quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Ano II – Rio das Ostras – Edição Março 2018

Editorial

A Mensagem Cristã
 
Não se reveste o ensinamento de Jesus de quaisquer fórmulas complicadas. 
Guardando embora o devido respeito a todas as escolas de revelação da fé com os seus colégios iniciáticos, notamos que o Senhor desce da Altura, a fim de libertar o templo do coração humano para a sublimidade do amor e da luz, através da fraternidade, do amor e do conhecimento. 
Para isso, o Mestre não exige que os homens se façam heróis ou santos de um dia para outro. Não pede que os seguidores pratiquem milagres, nem lhes reclama o impossível. 
Dirige-se a palavra d’Ele à vida comum, aos campos mais simples do sentimento, à luta vulgar e às experiências de cada dia. 
Contrariamente a todos os mentores da Humanidade, que viviam, até então, entre mistérios religiosos e dominações políticas, convive com a massa popular, convidando as criaturas a levantarem o santuário do Senhor nos próprios corações. 
Ama a Deus, Nosso Pai - ensinava Ele -, com toda a tua alma, com todo o teu coração e com todo o teu entendimento. 
Ama o próximo como a ti mesmo. Perdoa ao companheiro quantas vezes se fizerem necessárias. Empresta sem aguardar retribuição.
 Ora pelos que te perseguem e caluniam.  Ajuda aos adversários. Não condenes para que não sejas condenado.
 A quem te pedir a capa cede igualmente a túnica.
 Se alguém te solicita a jornada de mil passos, segue com ele dois mil.
 Não procures o primeiro lugar nas assembleias, para que a vaidade te não tente o coração.
 Quem se humilha será exaltado.
 Ao que te bater numa face, oferece também a outra.
 Bendize aquele que te amaldiçoa.
 Liberta e serás libertado.
 Dá e receberás.
 Sê misericordioso.
 Faze o bem ao que te odeia.
 Qualquer que perder a sua vida, por amor ao apostolado da redenção, ganhá-la-á mais perfeita, na glória da eternidade.
 Resplandeça a tua luz.
 Tem bom ânimo.
 Deixa aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos.
 Se pretendes encontrar-me na luz da ressurreição, nega a ti mesmo, alegra-te sob o peso da cruz dos próprios deveres e segue-me os passos no calvário de suor e sacrifício que precede os júbilos da aurora divina!
 E, diante desses apelos, gradativamente, há vinte séculos, calam-se as vozes que mandam revidar e ferir!... E a palavra do Cristo, acima de editos e espadas, decretos e encíclicas, sobe sempre e cresce cada vez mais, na acústica do mundo, preparando os homens e a vida para a soberania do Amor Universal.

(Mensagem de Emmanuel, do livro Roteiro de Francisco Cândido Xavier)




Tua Quota

         Diante da paisagem de conflitos morais e sofrimentos da mais variada classe, tem-se a impressão de que lavra um terrível incêndio na terra, com possibilidade de destruição total.
Guerras explodem sucessivas e ameaças de mais terríveis confrontos pairam no ar. Enfermidades de etiologia complexa dizimam vidas e bacilos, antes considerados vencidos, ressurgem super-resistentes(...). Paixões primitivas dominam o clima social sob as contundentes manifestações da agressividade, da delinquência, do uso das drogas, da busca de prazeres grotesco e do abuso do sexo que desorganizam a família e enlouquecem as criaturas (...). Neuroses múltiplas e psicoses tormentosas favorecem a incidência crescente de alienações profundas e de suicídios estúpidos (...).
... E os cataclismos sísmicos apavoram, periodicamente, os povos, mostrando que “as forças da natureza” que os cercam ainda não foram controladas, embora muitas sejam conhecidas e até detectadas.
Há, igualmente, muito amor agindo nesse magneto que gira nos espaços sob a escravidão gravitacional do Astro-rei.
Cientistas e pesquisadores exaurem-se na identificação das causas das enfermidades e dos males diversos que produzem sofrimento, a fim de os erradicar. Religiosos e pedagogos insistem na superação de programas de fé e de educação, amparando as mentes e os sentimentos antes que se estiolem, e mesmo depois que tal sucede. Sociólogos atentos e psicólogos preocupados intentam soluções imediatas, sacrificando interesses pessoais, a serviço da humanidade. Artistas e trabalhadores afadigam-se nas suas áreas de ação, doando alegria e propondo segurança. Movimentos de “não violência” somam-se aos dos “direitos humanos”, tentando a guerra para o passado e acabar com os crimes contra os indivíduos que padecem penosas injustiças políticas arbitrárias. Agremiações de “proteção aos animais” e vanguardeiros da “preservação da Natureza” lutam em favor do respeito à vida em todas as suas expressões. Entidades de classes, de minorias raciais, religiosas e sociais, promovem serviços de defesa dos fracos, dos desamparados, dos que sofrem infamantes descriminações.
No meio de tantos infortúnios, os dramas da humanidade (...) produzem estupor, comoção geral, a solidariedade latente nas outras criaturas.
O amor ainda comanda os homens, enfermos momentaneamente porque se negam a exteriorizá-lo em toda a sua potencialidade.
O amor está em tudo, pois é Deus aguardando oportunidade.
Não te recuses amar e demonstrá-lo, liberando-te das paixões entorpecedoras (...). Coloca no fogaréu a tua quota d’água que, embora insignificante, é de alta importância. Talvez não apague as labaredas crepitantes, no entanto, o teu exemplo influenciará outros companheiros (...) a que sigam o teu gesto.
Protesta contra o mal, agindo no bem.
Luta contra o crime, atuando na educação.
Levanta tua bandeira de paz, tornando-te pacífico em qualquer circunstância.
Vives uma hora de transição terrena e a dor deve ser vencida e assimilada, tornando-a valiosa experiência para evitar o desânimo ou o desequilíbrio futuro.
O momento é de desafio e ninguém deve se eximir à luta.
Reserva um pouco do teu tempo realizando, gratuitamente, algo de bom e de belo em favor do teu próximo, portanto da humanidade, e verás que se apagarão as chamas devoradoras que ameaçam de extinção a vida do planeta.
(Mensagem de Joanna de Ângelis, do Livro Otimismo de Divaldo Franco)




O Perdão no Lar

Cultivar o perdão no ambiente doméstico é capacitar-se para a convivência social plena. Só cresce quem sabe perdoar e abre o coração em acolhimento ao outro.
As relações podem gerar mágoas quando criamos expectativas para o comportamento dos outros. Essas mágoas vão se acumulando ao longo da Vida, são fomentadoras e geradoras de complexos e passíveis de serem somatizadas, apresentando-se como doenças.
Quando identificarmos atitudes realmente arbitrárias contra nós, devemos, para que se evite a mágoa, tentar compreender que também poderíamos ser capazes de cometer o mesmo equívoco da pessoa que nos atinge.
Importante lembrar que aquilo, que nos incomoda na atitude do outro, muitas vezes é decorrente da conexão que acontece entre aquele ato e algo em nosso psiquismo inconsciente ainda não resolvido. Provavelmente existem situações gravadas em nós que provocaram mágoa e raiva em alguém. Esses registros arquivados em nossa mente decorrem de várias experiências vividas nas existências reencarnatórias e que necessitam de atenção.
Perdoar é doar mais, isto é, não se permitir abrigar o egoísmo que só vê a si mesmo, compreendendo o equívoco do outro.
O cultivo do perdão começa na medida que se busca o reequilíbrio após discussões domésticas típicas do estresse e da falta de diálogo e sempre que se deixa de transferir responsabilidades para os outros. É comum buscar-se um culpado e isso é fomentador de revoltas, de sentimentos contaminados e de novas discussões.
 O perdão liberta o outro da culpa permitindo-lhe refletir sobre os acontecimentos que geraram as discussões. Abre-lhe o coração para o entendimento de si mesmo e do outro.
O perdão sugere a compaixão. Ela deve estar sempre presente quando dirigirmos o olhar sobre o outro que se encontra em equívoco ou em desequilíbrio de qualquer natureza. A compaixão nos permite abrir a mente e o coração simultaneamente para a empatia com o outro, fazendo-nos vibrar numa frequência que nos aproxima de Deus.
Para que o perdão realmente ocorra é preciso remover velhas feridas que ainda sangram no coração promovendo a mágoa. Antigas desavenças, velhas inimizades, ódios não aplacados, devem ser, em face do perdão, removidos para que o amor seja sentido em plenitude.
(Do Livro Evangelho e Família, de Adenàuer Novaes)


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