domingo, 30 de setembro de 2018

Ano II - Rio das Ostras - Edição Outubro 2018


Editorial

Queridos amigos,
A luz e a escuridão são artes de uma dualidade, uma não existe onde a outra está. Na verdade, a escuridão onde o homem vive é a ausência da luz. A luz clareia o entendimento do Espírito e o faz enxergar o tamanho da sua inferioridade, o quanto falta para que ele possa ir para os páramos angelicais.
Na escuridão nos achamos os tais, poderosos e orgulhosos. Na luz enxergamos o quanto somos pequenos diante da maravilha da criação divina. Na escuridão achamos que podemos fazer o que quisermos, na luz vemos que o nosso livre arbítrio é relativo e não nos dá o direito de prejudicar o outro.
A luz nos mostra que o outro deve ser amado e respeitado por nós, assim como amamos a Deus.
Só seremos realmente seres de luz, quando conseguirmos esse amor universal que nos liga ao divino, sem o menor sinal dos baixos sentimentos que caracterizam os seres que vivem ainda na escuridão.
Deus nos deu a perfeição do corpo biológico como instrumento de elevação moral do nosso Espírito, para que com ele o nosso Espírito possa ver a luz divina que envolve a todos nós.
Que a Luz Divina possa clarear o entendimento de todos, mostrando o melhor caminho a seguir em todas as horas. Também possamos fazer o esforço a auto iluminação através do estudo e do trabalho no bem.
Muita luz e muita paz para todos, saudações fraternas
Um irmão.
(Psicografia recebida pela médium Priscila Sampaio em 30/08/2018)


Fé cega; Fé raciocinada

Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade (ESE, subtítulo)
No ESE, Cap. XIX, A FÉ QUE TRANSPORTA MONTANHAS, itens 6 e 7, é apresentada a diferença entre a fé cega e a fé raciocinada. Esse aspecto é uma das pedras de toque da Doutrina Espírita, porque discute aspectos sempre questionados pela humanidade, buscando entender sua vida, a natureza e o universo.
Em todos os povos e em todos os tempos, alguns homens se destacavam pela curiosidade e a inteligência. Fadada à evolução e ao progresso, muito desses seres eram enviados do Alto para transmitir à humanidade o conhecimento para efetivar essa vontade de Deus. No entanto, descobriam que os conhecimentos adquiridos lhes davam poderes. Para não os perder, guardavam para si, obtendo vantagens que satisfaziam seu orgulho. Surgem, então as religiões, seitas que instituem suas próprias leis e dogmas a serem seguidas e obedecidas fielmente, sem questionamentos. É a significação da fé como um sentimento de total crença em algo ou alguém, ainda que não haja nenhum tipo de evidência que que comprove a veracidade da proposição da causa. Nesse aspecto, a fé é cega, “que nada examina, aceitando sem controle o falso e o verdadeiro, e a cada passo se choca com a evidência da razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo.” (ESE, cap. XIX, item 6).
Em uma entrevista, Raul Teixeira cita esse tipo de fé como mitológica, mítica como uma crença, uma das definições da fé. E exemplifica que a fé é raciocinada quando acreditamos que na diversidade da natureza não há casualidade, mas sim uma causa inteligente para toda essa criação. É a prova racional da existência de Deus.
Haroldo Dutra de Oliveira cita outra definição. Em latim, a fé (fides) significa fidelidade que leva a pensar em relacionamento. Envolve a entrega, a confiança. Considera o supremo desafio humano, porque chega um momento que vem o teste da fé. Numa grande dificuldade, se tivermos fé, esperaremos com orações, paciência e resignação o cumprimento do tempo de Deus. “Somente a fé estruturada na consciência livre de prejuízos de toda a natureza, oferece as resistências para enfrentar as montanhas de desafios que lhe impedem o avanço no rumo da harmonia.” (Jesus e o Evangelho á luz da psicologia profunda – Joanna de Ângelis).
“Inicialmente a fé representava a religião e a ciência, a razão. Não era concebida a harmonia entre esses dois aspectos. O que a fé religiosa determinava, não podia ser negada. Com o espiritismo surge a fé raciocinada: fé e razão devem andar juntas, não devem ser separadas. São as duas asas do conhecimento humano. A ciência estuda as leis do mundo material, a religião as leis do mundo moral. Se as duas áreas são criação de Deus, não podem ser separadas”. (Marina Miranda, série Minha Nada Mole Encarnação, TVFEB).
 “...ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade. Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer: ´eu creio´, mas afirmar: ´eu sei´, com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento”. (Emanuel - O Consolador).





Amor e Família

A família é o núcleo central da sociedade moderna. É nela onde os amores se encontram e reencontram. O amor é ali testado e sentido na mais alta intensidade. A família proporciona o encontro dos sentimentos controvertidos do passado, transformando-os em amor no presente. É na família onde aprendemos as mais puras lições do amor de Deus, representado no amor de mãe.
Sua estrutura básica alicerça-se no amor. Sua origem deveu-se não só à necessidade de proteção como também do espírito em vivenciar suas emoções e em ligar-se às pessoas por quem nutria um amor embrionário. É na família onde se experimenta o amor maternal, o filial, o paternal, o fraternal, que se assemelham na incondicionalidade e no desejo de senti-los com o intuito de elevar e fazer crescer o outro. Nela reencontramos antigos afetos e desafetos, em cuja companhia elaboramos novas oportunidades de realizações e substituímos as emoções desarmonizadas do passado.
Às vezes, aparecem na família, habitando o mesmo teto, pessoas que não possuem laços consanguíneos, mas que desempenham papéis importantes para o equilíbrio doméstico. São auxiliares da vida cotidiana que nos servem de modelo e, muitas vezes, estabelecem nossos limites, educando-nos quanto às regras de convivência. É nela que retornam os antigos amores, cujo reencontro se dá para a realização de novos ideais em benefício da vida e de seus protagonistas. Nem sempre os papéis são os mesmos.
Independente disso, o amor permanece unindo aqueles que se reaproximam para nova convivência. Pessoas que se reúnem pela afinidade e sintonia em torno de objetivos superiores, formam as famílias espirituais, cujos laços não se desfazem com a morte do corpo. Espíritos que juntos viajam em sucessivas existências, renascem numa mesma família, com novos propósitos de crescimento. O membro que se afastou para nova jornada, recebe o auxílio daqueles que ficaram. O retorno a uma nova existência não separa os que verdadeiramente se amam e confiam no Criador. O Universo, infinitamente habitado, abriga imensos agrupamentos de espíritos como famílias de uma cidade.
Vez por outra, uma família de um mundo vai em busca de crescimento em outro. Às vezes, a ida para outro orbe se dá por exílio ou degredo. Em todos os casos é sempre o amor de Deus a equilibrar e harmonizar o universo. O espírito, quando em família, nem sempre consegue mascarar sua realidade. A vida, entre quatro paredes, desnuda a todos. Ninguém se esconde na convivência com seus pares. As aversões ocorridas nos relacionamentos familiares, quando não decorrem de ações havidas em outras encarnações, geralmente refletem as influências espirituais a que se sujeitam aqueles que não agem com amor, como também o estágio evolutivo de cada um.
Conviver é um aprendizado que temos de encetar em favor de nós próprios. Nem sempre renascemos e permanecemos com os pais biológicos que nos colocaram na carne. A vida nos situa onde necessitamos aprender. A família ou os pais que temos são aqueles que merecemos e aos quais devemos, para sempre, o amor com que nos receberam. Quando recebemos, como nossos, os filhos que não geramos, assumimos o papel de colaboradores de Deus em sua obra, amando pelo princípio do amor sem limites.
Valorizemos a vida em família, pois ela nos leva à percepção de nós mesmos. Remete-nos à necessidade de amar os que conosco convivem. Ela ainda é uma necessidade do nosso momento evolutivo. Necessitamos, para melhor convivência social, construir uma sociedade em que, nas famílias, vigorem os princípios do amor, da paz e da harmonia entre seus membros. Para isto cada um tem um papel a cumprir no seu contexto.
A cada um é reservada uma parte das ações que viabilizarão aquela meta. Sintamos, em cada pessoa com quem nos relacionamos, um irmão, um membro da família de Deus. Somos todos filhos do mesmo pai, independente de quaisquer características biológicas.
 O Cristo nos deu o exemplo de família quando nos convidou a entendê-la como universal, cujos membros são aqueles que fazem a vontade do Pai.
(Texto do Livro Amor Sempre, de Adenàuer Novaes)


O espelho da vida

A mente é o espelho da vida em toda parte. Ergue-se na Terra para Deus, sob a égide do Cristo, à feição do diamante bruto, que, arrancado ao ventre obscuro do solo, avança, com a orientação do lapidário, para a magnificência da luz.
Nos seres primitivos, aparece sob a ganga do instinto, nas almas humanas surge entre as ilusões que salteiam a inteligência, e revela-se nos Espíritos Aperfeiçoados por brilhante precioso a retratar a Glória Divina.
Estudando-a de nossa posição espiritual, confinados que nos achamos entre a animalidade e a angelitude, somos impelidos a interpretá-la como sendo o campo de nossa consciência desperta, na faixa evolutiva em que o conhecimento adquirido nos permite operar. Definindo-a por espelho da vida, reconhecemos que o coração lhe é a face e que o cérebro é o centro de suas ondulações, gerando a força do pensamento que tudo move, criando e transformando, destruindo e refazendo para acrisolar e sublimar.
Em todos os domínios do Universo vibra, pois, a influência recíproca. Tudo se desloca e renova sob os princípios de interdependência e repercussão. O reflexo esboça a emotividade. A emotividade plasma a ideia. A ideia determina a atitude e a palavra que comandam as ações.
Em semelhantes manifestações alongam-se os fios geradores das causas de que nascem as circunstâncias, válvulas obliterativas ou alavancas libertadoras da existência. Ninguém pode ultrapassar de improviso os recursos da própria mente, muito além do círculo de trabalho em que estagia; contudo, assinalamos, todos nós, os reflexos uns dos outros, dentro da nossa relativa capacidade de assimilação. Ninguém permanece fora do movimento de permuta incessante. Respiramos no mundo das imagens que projetamos e recebemos.
Por elas, estacionamos sob a fascinação dos elementos que provisoriamente nos escravizam e, através delas, incorporamos o influxo renovador dos poderes que nos induzem à purificação e ao progresso. O reflexo mental mora no alicerce da vida. Refletem-se as criaturas, reciprocamente, na Criação que reflete os objetivos do Criador.
(Mensagem de Emmanuel no Livro Pensamento e Vida, de Francisco Cândido Xavier)
  


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