sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Ano IV - Rio das Ostras - Edição Outubro 2022

 Editorial

 Convite à Paciência

 “... Em muita paciência, em aflições, em necessidades, em angústias.”

(II Coríntios: capítulo 6o, versículo 4.)

 

Antiga lenda nórdica narra que alguém perguntou a um sábio como poderia ele explicar a eternidade do tempo e do espaço.

O missionário meditou, e apontando colossal montanha de granito que desafiava as alturas, respondeu com simplicidade: “Suponhamos que uma avezita se proponha a desbastar a rocha imponente, paulatina, insistentemente, atritando o bico de encontro à pedra. Quando houver destruído tudo, estará apenas iniciando a eternidade...”

 *

 A paciência é o fator que representa, de maneira mais eficiente, o equilíbrio do homem que se candidata a qualquer mister.

Fácil é o entusiasmo do primeiro impulso, comum é o desencanto da terceira hora.

A paciência é a medida metódica e eficaz que ensina a produzir no momento exato a tarefa correta.

Diante do que devemos fazer, não poucas vezes somos acionados pelos implementos da precipitação.

Frente às tarefas acumuladas e aos problemas, indispensável façamos demorado exame e cuidada reflexão antes de apressar atitudes.

Precipitação traduz desarmonia, perturbação, com agravante

desconsideração ao tempo.

A paciência significa autoconfiança.

A pirâmide se ergueu bloco a bloco.

As construções grandiosas resultaram da colocação de peça sobre peça.

As gigantescas sequoias se desenvolveram célula a célula.

O que hoje não consigas, perseverando com dignidade e paciência, lograrás amanhã.

Paciência não quer dizer amolentamento, mas dinâmica eficiente e nobre de produzir diante dos deveres que nos competem desdobrar.

Ao lado de alguém que nos subestima — paciência.

Entre as dores que nos chegam — paciência.

Ante o rebelde que nos atormenta — paciência.

O tempo é mestre eficiente que a todos ensina, no momento próprio, com a lição exata plasmando o de que cada um necessita a benefício de si mesmo.

Jesus, acompanhando e inspirando o progresso da Terra, pacientemente espera que o homem se volte para Ele, a fim de que, encarregado da nossa felicidade, possa dirigir-nos pelo caminho que leva a Deus. Em qualquer circunstância, pois, paz e paciência para o êxito do empreendimento encetado.

(Joanna de Ângelis, no livro Convites da Vida de Divaldo Pereira Franco)

 


As Bem-aventuranças

 Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; e, abrindo a boca, os ensinava, dizendo: Bem-aventurados os pobres de espírito, por que deles é o Reino dos céus; bem-aventurados os que choram, por que eles serão consolados; bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus; bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós. (Mateus 5:1-12)

As “bem-aventuranças” constituem um extraordinário cântico de amor e de compaixão dirigido, em especial, aos sofredores, oferecendo-lhes a esperança de dias melhores.

Neste contexto, o espírita e todas as pessoas que já exercitam “os olhos de ver”, encontram nelas uma rota de redenção espiritual.

A multidão a quem Jesus se dirige são os cansados e os oprimidos pelo peso das provações que, esperançosos, aguardam o momento de melhoria evolutiva com o Cristo.

A consolação, referida pelo texto, é mais do que uma palavra, atitude de reconforto ou simples balsamização. Representa uma oportunidade de trabalho em benefício dos que sofrem por promover a vivência da caridade.

O legado do Cristo é a mensagem de amor, consubstanciada no seu Evangelho. Desta forma, torna-se necessário, para sermos felizes, seguir as suas orientações como um roteiro de vida.

Se somos carentes de misericórdia, precisamos, para recebê-la, exercê-la com parentes, amigos e inimigos, superiores e subalternos, porque “é dando que se recebe”, ou seja, o que oferecemos à vida, a vida nos restitui.

Praticando o perdão, experimentamos o consolo de sermos perdoados. Situados como devedores perante a Lei, a misericórdia por nós operada voltará em nosso benefício, atenuando, por sua vez, os nossos débitos.

Em nosso mundo, raramente acatamos o código de justiça trazido por Jesus, ilustrado com os próprios exemplos. O discípulo fiel, porém, deve insistir na vivência do Evangelho, ainda que sob o peso de sacrifícios.

(Pauta de estudo do EADE Livro II – Mod. II – Roteiro 1 – FEB)

 


 Filhos de Deus

"Na vossa paciência, possui as nossas almas". - Jesus (Lucas, 21:19)

 Afinal de contas, ter paciência não será sorrir para as maldades humanas, nem coonestar suas atividades indignas sobre a face do mundo.

Concordar alguém com todos os males da senda terrestre, a pretexto de revelar essa virtude, seria um contrassenso absurdo.

Ter paciência, então, será resistir aos impulsos inferiores que nos cerquem na estrada evolutiva, conduzindo todo o bem que nos seja possível aos seres e coisas que se achem diante de nós, como a representação desses mesmos Impulsos. Jesus foi o modelo da paciência suprema e resistiu a nossa inferioridade, amando-nos.

Não se nivelou com as nossas fraquezas, mas valeu-se de todas as ocasiões para nos melhorar e conduzir ao bem. Sua misericórdia tomou os nossos pecados e transformou cada um em profunda lição para a reforma de nós mesmos.

Não aplaudiu as nossas misérias, nem sorriu para os nossos erros, mas compreendeu-nos as deficiências e amparou-nos. Embora tudo isso, resistiu-nos sempre, dentro de seu amor, até a cruz do martírio.

A paciência do Cristo e um livro aberto para todos os corações inclinados ao bem e a verdade.

Somente pela sincera resistência ao mal, com a disposição fiel de transformá-lo no bem, conseguireis possuir as vossas almas.

Ao contrário disso, ainda que vos sintais autônomos e fortes, vos mesmos e que sereis possuídos por tendências indignas ou sentimentos inferiores.

Portanto, justo e que busqueis saber, hoje mesmo, se já possuis os vossos corações ou se estais ocupados pelas forças estranhas ao vosso título de filho de Deus.

(Emmanuel, no livro Segue-me de Francisco Cândido Xavier)



quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Ano VI - Rio das Ostras - Edição Setembro 2022

 Editorial

 Nunca Sem Esperança

Nunca percas a esperança.

Se o pranto te encharca a existência, recorre a Deus no exercício do bem e acharás Deus nas entranhas da própria alma, a propiciar-te consolo.

Se sofres incompreensão, auxilia ainda e sempre aos que te não entendem e encontrarás Deus no imo do próprio espírito, a fortalecer-te com o bálsamo da piedade pelos que se desequilibram na sombra. Se tem menosprezam ou te injuriam, guarda-te em silêncio no auxílio ao próximo e surpreenderás Deus no íntimo de teus mais íntimos pensamentos, prestigiando-te as intenções. Se te golpeiam ou censuram, cala-te edificando a felicidade dos que te rodeiam e Deus falará por ti na voz inarticulada do tempo.

E, se erraste, não tombes em desespero, mas, trabalhando e servindo receberás de Deus a oportunidade da retificação e da paz. Sejam quais forem as aflições e problemas que te agitem a estrada, confia em Deus, amando e construindo, perdoando e amparando sempre, porque Deus, acima de todas as calamidades e de todas as lágrimas, te fará sobreviver, abençoando-te a vida e sustentando-te o coração.

(Meimei, no livro Coragem de Francisco Cândido Xavier)


A Indulgência

Espíritas, queremos falar-vos hoje da indulgência, sentimento doce e fraternal que todo homem deve alimentar para com seus irmãos, mas do qual bem poucos fazem uso. A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão dela unicamente, e, se a malevolência os descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles, escusa plausível, séria, não das que, com aparência de atenuar a falta, mais a evidenciam com pérfida intenção.

A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, velados.

Quando criticais, que consequência se há de tirar das vossas palavras? A de que não tereis feito o que reprovais, visto que estais a censurar; que valeis mais do que o culpado. O homens! quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos? Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros. Lembrai-vos daquele que julga em última instância, que vê os pensamentos íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censurais, ou condena o que relevais, porque conhece o móvel de todos os atos.

Lembrai-vos de que vós, que clamais em altas vozes: anátema! tereis, quiçá, cometido faltas mais graves. Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita.

(José, Espírito protetor, Bordéus, 1863, ESE Cap. X – Item 16) 



Aspirações e Trabalho

Todos nós aspiramos conseguir determinada realização em determinados ideais, mas todos necessitamos complementar qualidades para as aquisições de demandados.

Querias um casamento perfeito e a Divina Providência te concedeu um matrimônio em que te aperfeiçoes. Considerando que não somos seres angélicos e sim criaturas humanas, recebeste uma esposa ou vice-versa para um encontro feliz, entendendo-se, porém, que esse encontro não exclui o aprendizado da abnegação, através da solidariedade recíproca.

Desejavas filhos queridos que te concretizassem os sonhos e a vida te entregou filhos amados que te ofertam os mais altos testemunhos de ternura, entretanto, ei-los que exigem de ti sacrifício e renúncia a fim de que se façam educados e felizes.

Sonhavas com certos empreendimentos, em matéria de arte e cultura, indústria e administração e atraíste semelhantes encargos, no entanto, qualquer deles te angaria o êxito com vantagens compensadoras, se te entregares, sinceramente, à disciplina e à responsabilidade.

Esperavas amigos, em cujos ombros te apoiasses para viver e esses amigos apareceram, porém, a fim de conservá-los, será preciso aceitá-los tais quais são, com o dever de compreendê-los e auxiliá-los tanto quanto aguardas de cada um deles entendimento e cooperação, nas áreas do apoio mútuo.

Efetivamente queremos essa ou aquela premiação da vida, mas não nos esqueçamos de que a vida nos pede a retribuição de todos os valores que venhamos a conquistar com o trabalho na edificação do bem, de vez que também no campo da alma para receber é preciso dar, porquanto, em qualquer setor da existência, daquilo que se planta é que será justo colher.

(Emmanuel, no livro Convivência de Francisco Cândido Xavier)

 




 

Ano VI - Rio das Ostras - Edição Agosto 2022

 Nota de esclarecimento

Por motivos alheios à nossa escolha, não tivemos possibilidade de preparar a edição deste mês. Pedimos desculpas aos amigos que se beneficiam das mensagens e informações que são publicadas mensalmente em nosso jornal e agradecemos a compreensão de todos.

CESC