quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Ano VI - Rio das Ostras - Edição Setembro 2022

 Editorial

 Nunca Sem Esperança

Nunca percas a esperança.

Se o pranto te encharca a existência, recorre a Deus no exercício do bem e acharás Deus nas entranhas da própria alma, a propiciar-te consolo.

Se sofres incompreensão, auxilia ainda e sempre aos que te não entendem e encontrarás Deus no imo do próprio espírito, a fortalecer-te com o bálsamo da piedade pelos que se desequilibram na sombra. Se tem menosprezam ou te injuriam, guarda-te em silêncio no auxílio ao próximo e surpreenderás Deus no íntimo de teus mais íntimos pensamentos, prestigiando-te as intenções. Se te golpeiam ou censuram, cala-te edificando a felicidade dos que te rodeiam e Deus falará por ti na voz inarticulada do tempo.

E, se erraste, não tombes em desespero, mas, trabalhando e servindo receberás de Deus a oportunidade da retificação e da paz. Sejam quais forem as aflições e problemas que te agitem a estrada, confia em Deus, amando e construindo, perdoando e amparando sempre, porque Deus, acima de todas as calamidades e de todas as lágrimas, te fará sobreviver, abençoando-te a vida e sustentando-te o coração.

(Meimei, no livro Coragem de Francisco Cândido Xavier)


A Indulgência

Espíritas, queremos falar-vos hoje da indulgência, sentimento doce e fraternal que todo homem deve alimentar para com seus irmãos, mas do qual bem poucos fazem uso. A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão dela unicamente, e, se a malevolência os descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles, escusa plausível, séria, não das que, com aparência de atenuar a falta, mais a evidenciam com pérfida intenção.

A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, velados.

Quando criticais, que consequência se há de tirar das vossas palavras? A de que não tereis feito o que reprovais, visto que estais a censurar; que valeis mais do que o culpado. O homens! quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos? Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros. Lembrai-vos daquele que julga em última instância, que vê os pensamentos íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censurais, ou condena o que relevais, porque conhece o móvel de todos os atos.

Lembrai-vos de que vós, que clamais em altas vozes: anátema! tereis, quiçá, cometido faltas mais graves. Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita.

(José, Espírito protetor, Bordéus, 1863, ESE Cap. X – Item 16) 



Aspirações e Trabalho

Todos nós aspiramos conseguir determinada realização em determinados ideais, mas todos necessitamos complementar qualidades para as aquisições de demandados.

Querias um casamento perfeito e a Divina Providência te concedeu um matrimônio em que te aperfeiçoes. Considerando que não somos seres angélicos e sim criaturas humanas, recebeste uma esposa ou vice-versa para um encontro feliz, entendendo-se, porém, que esse encontro não exclui o aprendizado da abnegação, através da solidariedade recíproca.

Desejavas filhos queridos que te concretizassem os sonhos e a vida te entregou filhos amados que te ofertam os mais altos testemunhos de ternura, entretanto, ei-los que exigem de ti sacrifício e renúncia a fim de que se façam educados e felizes.

Sonhavas com certos empreendimentos, em matéria de arte e cultura, indústria e administração e atraíste semelhantes encargos, no entanto, qualquer deles te angaria o êxito com vantagens compensadoras, se te entregares, sinceramente, à disciplina e à responsabilidade.

Esperavas amigos, em cujos ombros te apoiasses para viver e esses amigos apareceram, porém, a fim de conservá-los, será preciso aceitá-los tais quais são, com o dever de compreendê-los e auxiliá-los tanto quanto aguardas de cada um deles entendimento e cooperação, nas áreas do apoio mútuo.

Efetivamente queremos essa ou aquela premiação da vida, mas não nos esqueçamos de que a vida nos pede a retribuição de todos os valores que venhamos a conquistar com o trabalho na edificação do bem, de vez que também no campo da alma para receber é preciso dar, porquanto, em qualquer setor da existência, daquilo que se planta é que será justo colher.

(Emmanuel, no livro Convivência de Francisco Cândido Xavier)

 




 

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