Editorial
Nunca percas a esperança.
Se o pranto te encharca a existência, recorre a
Deus no exercício do bem e acharás Deus nas entranhas da própria alma, a
propiciar-te consolo.
Se sofres incompreensão, auxilia ainda e sempre
aos que te não entendem e encontrarás Deus no imo do próprio espírito, a
fortalecer-te com o bálsamo da piedade pelos que se desequilibram na sombra. Se
tem menosprezam ou te injuriam, guarda-te em silêncio no auxílio ao próximo e
surpreenderás Deus no íntimo de teus mais íntimos pensamentos, prestigiando-te
as intenções. Se te golpeiam ou censuram, cala-te edificando a felicidade dos
que te rodeiam e Deus falará por ti na voz inarticulada do tempo.
E, se erraste, não tombes em desespero, mas,
trabalhando e servindo receberás de Deus a oportunidade da retificação e da
paz. Sejam quais forem as aflições e problemas que te agitem a estrada, confia
em Deus, amando e construindo, perdoando e amparando sempre, porque Deus, acima
de todas as calamidades e de todas as lágrimas, te fará sobreviver,
abençoando-te a vida e sustentando-te o coração.
(Meimei, no livro Coragem de Francisco Cândido Xavier)
A Indulgência
Espíritas, queremos falar-vos hoje da indulgência,
sentimento doce e fraternal que todo homem deve alimentar para com seus irmãos,
mas do qual bem poucos fazem uso. A indulgência não vê os defeitos de outrem,
ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de
que se não tornem conhecidos senão dela unicamente, e, se a malevolência os
descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles, escusa plausível, séria, não
das que, com aparência de atenuar a falta, mais a evidenciam com pérfida
intenção.
A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de
outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o
cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não
tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, velados.
Quando criticais, que consequência se há de tirar
das vossas palavras? A de que não tereis feito o que reprovais, visto que
estais a censurar; que valeis mais do que o culpado. O homens! quando será que
julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os
vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos? Quando
só tereis olhares severos sobre vós mesmos? Sede, pois, severos para convosco,
indulgentes para com os outros. Lembrai-vos daquele que julga em última
instância, que vê os pensamentos íntimos de cada coração e que, por
conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censurais, ou condena o que
relevais, porque conhece o móvel de todos os atos.
Lembrai-vos de que vós, que clamais em altas
vozes: anátema! tereis, quiçá, cometido faltas mais graves. Sede indulgentes,
meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor
desanima, afasta e irrita.
Aspirações e Trabalho
Todos nós aspiramos conseguir determinada
realização em determinados ideais, mas todos necessitamos complementar
qualidades para as aquisições de demandados.
Querias um casamento perfeito e a Divina
Providência te concedeu um matrimônio em que te aperfeiçoes. Considerando que
não somos seres angélicos e sim criaturas humanas, recebeste uma esposa ou
vice-versa para um encontro feliz, entendendo-se, porém, que esse encontro não
exclui o aprendizado da abnegação, através da solidariedade recíproca.
Desejavas filhos queridos que te concretizassem os
sonhos e a vida te entregou filhos amados que te ofertam os mais altos
testemunhos de ternura, entretanto, ei-los que exigem de ti sacrifício e
renúncia a fim de que se façam educados e felizes.
Sonhavas com certos empreendimentos, em matéria de
arte e cultura, indústria e administração e atraíste semelhantes encargos, no
entanto, qualquer deles te angaria o êxito com vantagens compensadoras, se te
entregares, sinceramente, à disciplina e à responsabilidade.
Esperavas amigos, em cujos ombros te apoiasses
para viver e esses amigos apareceram, porém, a fim de conservá-los, será
preciso aceitá-los tais quais são, com o dever de compreendê-los e auxiliá-los
tanto quanto aguardas de cada um deles entendimento e cooperação, nas áreas do
apoio mútuo.
Efetivamente queremos essa ou aquela premiação da
vida, mas não nos esqueçamos de que a vida nos pede a retribuição de todos os
valores que venhamos a conquistar com o trabalho na edificação do bem, de vez
que também no campo da alma para receber é preciso dar, porquanto, em qualquer
setor da existência, daquilo que se planta é que será justo colher.
(Emmanuel, no livro Convivência de Francisco
Cândido Xavier)
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