas se a criança brinca com fósforos, aconselha o raciocínio se lhe dê corrigenda.

Nada sensibiliza mais do que encontrar um alienado mental, atirado à rua.

O coração lamenta. Mas se o louco, em crise de fúria, carrega bombas consigo, prescreve o raciocínio seja ele contido à força.

Nada preocupa mais que observar um companheiro, no abuso de entorpecentes.

O coração sofre. Mas se o irmão, vinculado a semelhante hábitos, distribui narcóticos, fazendo vítimas, solicita o raciocínio se lhe providencie a necessária segregação para o tratamento preciso.

...

O raciocínio, em nome da caridade, não tem decerto, a presunção de violentar consciência alguma, impondo-lhe freios ou drásticos que lhe objetivem o aperfeiçoamento compulsório.

A Misericórdia Divina é paciência infatigável com os nossos multimilenários desequilíbrios, auxiliando a cada um de nós, através de meios determinados, de modo a que venhamos, saná-los, por nós mesmos, com o remédio amargoso da experiência, no veículo das horas.

Surge a autoridade do raciocínio, quando os nossos males saem de nós, em prejuízo dos outros.

Clareando a definição, comparemos a caridade, nascendo das profundezas da lama, com a fonte que se derrama espontânea, das entranhas da terra. A fonte pode ser volumosa ou escassa, reta ou sinuosa, jorrar da montanha ou descambar na planície, saciar monstros ou dar de beber às aves do céu, tudo dependendo da estrutura, do clima, do solo ou das circunstâncias em que se movimente. Em qualquer ângulo que se mostre, pode o sentimento louvar-lhe a beleza e exaltar-lhe a utilidade que fertiliza glebas, acalenta vidas, garante lares, multiplica flores e retrata as estrelas, mas, se nessa ou naquela fonte, aparecem culturas do esquistossomo, é necessário que o raciocínio intervenha e, para o bem geral, lhe impeça o uso.

(Reflexões de Emmanuel e André Luiz no Livro Opinião Espírita de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

 


Psicografia recebida em 16/02/2020

Queridos Irmãos,

É chegada a hora da reforma íntima de cada um. Não adianta esperar a mudança de hábitos e comportamentos dos demais companheiros. Primeiro, a reforma íntima acontece dentro de cada ser. Para isso é necessário que os pensamentos tenham vibrações do bem e que as ações sejam positivas, ampliando o campo vibracional. A caridade, a benevolência, a paciência e a indulgência são ingredientes fundamentais para que as mudanças sejam iniciadas. Assim como o perdão e o amor que são pilares para uma vida em harmonia.

Caros irmãos, não deixemos para o dia de amanhã o que pode ser começado hoje.

Louvemos por momentos de paz e tranquilidade!

Procurem fazer o bem sem saber a quem!

Procurem abrir seus corações realizando a limpeza interna. Com essa limpeza tudo tende a fluir de forma mais leve e serena. A raiva, o rancor, a discórdia e o desentendimento atrapalham a evolução aqui na Terra.

Pensem que é possível realizar a reforma íntima. Iniciem agora, aos poucos. Depois verão o resultado dessa mudança.

Fiquem em paz! Irmão Samuel.

 


Psicografia recebida em 30/01/2020

Meus irmãos, o mundo em que vocês se encontram passa por mudanças e essas mudanças também deverão ser em todos aqueles que desejam perpetuar o bem em seus íntimos.

O progresso não é somente material, é principalmente espiritual, pois todos são espíritos num corpo de matéria e precisam trabalhar cada um em sua evolução.

Venho aqui deixar um pequeno lembrete, pois todos têm em suas consciências as Leis Divinas, as Leis de Deus.

Mas é preciso principalmente se conhecer para saber o que se deve melhorar.

Esta vida não é real. A vida espiritual, a vida do Espírito que é a verdadeira e eterna. Pois bem, sabendo disso, por que vocês só trabalham para obter os bens materiais? Por que se fixar em pensamentos destrutivos? Por que não agir no bem de todos?

Todos somos irmãos e sempre seremos, porque o Nosso Pai nos criou para sermos uma única família, a Família Universal.

Ajam com amor, sempre com a vontade firme de ajudar. Pensem no bem de todos e assim o burilamento em vocês será completo.

Deus nos enviou para executarmos o amor a nós e a toda a Sua Criação.

Façam isso e conseguirão a plena paz.

Sejam vocês, melhores ao regressarem à verdadeira Pátria. O Espírito precisa retornar ao ambiente natural dele, porém, melhor do que quando saiu.

Férias, somente quando cumprirmos as nossas missões, mesmo assim, somente por pouco tempo. O aprendizado e a evolução são contínuos.

Aproveitem o momento em que passam neste lindo planeta e melhorem-se moralmente, espiritualmente e materialmente.

Nunca se esqueçam que somos Espíritos e não matéria.

Viemos para progredir e auxiliar aos nossos irmãos.

Sintam-se envolvidos pela Luz Crística e, fortalecidos na fé, perseverem.

Vocês conseguem, basta ter a vontade em AÇÃO NO BEM.

Muita paz, um irmão.